NINJA, RODA VIVA, FELA, AUGUSTO NUNES, DIREITA E ESSE HPA Estava me preparando para escrever algo sobre o último Roda Viva, segunda passada na TV Cultura, com o pessoal do Ninja, quando me deparo com o texto semanal do FELA no Bom Dia Bauru de hoje. Não vou escrever mais nada, pois está tudo ali. Só acrescentaria algo ao que ele escreveu: com a saída do âncora Conti quem entra é o Augusto Nunes, décadas atrás um bom jornalista (nascido aqui pertinho de Bauru, em Taquaritinga), mas depois que se transformou em prócer da direita raivosa, perdeu toda a credibilidade. Se o programa já era claudicante, vai piorar com o novo entrevistador. A TV Cultura é a face horrorosa do (des)governo tucano em São Paulo. Li um texto do baiano Antonio Risério na Brasileiros onde sem papas na língua diz: “Jamais esperaria qualquer coisa de Geraldo Alckmin. Aquilo é um direitista incorrigível. Direitista, provinciano e incapaz até dos voos mais rasteiros de pensamento”. O governo paulista está nas mãos desses. Mas voltando ao FELA, leiam o que saiu hoje escrito por ele sobre o papel fundamental dessas novas mídias:
O entrevistador pergunta: “O Mídia Ninja é um jornalismo engajado, político... Vocês estão, politicamente, mais próximos do movimento Passe Livre, do Black Block, da Marina (Silva) ou do PT?”
Um dos entrevistados responde: “Acho que está (sic) próximo de tudo ao mesmo tempo.”
O entrevistador retruca debochadamente: “Isso não existe. O que está próximo de tudo ao mesmo tempo é o Sol... sua resposta é evasiva.”O entrevistador em questão é Mário Sergio Conti, 59 anos, que já foi editor da revista Veja, do Jornal do Brasil e, até a última segunda-feira, era âncora do programa Roda Viva, onde promoveu a discussão acima. Os entrevistados, no meio do Roda, são Pablo Capilé e Bruno Torturra, dois jovens idealizadores do coletivo de jornalismo Mídia Ninja, que ganhou destaque fazendo cobertura, via internet, ao vivo “de dentro” das manifestações que tomaram conta do país recentemente.
Com o uso de celulares e notebooks, a rede contou com a ajuda de colabores e voluntários para dar mais voz ao cidadão comum que às autoridades durante os protestos.
O miniembate citado acima mostra o quão distante do século 21 alguns jornalistas e veículos ainda estão. Conti, por quem tenho enorme respeito, infelizmente, representa o velho jornalismo, cada vez mais em crise.
Um tipo de jornalismo que ainda quer ver tudo de forma dicotômica, maniqueísta, bem x mal, esquerda x direita, sempre com um recorte conservador.
Conti insiste: “Vocês vão para proteger os manifestantes, para participar e reivindicar... Não existe isenção ali”, bradando como se os veículos por onde passou nunca tivessem feito recortes de realidade ao publicar versões quase sempre tendenciosas dos fatos. Prova disso, é que esse foi o último Roda Vida que Conti apresentou. Foi demitido por levar, em semanas consecutivas, primeiro José Serra e depois Fernando Henrique Cardoso para comentarem os protestos contra o atual governo, em pleno calor das manifestações. Do governo, não chamou ninguém. Ou seja, não praticou o básico ensinado nas faculdades: ouvir os dois lados, algo que cobra agora do Mídia Ninja.
Colaborativo - Concorde ou não com seus ideais, o Mídia Ninja intensificou no Brasil a prática do “jornalismo colaborativo”, nem sempre feito por jornalistas profissionais, mas que chega para botar mais lenha na fogueira sobre “o fim dos jornais”.
De fato, o jornalismo como o conhecemos hoje, parece com os dias contados. Enquanto redações e mais redações fecham as portas por falta de dinheiro, o Mídia Ninja segue uma lógica de mercado simples: colaboração, equipamentos baratos, vontade de mostrar as coisas de forma diferente e de dar voz a outros atores sociais, algo que o velho jornalismo não faz há muito tempo. Admito que, assim como vários colegas de profissão, vi a cobertura do Mídia Ninja com cara de espanto e dificuldade para entender o que estava acontecendo. Ao assistir ao Roda Viva da última segunda-feira, tudo se clareou.
Programas como o Roda Viva – que já foi referência para mim – estagnaram, perderam o rumo por acreditarem ser detentores únicos da informação “isenta”. Por tentarem regular a sociedade sem se regularem. Por ouvirem só o que e quem lhes convém.
Na última segunda-feira, foi fácil ver o velho e o novo jornalismo cara a cara na TV Cultura. De que lado você vai sambar?
Sim, Capilé apenas fazia o branding do Fora do Eixo, travestindo-o de política cultural coletivista e hoje, em última instância, de movimento social. O Fora do Eixo é tão movimento social quanto o TelexFree.
ResponderExcluirA Nobre Farsa: Pablo Capilé e a verdade sobre sua política de não pagar cachês
nobrefarsa.blogspot.com
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Jorge Luiz Maskalenka