sexta-feira, 23 de agosto de 2013

DROPS – HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (92)


ALGUMAS COLETADAS NO DECORRER DA SEMANA – POUCA COISA
1.) Vou ao atendimento de um caixa eletrônico. Horário aproximado, 16h30 e entro com um a agenda de mão (onde carrego toda minha vida).Para agir mais tranquilo a deposito no alto do caixa e faço o que tinha que ser feito no local. Na saída, nem mais me lembrava da agenda, fui saindo. Um vigia bancário sai lá do seu posto e fica batendo de forma insistente uma chave na porta de vidro do banco. Percebo ser para mim e ao me voltar, me aponta o caixa onde estrive. Volto para buscar a agenda e lhe agradeço com uma reverência de corpo. Detalhes reconfortantes do dia a dia.

2.) Ela se separou do marido, mas para não ser privada dos benefícios do pomposo sobrenome (mais sociais), pelos quais possuía antes da separação e como esse a queria ver sem seu nome dali para frente, o inusitado ocorre. Uma ação judicial dela tentando sensibilizar a Justiça, de que a manutenção do sobrenome agregado ao seu é de vital importância para a continuidade de sua vida. A ação corre nas varas bauruenses.

3.) Dizem que pego no pé do radialista Chico Cardoso, da Jovem Auri-Verde. Dia 14/08, no programa matinal do Rafael Antonio ele surge para anunciar uma manchete policial (sua especialidade): “Estudantes presos plantando maconha em garrafas pet dentro de apartamento”. Seu comentário, o de apresentação, mesmo não havendo nenhuma relação entre um fato e outro foi: “Esses são os mesmos que fazem os protestos...”. E o chato sou eu.

4.) Ouço uma crônica sobre cegueira num CD em castelhano. Lá uma atriz discorre sobre Borges, o poeta cego argentino. Todo dia saia às ruas, acompanhado de sua bengala, ajudado por populares anônimos para atravessar as ruas e circular desviando dos perigos. Num dia frio, pouca gente nas ruas, ele para numa esquina e ali fica um tempo até que alguém esbarra nele, ambos juntam os braços e atravessam a rua. Do lado de lá, um sem conversar com o outro, cada um segue para um lado e descobre-se pelo testemunho relatado na crônica, serem ambos cegos. Ouçam isso, ao abrir cliquem no nº 27: http://musicaq.net/descargar_musica/china-zorrilla-1.html

5.) Sou um inveterado escutador (sic) de rádio, principalmente AM. Outro dia criei caso ao comprar um rádio para o carro, quando descobri que nesses novos não tinha sintonia AM. Desfiz o negócio.  Sou tarado pelos noticiários e os de entrevistas. Pela manhã dou uma viajada no dial entre a 94FM, 96FM e Auri Verde. Das 8 até às 11h Bauru fenece e perde para tudo quanto é emissora regional, pois na maioria das cidades bons programas de opinião. Por aqui nada. Nesse período confesso escutar a Band News RJ, com o Boechat, um voz das mais lúcidas, tanto no rádio como na TV. Fica no ar das 9h até perto das 10h30 no http://playersradios.band.uol.com.br/?r=rb_bandnewsfm_rio. Só as 11h algo audível em Bauru, no Bauru Agora, da Auri-Verde, com o sempre surpreendente Rafael Antonio. Por que não estender esse horário e preencher as manhãs bauruenses com bons temas? Enquanto isso não acontece Boechat mata a pau.

6.) Quem se utiliza dos serviços do Fórum, ali no começo do Bela Vista já deve ter batido os olhos numa residência, dessas antigas, desbotada pintura, localizada bem defronte a Secretaria da Fazenda, na curva da rua, cujo quintal está sempre cheio de carros. É a residência de uma distinta senhora, dona BEATRIZ, que ganhando pouco e observando o inferno astral de tantos que buscam uma vaga de estacionamento no local, abre diariamente o portão de correr de sua casa e permite que dezenas deles estacionem no seu quintal. O local é em declive, mas tem um fundo até arborizado. Ela vive só, cheia de cuidados com os “nóias”, que infernizam quem permanece com os portões escancarados como os seus, mas resiste e com um jeitinho peculiar, voz baixa, assuntando muito sobre seus “clientes”, vai conseguindo fazer uma renda extra e substancial no final do mês. Vê-la ali na sua área, olhos atentos aos movimentos da rua e do seu quintal, cuidando ora da casa, ora dos carros que entram e saem é motivo para uma crônica social dos desencontros e gambiarras promovidos pelos brasileiros para sobreviver e continuar pagando suas contas em dia. Dona Beatriz acabou por se transformar, mesmo sem querer, num peculiar personagem entre os frequentadores diários do Fórum bauruense. O que ela não quer de jeito nenhum é que o Fórum sai dali como já ouve comentar.
OBS.: As três ilustrações superiores são de GUTO LACAZ, a foto de dona BEATRIZ é minha e a tira final é de MIGUEL REP, essa sacada do diário argentino Página 12, edição de hoje.

7 comentários:

  1. Henrique

    Conheço dona Beatriz, cobra R$ 3,00 reais pelo período e toma conta direitinho do carro dos advogados. Bela lembrança.

    Carlos Duarte

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  2. HENRIQUE
    Ouço a Auriverde desde moleque e acompanho todas suas transformações. Antes tinha o Silvestre, que junto do chico Cardoso produziam uma aberração diante dos microfones, uma espécie de pegação de pé em tudo o possa passar perto dos movimentos sociais, anti PT ao extremo e quase declarados tucanos. Chico vai além da admiração com a Polícia Militar, ele declara amor aberto e poupa críticas a eles e as faz nos Direitos Humanos, seu bode expiatório. É uma pessoa criada dentro do rádio, começou em outras funções e foi ficando. Não é ruim diante do microfone, até gosto, mas esse sua impossibilidade em ocultar suas preferências é o que o torna com pouca confiabilidade. Tem pessoas, assim como eu, que já estamos velhos demais para mudar e ter outro posicionamento de vida. Ele não vai mudar, vai continuar sendo essa pessoa que gosta de estar de bem com os poderosos da cidade, talvez todos anunciantes da rádio.

    Alvarenga

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  3. Prefiro as histórias dos dois cegos atravessando a rua juntos sem o saberem cegos, um amparando o outro. Linda essa e a sua do banco,quando ia indo embora e esquecendo sua agenda, que certamente lhe traria enormes problemas e é avisado pelo guarda do banco já na saída. Duas histórias a demonstrar que o mundo não está totalmente perdido. Pequenos detalhes vividos dentro da grande cidade. Eles é que me emocionam.

    Valéria

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