Ontem, sexta, 19/09, estou eu viajando com meu carrinho pelas vicinais (como gosto dessas pequenas estradinhas, bucólicas e com muito verde por tudo quanto é lado), quando o surreal está bem diante dos meus olhos. Imaginem a cena do gajo dentro do seu carro, quando olha para o lado e se depara com um prédio, brotando assim do nada no meio do mato, no meio do verde, só ele ali e o mato do lado. Seria uma miragem? Algo como um oásis ao contrário? Nesse caso não, essa cena sempre me intrigou e toda vez que passo por ali, impossível não pensar no assunto: Que raios faz um baita de um prédio numa cidadezinha dessa? Escrevo de Macatuba, uma que se intitula a Cidade do Patriotismo Brasileiro (sic), com algo em torno de 10 mil habitantes e um prédio no meio disso tudo. Sim, o prédio está ali já faz bem uns dez anos, único ali na paisagem. Para quem vem pela estrada e ainda não avistou a cidade, mas só o prédio, perigoso enfiar o carro no meio do mato, baita o susto que o sujeito leva.
Eu sempre levo e não consigo encaraminholar de como o ser humano tendo uma infinidade de área livre ao seu redor consegue ir residir num caixote. Tudo bem que a paisagem da janela do sujeito é maravilhosa, verde por tudo quanto é lado, mas ele poderia morar lá embaixo e botar seus filhos correndo na grama verde, com cachorros saracotiando em volta da casa e tudo o mais. Não, o que vale mesmo é o exemplo da cidade grande frutuficando por ali. O exemplo não vale só para lá, BARIRI também tem um prédio, somente um, esse até mais velho, já mais de vinte anos. Até a manutenção desses deve ser mais dificultosa. Imagine um elevador quebrado e ligam para a empresa, distante quilômetros dali. Vão ter que se deslocar estrada afora até lá e só para aquele serviço. Tudo mais complicado. O ser humano quer copiar um o outro, ir vendo o que deu certo ali e querendo o mesmo, o benefício estendido para si também, mas nesse caso não vejo assim e a crítica não é feita em si para a Macatuba e seu prédio, mas para uma não necessidade disso. Não devem ser esses os únicos exemplos, outros tantos devem estar espalhados país e mundo afora, mas esse aqui bem pertinho foi quem me fez escrevinhar esse textinho. Nada contra Macatuba, nem Bariri, viu!
Olhem para as fotos tiradas ontem e vamos refletir juntos sobre essas coisas ocorrendo por aqui, ali e se multiplicando diante de nossos olhos. Imagino e tento me colocar no lugar do poeta caipira, Lazaro Carneiro tentando fazer uma poesia sobre aquela construção e nem consigo imaginar que raio de resultado sairia de sua cachola, mas sei que viria algo meio provocativo, bem ao estilo do matuto diante de um geringonça da metrópole enfiada no meio do curral das vacas. E VIVA O PRÉDIO NO MEIO DO MATO!!!
HENRIQUE
ResponderExcluiré tiririca geneticamente modificadA.
VEJA A POESIA BAIXO:
Nossa senhora dos canaviais
Protegeis os usineiros
não deixa faltar dinheiro
no bolso dos avarentos
que fez tempestade e vento
no cerrado brasileiro
-----------
--foi raio de silibrina
barulho ronco e fumaça
onde passou fez desgraça
aquilo foi furacão
com trator e caminhão
que virou canhão de caça
-----------
--casinha de joão de barro
trincou e virou farelo
até bico de tucano
entortou igual martelo
hambuzinho perdeu a pena
coisa da gota serena
quase que me desmantelo
------------
--veado morreu queimado
pulando nas labaredas
tamanduá perdeu a vida
virando uma tocha acesa
eu vi na televisão
uma onça virou carvão
que judiação!que tristeza.
---------
--Cutia entrou no buraco
jogaram terra por cima
tatu morreu masgalhado
era essa a sua sina?
Ou é fruto da avareza
De quem só pensa em riqueza
Tudo vira cangibrina
-----------
--Um preguiça repousava
Na copada de um angico
Correntão passou em baixo
Deu um solavanco no bicho
A árvore foi entortando
Ouvi o pobre gritando
Foi o seu ultimo grito
--------------
--Um bem- ti -vi voou longe
Cantando desesperado
Vou contar o que aconteceu
Pro povo civilizado
Quem sabe alguém com mais tino
De melhor sorte e destino
Ao que sobrou do cerrado.
LÁZARO CARNEIRO
Mals ai,só que Bariri tem 3 prédios Vlw!!
ResponderExcluir