sábado, 12 de abril de 2014
UM LUGAR POR AÍ (50) -
VAMOS TODOS BATER NOS PORTÕES LÁ DO LAURO, ELE AMANHÃ COMPLETA 81 ANOS Essas efemérides todas, datas redondas disso e daquilo, centenários de nascimento de algo tão importante, mas que se fosse por mim passava certamente batido. Sou um ser desligado e nem as datas de aniversários dos bem próximos a mim eu consigo guardar com exatidão, imagina disso tudo à nossa volta. Nem por decreto. Os 75 anos do Automóvel Clube e o centenário da Praça Rui Barbosa eu fiquei sabendo pelo jornal, e agora o dileto companheiro de escrevinhações e fotógrafo como poucos, registrador de tudo o que encontra pela frente, o bombástico Jaime Prado, lá do seu apartamento/bunker ao lado do SESC me avisa de outra, os 81 anos completados amanhã do Instituto Lauro de Souza Lima, a jóia da coroa para esse espevitado e inquieto cinegrafista, funcionário público e registrador incansável da história de uma dos mais bucólicos lugares de toda essa Bauru.
O Lauro de Souza Lima por si só já é algo surreal, mais uma dessas latentes evidências de que tudo acaba acontecendo e tendo Bauru como pano de fundo. Pois não é que lá atrás, governo Getúlio Vargas, ainda em sua fase ditatorial, decide por decreto construir um imenso hospital para abrigar portadores de hanseníase, hoje não mais dita lepra. Até hoje se comenta por aí nos meios científicos sobre um tal de “Mal de Bauru”? Nossa fama não é só por causa do sanduíche, do Pelé, do raio, do astronauta, da onça, mas de muito mais coisas, uma delas o Lauro. O Lauro Hospital, que na verdade é muito mais que um hospital. Ali, mesmo com tudo o que o Jaime faz para propagar aos quatro ventos, espalhando fotos por tudo quanto é lugar, nem metade dessa cidade sabe de tudo o que pode ser encontrado lá dentro.
Dentro do Lauro tem uma cidade oculta, com construções que vão desde uma igreja, aliás uma vila inteira, até um teatro, tudo para atender a demanda quase nacional de gente que vinha para cá e ficava ali internada, regime de exclusão do resto da cidade. O tempo passou, os métodos de cura deixaram de valorizar o isolamento e tudo foi um tanto esquecido (não o hospital, que continua em plena atividade), mas sim a maioria das edificações sofrendo o inexorável processo de deterioraração e o restauro está sendo lento e gradual. 81 anos nem é uma data redonda, isso na verdade ocorreu no ano passado, quando completou 80, mas é que o Jaime escreve tanto de lá, que de vez em quando me bate uma saudade de andar por aqueles lados e nem sei se isso ainda é possível. Ainda se pode visitar aquelas ruas cheias de velhas histórias? Imagina num dia desses, munido de um bom livro, ir sentar-se bem nos degraus do velho teatro e ali ficar lendo e olhando para aquelas paredes, cheias de muitas histórias. Ruas com calçamentos de pedras portuguesas e paralelepípedos em bom estado de conservação. Os ricos detalhes, cada cantinho deve ter uma rica história pronta para ser revivida.
Andar nas entranhas do Lauro deveria ter a mesma conotação para Bauru e os bauruenses de dar uma volta no Jardim Botânico, no Zoológico, na Tenrikyo, etc e etc. Tem gente que gosta de bater perna, assim por nada, dentro de shoppings centers, outros no calçadão comercial, outros preferem ir tirar fotos até da estátua da Havan, mas eu preferiria muito era levar convidados meus para conhecerem o Lauro. O Jaime Prado, o maior entendido daquilo tudo é, sem sombras de dúvidas, o melhor cicerone que o lugar poderia ter e após sua aposentadoria, que pelo que já sei, está aí batendo na sua porta, poderia ser oficializado e entronizado como o apresentador mór daquelas instalações para visitantes de todos os matizes e paragens. O negócio me bateu assim de estalo, algo incontido, a de que devemos todos nos dirigir até aquela lonjura e bater nos portões lá do Lauro, com a solicitação de desejo irrefreável de visitar suas instalações. Se não chover, como anuncia o tempo aí fora, Jaime Prado poderia nos recepcionar no portão e nos mostrar aquilo tudo, detalhe por detalhe. Que acham da ideia? Boa pedida para um domingão, não?
OBS.: As fotos são todas do JAIME PRADO, o maior "laurista" desse nosso mundo.
Meu amigo Henrique: " A História é a Ciência dos fatos documentados. Sem documento não há História", e digo sempre que a História não tem dono, ela tem seguidores e vamos seguindo a história sem se preocupar com o glamour e com os reconhecimentos, vamos fazendo a diferença as vezes incomodando, e deixando uma perguntar no ar falar e mostrar a história é Crime, ou quando esconde as maracutais isso não pode mostrar, além do que somos cidadão Bauruense e não somos turista da história.
ResponderExcluirCaro amigo li e reli seu texto maravilhoso, ideias e pensamentos de quem sabe o que esta dizendo e escrevinahndo como você mesmo fala, vou postar ou melhor compartilhar com meus 10.684 amigos e amigas espalhados pelo Brasil Brasilieiro e tenho certeza que os amigos e amigas virtual do outro lado do mundo estão lendo e comentando seu pensamento, obrigado de coração pelo carinho isso não há dinheiro que pague, nem as maiores fortunas porque isso um dia acaba, e a história permanece, porque as fortunas que eles recebem por ai passa, eo um reconhecimento sincero de uma amigo de longas escrivinhadas no livro da Vida isso permanece eternizado na minha memória, abs amigão fica com Deus. Jaime Prado:
Bauru/SP
hENRIQUE
ResponderExcluirAcho ótima a idéia.
Gostaria muito de conhecer os detalhes desta "Cidade", assim como o "Restaurante" da Eny e o Castelo de Pederneiras. #sonho.
Rafael Schiavo
Parabens Lauro...este senhor de 81anos faz parte da historia da cidade...alias era uma cidade a parte...tinha ate cinema...
ResponderExcluirAdemir Elias
Nasci em Bauru, e morei ai por muitos anos e nunca conheci este lugar.
ResponderExcluirReynaldo Grillo
Fica isolada afastada da cidade amigo aqui era uma colonia de Hansenianos desde 1933, vai fazer anivresário amanhã 81 anos de história.
ResponderExcluirVerdade amigo Ademir Elias aqui tinha tinha Casino Cine-Teatro, Rádio, Sorveteria, Padaria, Campo de Futebol, Quadra de Basquete, Fabricas de Guaraná,Fabrica de Sabão, Fabrica de Bancos de Granito, Grupo de Teatro formado pelo mestre Jésus Gonçalvez, Grafica e Tipografia, aqui foi escrito o Primeiro Jornal o " Momemnto" em 1936, tinha a Famosa Banda de Musica " A Furioza"e a Jazz Band,enfim uma verdadeira cidade que que ficava isolada da Sociedade aqui era o Asilo-Colonia Aimorés que hoje dia 13 de Abril de 2014 esta completando 81 anos de história que passa despercebida, porque isso não da IBOPE.
Jaime Prado- Preservando a História antiga em preto e branco.