sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (91)
O VEREADOR E O PARTICIPI O portal independente de notícias PARTICIPI incomoda muita gente. Seus textos, todos virtuais, descrevem o fato ou a notícia nua e crua, como de fato ocorreu, doa a quem doer. Algo pouco usual na imprensa hoje em dia. Não existem interesses em jogo além do da divulgação da notícia. Ela sai transparente, jornalismo com brio, desses valorizando o nome “jornalista e jornalismo”. O que muitos deixaram de fazer, eles fazem como rotina de trabalho. Estão "causando" cidade afora. Tempos atrás um vereador se sentiu incomodado com algo escrito, uma mera citação de uma frase dita por ele, reproduzida dentre as mais quentes da semana. Repercutiu geral. Foi sensato e os procurou, conversaram e como civilizadas pessoas resolveram tudo. Cada um continuou no seu quadrado, os jornalistas jornalistando e o vereador vereando, porém, com certeza, mais comedido nas frases ditas pela aí.
Essa semana um algo mais e novamente com outro vereador, dessa vez Fábio Manfrinato. Uma ameaça de processo, algo intimidador. “Ou retiram do ar o que postaram ou medidas serão tomadas”, foi assim. O fato gerador de tudo seria cômico, se não fosse trágico. O vereador entrega atestado médico alegando problemas de saúde como justificativa para falta em sessão legislativa. Depois na mesma data publica um selfie de si próprio numa praia e ao lado da namorada. Descoberto, o fato gera processo interno na Câmara por Decoro Parlamentar. "Mas por que tirar o texto do ar?", diriam todos. O jornalista do Participi descreve com exatidão tudo o que ocorreu, inclusive as providências em tramitação na Câmara e ainda pedem para tirar o texto do ar. Não tem mesmo como o pessoal do Participi recuar num caso desses. Faltou orientação ao vereador. Permanecendo quieto, tudo não passaria dessa matéria, mas com sua atitude, talvez mal orientado, deu no que deu. O escarcéu foi ampliado em proporções ainda não totalmente codificadas. O estrago hoje é irreversível, pois muitos que não saberiam de nada, hoje já sabem e isso se espalha como o vento. Ampliou algo que poderia ter permanecido com mínima repercussão.
Além do erro teve a resposta do vereador em algo endereçado para mídia. Em nenhum momento rebate o fato em si. Quer dizer, reconhece que o fato é inquestionável. Mas contra ataca com algo impensado, o fato da charge o ter retratado como deficiente. Mas queria que fosse como? Retratou a realidade, só isso. Um sujeito musculoso, bonito, porém deficiente. Onde o erro? Não existe. Existiria se o retratassem com tudo normal. Daí sim, poderiam alegar preconceito, ou algo similar. Vejo na resposta algo pouco pensado. Sabe aquilo de jogar merda no ventilador, é o que está sendo feito. No momento em que Manfrinato deveria colocar o pé no freio, pisa fundo no acelerador. E ninguém vai orientá-lo para mudar de rumo? Charge sempre foi e sempre deverá ser exatamente isso visto. Pergunte para qualquer chargista como retratam seus alvos. Sempre uma carga a mais aqui e ali, os olhos caídos do Cerveró que o digam, as orelhas de abano do Daniel Dantas ou até mesmo a capa preta do Joaquim do STF. Não houve desmerecimento nenhum a pessoa dele, muito menos à sua deficiência. O que ocorre é um desvio de atenção de um fato grave, buscando e tentando criar algo novo. Maluf fez isso com perfeição a vida toda. Maluf é Maluf e Manfrinato é Manfrinato.
Olhem só o desfecho disso tudo. Uma nova charge dele deverá pintar no portal do Participi. Mais que isso, marcado para segunda, no espaço da Câmara, um Ato a favor do portal. E o fato está gerando entrevistas variadas nos mais diferentes órgãos de imprensa e daqui a instantes, se é que já não pintou no ar, algo mais em divulgação nacional. De minha parte tenho a dizer para encerrar meu texto: O texto do Participi foi primoroso e a charge foi honesta, sem jocosidade, bela ilustração para a matéria. Se ainda houver alguma dúvida, acho que o vereador poderia republicar a tal foto feita no selfie lá na praia e vamos comparar tudo. E isso ainda vai acabar sendo feito, pois caiu na rede social, alguém deve ter gravado e com, certeza ela já está devidamente copiada junto ao processo. Perceberam como é fácil a gente meter os pés pelas mãos? Ainda dá tempo de, com muito pano quente, algo ser amenizado, mas muito estrago que poderia ter sido evitado, já está consumado. Eu tenho como conselheiro para essas horas, esses momentos assim onde pisamos em ovos, meu TRAVESSEIRO. Ele me dá dicas melhor do que qualquer pessoa. Mas o meu travesseiro eu não dou, não vendo e nem empresto. E mais, o tranco a sete chaves para que ninguém faça uso dele sem o meu consentimento.
OBS.: As fotos publicadas como ilustração do texto são de minha visita hoje à tarde na redação do Participi, acompanhado do filho Henrique Aquino e do amigo, Marcos Paulo, Comunista em Ação, em solidariedade pelo ocorrido. Paula Monezzi e Giovani Vieira, ambos do Participi nos recepcionaram maravilhosamente e mais lhe digo, nem um mero cafezinho nos foi servido.
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