O BURACO É LOGO ALI – publicado hoje, 22/junho/2013
Eu vejo jovens festando alegremente nas ruas e pedindo por mudanças. Bonitos cartazes, sorrisos expostos e crentes que a mudança agora é com eles. Mudando o que? E para onde? Está nítida a presença de grupos radicais, pensamentos tacanhos e ações insanas sendo permitidas. O caos se instalando. O país a um passo de um Golpe de Estado. E a quem interessa isso? Não será para modernizar o país, oxigenar nossas relações políticas, mas para reviver o velho. Incentivado por parte da mídia e insuflado pela maior rede de TV do país, 64 bate novamente às nossas portas. Os grupos que organizam o movimento nas ruas já contam com dissidentes e esses estão criando novos grupos, esses propondo abertamente o confronto, o quebra-quebra geral. E uma TV mostrando tudo de uma forma meio que privilegiada, perigosa, exclusiva, expondo o caos, até a consumação dos seus interesses e a partir daí, renascendo das cinzas, uma proposta de retrocesso. Os manifestantes se voltam contra o Executivo da nação, mas pouco contra o Legislativo. A Câmara dos Deputados e o Senado, verdadeiros antros de má conduta em tudo o que seja ético e bom procedimento, permanecem ilesos, quase intocáveis. Isso indica algo a ocorrer nos bastidores e ainda sendo trabalhado. A intenção é clara, implodir com Dilma e tudo o que ela representa ou representou. Aplaudem isso, como se a solução para todos nossos problemas residisse nisso. Ledo engano. Criaram um monstro e já assistimos a esse filme, já padecemos desse mal, mas é esse caminho que a massa nas ruas está sendo induzida a acreditar. Ao meu lado, observo incrédulo e vejo como estou rodeado de gente conservadora, abolindo o dialogo e o debate. Já chegam com ideia pré-concebida, vale tudo para postar instantaneamente ao desfile a foto no facebook e fingem nada verem do restante, a destruição no entorno. Pagaremos todos o preço pela inconsequente decisão das ruas, mas eles não querem escutar ninguém, mostrando-se seguros no caminho escolhido. Danarão o Brasil e nada mudará, eis o calvário brasileiro.
POVO NAS RUAS – publicado em 15/junho/2013.
Gonzaquinha previu lá atrás algo muito em desuso no país: “O povo nas ruas em plena gravidez”. Estamos desacostumados de ver o povo nas ruas e isso parece assustar aos adeptos dos novos tempos, mais enfurnados com agitação sentados numa confortável cadeira, tudo via internet. Ninguém provoca alteração significativa sem a presença no palco principal das ações populares, as ruas. E essa onda de protestos sendo iniciadas em nossas ruas e praças faz parte de um movimento espalhando-se mundo afora. Pronto, chegou ao Brasil e que seja muito bem vinda. O aumento de R$ 0,20 nas passagens paulistanas é um mero pretexto para algo muito mais significativo. União pelas reivindicações, essa a questão e como nunca tivemos a cultura da ação coletiva, num primeiro momento, ver aquela imensidão de gente nas ruas assusta mais que bicho papão. Não são vândalos, muito menos marginais e o que fazem é colocar na pauta do dia algumas das mais importantes demandas sociais brasileiras, todas necessitando de uma ampla discussão da sociedade. Em primeiro plano o movimento coloca em xeque a política de transporte coletivo e quem não enxerga isso, desculpe, mas não está entendendo nada. O estado brasileiro jogou tudo, desde JK na opção rodoviária e ela já comprovou estar mais do que esgotada, falida e gerando o caos urbano e social. Viver nos grandes centros está tornando-se insuportável e diante desse quadro, cresce a intolerância, um amargor interno, pronto para explodir. Claro que, além disso, não dá para defender o lucro (mãe da insensibilidade capitalista) acima do bem estar social. Circula pela internet uma montagem elucidativa sobre a hipocrisia brasileira. Para os movimentos de rua na Turquia, Londres e Egito a reação é “que lindo, povo lutando por direitos, pena no Brasil não tem isso” e agora que acontece por aqui, a reação é “bando de vagabundos, vândalos, cadê a polícia!”. Gente, o Brasil está se inserindo no contexto, chegou a nossa hora. E o último a sair às ruas é a mulher do padre.
FALÁCIA DEMOCRÁTICA – publicado em 08/junho/2013.
