O HIP HOP PROCURANDO UM LAR E DOIS DELES EM PETIÇÃO DE MISÉRIA
A hoje ex-morada da Casa do Hip Hop em Bauru |
“Hip Hop bauruense sem direito a moradia
O Direito à moradia adequada se tornou um direito humano universal, aceito e aplicável em todas as partes do mundo como um dos direitos fundamentais para a vida das pessoas, no ano de 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. Mas o que é uma moradia adequada?
O Mussum na parede Casa Hip Hop |
Moradia adequada não é aquela que apenas oferece guarida contra as variações climáticas. Não é apenas um teto e quatro paredes. É muito mais, é aquela com condição de salubridade, de segurança e com um tamanho mínimo para que possa ser considerada habitável. Deve ser dotada das instalações sanitárias adequadas, atendida pelos serviços públicos essenciais, entre os quais água, esgoto, energia elétrica, iluminação pública, coleta de lixo, pavimentação e transporte coletivo.
E essa semana o Movimento Hip Hop bauruense perdeu sua casa, localizada na Cussy Junior, 13-55, Centro. Os bauruenses que passarem por ali não mais terão o colorido dos grafites o sorriso do saudoso Mussum, terão somente uma casa, como tantas outras que em breve será mais um ponto comercial. Mas esse está longe de ser o maior dos problemas. Nessa semana dezenas de artistas bauruenses perderam sua casa, são inúmeros artistas que se concentravam por lá para compor, produzir discos, eventos, trocar experiências e o mais importante, levar cultura, lazer e entretenimento para as periferias da cidade.
Soc. 19 Junho: o escrito no alto da casa é histórico |
Barrada pela “burrocracia” do sistema, quem perde mais uma vez é a população. A solução por parte da Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Cultura, tardou a ponto de perder a Casa do Hip Hop e veio através de uma casa abandonada que não atende em nadas as necessidades básicas de uma moradia muito menos as do movimento Hip Hop de Bauru. Alguns membros do movimento brincaram com a musica de Vinicius de Moraes e Toquinho, dizendo ser uma casa muito engraçada, por não ter teto e não ter nada. Pois eu digo o contrário: tínhamos uma casa muito engraçada, não tinha teto para as ideias, não tinha nada e nem limites para o movimento. Sabe por quê? Ela era feita com muito esmero!”.
AGORA O MEU PITACO – Tanto o Magu como o Yuri falam em não querer esmolas e pressionam o poder público. Faria o mesmo estando à frente de entidade com tamanho poder e apoio popular. Também gostaria de saber em que pé estão as condições propostas pela Lei dos Pontos de Cultura. Existe um valor recebido ou ainda a receber? Isso foi interrompido? Esse valor não daria para manutenção de uma entidade como essa, bancando os R$ 2.500 reais mês?
O resultado do fogo |
Ruínas na paisagem da Casa dos Pioneiros |
Tem outro lugar. A CASA DOS PIONEIROS, localizada ali na rua Araújo Leite nº 2-63/2-65, também tombada pelo CODEPAC e processo recebendo o nº 18.029/96. Foi objeto de desapropriação pela Prefeitura Municipal, os herdeiros foram notificados, mas acredito que até hoje não foi efetivado o pagamento, mesmo sendo considerado baixo. A importância desse imóvel é por ser o último representante em pé (quase não mais) de uma habitação dos primórdios de Bauru. O local é menor, mas poderia abrigar variadas instituições, desde que tivesse ocorrido o restauro/reforma conforme orientado pelo Conselho. O tempo passou e a ruína se acentuou. Muito se falou de abrigar ali isso e aquilo (Casa dos Artesões e até a ABL – Academia Bauruense de Letras), tudo ficou no campo das idéias.
