RETRATOS DE BAURU (141)
RUBIRA O PROFESSOR QUE DIZ TER ENCONTRADO SEU “EU” VERDADEIRO
Os inquietos não se acomodam. São pessoas em transformação. Buscam sempre um algo mais, uma adaptação, sempre abertos para receber novas ideias, discutir elas todas, buscando algo de positivo e juntando com as quais já atuava, tudo para facilitar as coisas. Tratam-se de pessoas em mutação, porém sem perder a identidade. Existem muitos que apregoam não estarem mais propensos a nada novo, outros buscam esse novo e tiram dele um grande proveito. Tudo é uma viagem e quem embarca nessa deve estar consciente de que essa é só mais uma possibilidade.
Manoel Carlos Rubira é um professor da velha cepa, fez fama por onde passou e décadas atrás bateu asas e foi aportar em Londrina, onde continuou no ofício tendo como instrumentos o giz e o apagador. Voltou anos atrás para sua aldeia, tentou outras atividades, mas o magistério sempre acabou falando mais alto. Tem formação acadêmica nas áreas de Comunicação Social e História e trabalha como professor mais de 20 anos, junto aos jovens no magistério de segundo e terceiro grau. Após o retorno para Bauru, trouxe na bagagem novos entendimentos da vida e de como lidar com ela. Hoje seu foco o guia para segmentos de estudos transdisciplinares na área da Consciência Humana e nas suas diversas vertentes. Transformou-se num ser translúcido, porém antenadíssimo, pois pouca coisa foi alterada nas formas de exploração do homem pelo homem. Escreveu um livro, o "Conexão natural com a vida - Práticas de retorno ao eu verdadeiro”, onde demonstra essa nova forma de concepção pela qual acredita e se diz apto a repassar ensinamentos mil. Não o imaginem um ser macrobiótico, pois não perdeu a percepção das desigualdades, continuando um ser em luta contra as injustiças e a favor dos injustiçados. Viveu uma em Bauru, da qual não gosta de falar, na qual reafirmou que o dinheiro é mesmo um ser transformador, tornando a todos que o idolatram em seres praticamente perdidos. Pouca coisa mudou do Rubira do passado, tanto que está envolvido na criação de um novo espaço de debates, encontros e possibilidades coletivas na Feira do Rolo. Continua aprontando das suas e isso é sempre salutar, pois dos estáticos sempre se esperou pouca coisa e isso, decididamente, não é com ele.
Saudades dos meus tempos de menino.
ResponderExcluirQue bomverque le continua em plena atividade e mutante, como me ensinou lá atrás.
Maria Célia