Esse termo, “Democracia” está um tanto desgastado hoje em dia. Muitos o usam e o fazem em desalinho com a sua original definição. Em nome dela cometem-se os maiores absurdos. Existem aqueles que acreditam vivermos dentro de um verdadeiro espírito democrático, porém não a praticam nem dentro do seu próprio estabelecimento comercial e mesmo residência. Ou seja, para o país eles exigem que tudo seja nos trinques, mas dentro do seu quintal, nada como uma ditadurazinha. Algumas TVs apregoam sobre a falta de liberdade em outros cantos, mas praticam o autoritarismo como prática diária. Vejo algumas ironicamente versando sobre a ausência de democracia em Cuba, mas mantém uma lista de índex de temas e entrevistados. Viraram tema de piadas. Isso vale para tudo. Entidades de classe, sindicatos, associações, clubes de serviço possuem estatutos permitindo a reeleição quantas vezes forem necessário, para nunca deixarem o poder, mas fazem questão de espezinhar o ocorrido em outras plagas. Acredito não terem espelho nas próprias casas, pois não se enxergam. É democrático ir se eternizando no poder, não promover a renovação dos quadros, fazer de tudo para que a prorrogação ocorra e para isso existem justificativas mis. Uma mais contorcionista que outra. Levo a brincadeira para outro campo, o esportivo. Cada time/clube de futebol muda seu estatuto com a chegada de um novo presidente. Existem casos de presidentes que estão no poder há décadas. Um clube nos tempos atuais rema na contramão e renova sua diretoria sem traumas. É o Corinthians Paulista, hoje acredito que o único brasileiro que não tem reeleição. Um presidente terminando seu mandato hoje não pode se reeleger nem na eleição seguinte. Um ex-presidente fica, no mínimo, de fora do processo eleitoral por duas vezes e qualquer diretoria tem garantido auditoria externa, transparência absoluta. Por tudo o que vejo acontecendo em seu nome, sei que a democracia no Brasil e quiçá mundo afora é falácia. Conversa pra boi dormir.
Henrique, se puder, ouça o comentário de Ricardo Boechat sobre a onda de protestos em todo País.Parece que alguém da mídia, realmente, entendeu os protestos.. http://bandnewsfm.band.uol.com.br/Noticia.aspx?COD=669727&Tipo=227
ResponderExcluirOrlando André
Henrique
ResponderExcluirSabe o que mais gostei nos seus últimos dois textos:
Você entrou de cabeça no primeiro ato ocorrido na cidade, apoiando e depois no segundo, já estava com o pé no freio. Eles mudaram de rumo e não tinha mais como apoiar o que estava acontecendo nas ruas. Sábia decisão, pendeu para o lado coreto.
Um abraço do
André Ramos
HPA você é o cara!... O país está a caminho de um golpe. A direita asquerosa e facista brasileira, não se conforma em perder espaço para o PT. Essa perda de espaço gerou um ódio racista, contra o ex presente Lula. Tudo começou quando FHC tentou emplacar o seu apadrinhado Serra, perdendo para o Lula. Depois veio a reeleição e Lula deu uma surra no Alckmin, fazendo com que a soma dos votos do segundo turna fosse menor do que a soma do primeiro turno. Foi uma derrota vexatória. Lula governou e conseguiu eleger sua sucessora, Dilma, derrotando o rival Serra. Em seguida, veio outro golpe nos tucanos, perderam as eleições municipais para o Fernando Hadad, pupilo , de Lula, que esmagou o candidato Serra, conhecido como vampiro, por ter feito parte da mafia dos hemoderivados. Agora, próximo de acontecer as eleições de 2014, para Presidente da república e não tendo um candidato que os represente, resolvem na calada da noite, pegar carona no movimento MPL - Movimento Passe Livre, que reivindicava a revogação do aumento de R$ 0,20, tentando insuflar a massa contra o Executivo Brasileiro (entenda - Presidente Dilma), para dar um golpe. Felizmente a grande maioria dos brasileiros estão conscientes e não permitiram que isto aconteça. No entanto, é preciso atenção... muita atenção com os anonymous da vida.
ResponderExcluirADEMAR ALEIXO CAMILO
é bem por aí mesmo ... por isso não fui filmá-los e até agora nem consegui escrever sobre o assunto. Quem sabe uma hora dessas sai.
ResponderExcluirPaul Sampaio Chediak Alves