Junto essas duas situações e faço algumas ilações. Existe mesmo condições legais para esse tipo de repasse? Nem sei se isso é possível. Sei que, aberta uma exceção, outras terão todo direito de pleitear o mesmo. E mais, quem promete, deve estar ciente do que faz. Vivemos sob permanente estado de pressão, essa somente mais uma delas. E por fim, em janeiro segundo consta terá início a reforma/restauro da Estação da NOB. Diante das imensas possibilidades ali existentes, sei e informo de antemão do antigo pleito da APFFB - Associação de Preservação Ferroviária e de Ferromodelismo de Bauru, em busca de sede definitiva para abrigar suas reuniões, maquetes e projetos. E, pelo sim, pelo não, admiro muito o trabalho do Magu à frente do Hip Hop na cidade e tudo isso aqui colocado é só para colocar um pouco mais de lenha nessa fogueira.
Obrigado pelo apoio Henrique.. Gostaria de lhe esclarecer, ou escurecer, sobre a questão dos Pontos de Cultura. O Valor anual do repasse é de 60 mil reais, por um periodo de 3 anos. Nosso repasse esta em dia, porem desses 60 mil, somente 10% podem ser investido em infraestrura, totalizando 6 mil por ano. Isso dividido em 12 meses da cerca de 500 reais por mês... Sendo assim sempre faltam 2.000 mil para fechar a conta....
ResponderExcluirRenato Magú
Henrique a Atb atualmente está sem lar emprestando o espaço de terceiros....desde que estou na Atb entidade a qual presidi tentamos encontrar um espaço até agora sem sucesso....me lembro do seu Tito em baixo do viaduto da Duque que foi expulso com a sua yuarete para dar lugar ao samu e que também ficou sem espaço....continuamos sonhando com a possibilidade de que nossa cultura se desenvolva.
ResponderExcluirAndré Zambelo
André, muito pertinente a lembrança do Tito e o Yuaretê. A lçuta por espaço não é de hoje.
ResponderExcluirHenrique - direto do mafuá
Então ...o caso Yauarete do Tito foi uma cachorrada....e até hj NÃO tem uma sede e sim um espacinho improvisado...acho que com acervo Rico Que eles tem deveria ter um museu. Com destaque pois conheço e tem obras incríveis e raras com o conhecimento e trabalho maravilhoso que eles fazem... Mas s Cultura da cidade ao meu ver é lamentável...
ResponderExcluirPatricia Ferreira
A sociedade beneficente 19 de junho era uma associação mutualista de trabalhadores ferroviários da Noroeste do Brasil. Surgiu no final dos anos 20, período em que esse tipo de associação era muito comum no meio operário. Cheguei de entrar no prédio mais ou menos 15 anos atrás para uma entrevista com o último presidente da entidade. Na época, os documentos e o mobiliário ainda estavam no prédio, que estava em processo de tombamento. Os documentos estavam em processo de doação para o CMR - o que ocorreu pouco tempo depois. Apesar de não ficar surpreso em ver que o telhado do prédio caiu - isso é uma praxe no Brasil - não deixo de ficar triste vendo a situação daqui de Cuiabá. Certeza que se estivesse o prédio com a galera do Hip Hop o local estaria em boas mãos, a região movimentada e a cultura rolando em um lugar histórico.
ResponderExcluirFazer o telhado é a coisa mais fácil que tem. Uma tática usada pelos proprietários de prédios tombados, inclusive dos períodos colonial e imperial, daqui de Cuiabá é justamente danificar o telhado para que a água da chuva faça infiltração na estrutura para colocar tudo abaixo e poder vender o terreno, valorizado por situar-se no centro da cidade. Uma sugestão: ocupação!
Thiago Moratelli
Casa do Hip Hop, ATB, Casa dos Pioneiros, ABL, Casa do Pelé, etc, etc, etc.
ResponderExcluirA Prefeitura esta devendo a muito tempo, uma melhor condição às entidades culturais e sócio-assistências da Cidade.
Vamos pressionar até depois do fim.
raphael schiavo