A ESTÁTUA
LIBERTA (sic) E A DA ENY (ops) – MAIS TRÊS CITAÇÕES E INSTIGAÇÕES
Na primeira,
o editor do JC e considerado João Jabbour cita meu nome no jocoso editorial do caderno semanal Segunda
Feira. Gostei do texto e só um adendo: não faço parte dos leitores talibãns. No
mais, o texto do Jabbour serve muito bem para exemplificar como devemos de fato
tratar esses temas, sem a agressividade predominante nos tempos atuais. Na
segunda citação, um agradecimento ao também eterno editor do Caderno de
Esportes, o amigo Leonardo de brito, que na edição de sexta, 09/08, do seu Em
Confiança, quando o pau comia solto se posiciona da seguinte forma: “AQUELE
ABRAÇO Aldo Wellicham e Henrique Perazzi de Aquino – concordo, sobre a estátua”.
Foi curto e grosso, dizendo tudo. Por fim, como terceira citação, algo do texto
dominical de Zarcillo Barbosa, o “A arte da felicidade”, quando desenvolve uma
teoria das mais interessantes sobre os símbolos “kitsch”, de puro mau gosto,
espalhados pelo mundo, mas num certo momento desfere uma punhalada: “Pior que o kitsch é hostilizar um empreendedor que vem de fora,
gasta R$ 50 milhões em Bauru, reabilita uma área abandonada há 30 anos, não
pediu nada para ninguém, gera emprego e impostos. Só porque tem como aproach
comercial a Estátua da Liberdade...” Disse mais e pode ser lido aqui: http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=230155,
mas o que ele parece não ter entendido, que nem sempre investidores, mesmo
gastando 50 milhões, reabilitando áreas deterioradas devem merecer a unânime benção
subserviente. E se ele ali colocasse um símbolo nazista e se dali saísse algo
malcheiroso a incomodar a todos e se chegasse com investimentos sabidamente
advindos de forma ilícita? Não é o caso da Havan, mas Zarcillo precisa parar de
sacramentar tudo que vem do lado do capital como o melhor para tudo e todos.
Quero continuar tendo o direito garantido do juris esperniendi. Leiam abaixo,
na íntegra o texto do Jabbour, um apaziguador nato:
E a Casa
Branca? – João Jabbour - JORNAL DA SEGUNDA FEIRA JC
Definitivamente
não vivemos apenas de assuntos
importantes. Aliás, hoje eles ocupam o menor espaço da agenda social. Veja o
‘espetacular’ duelo que está sendo travado desde a última semana na tribuna do
leitor do JC e nas redes sociais sobre a imensa estátua da liberdade colocada
pela loja Havan em sua entrada, ali pelo cruzamento da Nações Unidas com a Marechal
Rondon. Pasme, o assunto ganhou o mundo (deu no El País, da Espanha). Confesso
que ficamos em dúvida, aqui na redação, se abraçávamos ou não aquela pauta
(assunto) típica da rede social, realidade nova com a qual ainda estamos
aprendendo a lidar no jornalismo. Mas o fato é que, no auge do tiroteio verbal,
um dos ‘tribuneiros’ disse que o prostíbulo da Eny, que entrou nessa história
de forma enviesada, gerou mais empregos do que a loja de departamento, por isso
a famosa cafetina é quem deveria ter uma estátua na entrada da cidade. Por essas
e outras argumentações, a grande discussão da semana ganhou contornos
ideológicos, estéticos, econômicos, logísticos, históricos, urbanísticos,
religiosos e... caricatos. Uma pesquisa revelaria que nunca neste País uma
estátua foi tão comentada...
Meu amigo
Henrique Aquino, um dos bons polemistas de Bauru, estava em Buenos Aires quando
o Facebook o trouxe de volta, instantaneamente. Vendo que havia até
abaixo-assinado para remover a estátua, não se conteve. Em meio a uma garfada
no chorizo e um gole da Quilmes, mandou parar o tango, comparou Eny com a
senhora que segura a tocha na estátua, e sugeriu um monumento para a dona do
bordel também. Foi o estopim de uma discussão generalizada que ameaçou, lá pela
sexta-feira, descambar para a pancadaria. Outro daqueles indignados e atentos
observadores do cotidiano, o Aldo Wellichan, fechou com Henrique e, a esta
altura, deve estar procurando um escultor com a foto da “gloriosa Eny” (como a
identificou) na mão. Na sequência das cartas, Aldo recebeu a enfezada sugestão
de um leitor para que a estátua da Eny fique no jardim de sua casa, argumentado
que é espaço privado, como o da loja. Durma-se com uma estátua no quintal...
Uma ‘gugada’ (pesquisa no Google) me informou que polêmicas também se
instalaram por cidades onde a Havan chegou com o tal adereço – Itajaí, Barra
Velha, São Carlos, Anápolis...
Mergulhando
um pouco mais no mega-assunto, descobri uma coisa que quase ninguém percebeu e
que pode acabar em rompimento das relações diplomáticas entre o Brasil e EUA,
se não houver conciliação: a arquitetura da loja é inspirada na Casa Branca.
Isso mesmo, aquela onde o “cara do cara”, o Obama, mora. Se a estátua de uma
ilha de Manhattan, em Nova York, causou essa revolta toda, imagine então a
enigmática e poderosa Casa Branca, “sede do capitalismo selvagem”, como alguns
dos leitores talibãs diriam... Em 1986, dois jovens de Brusque (Santa Catarina)
iniciaram o que hoje é uma grande rede de lojas. O nome “Havan” é a junção das
sílabas iniciais dos nomes dos dois rapazes bons de comércio (mais ainda de
marketing): Luciano Hang e Vanderlei de Lima. Em 1996, implantaram a primeira
estátua da liberdade na filial de
Brusque, para representar, segundo a empresa, “a liberdade de escolha dos
clientes”... Como se vê, um simplismo conceitual, criativamente pobre e que
nenhuma “teoria de conspiração” pode abarcar.
Outro dia, no auge do estresse, um amigo deu-me um conselho: “Não leve a vida tão a sério...” Ele deve ter sugerido que me deixasse absorver também pelas frugalidades da vida. Pois bem, cá estamos, falando do lado B do cotidiano - b de balela, de banalidades, bobagens e de besteiras. Mas já que falar de coisas desinteressantes também é importante, não quero derramar mais gasolina nesta fogueira acesa pelo fogo da estátua, mas a Havan enviou um release à imprensa local para informar sobre a colocação do enfeite e, no final, solenemente, anunciou a boa nova: “Bauru acaba de ganhar um novo cartão postal...”
Por enquanto é isso, não achei o tal texto do El País (fucei o site deles e nada), mas se o achar, estará aqui em breve...
Henrique
ResponderExcluirOlha o que um amigo me mandou de SP: http://www.youtube.com/watch?v=uYxMMMuYFdE
Estátua Da Liberdade Cafona Ou Bonita Balanço Geral SP Geraldo Luis Tv Record São Paulo Terça Feira
Moradores de Bauru, em São Paulo, fazem abaixo-assinado pela retirada de estátua da Havan Estátua Da Liberdade Cafona Ou Bonita Balanço Geral SP Geraldo Luis...
Wellington Leite
cafonèrrima !!!!!!!!!!!!!!!!!!! Lambe saco dos gringos....
ResponderExcluirMARCELO CAVINATO