sábado, 14 de março de 2015

BEIRA DE ESTRADA (45)


ATÉ DE PEDERNEIRAS TEM GENTE ENVOLVIDA COM O LAVA JATO*
* texto publicado edição jornal pederneirense Pedra de Fogo, 14/03/2015:

Esse negócio da investigação do Lava Jato pega todos os ricaços brasileiros de calça mais do que curta. Sem tirar nem por. Aqui nesse torrão acusa-se muito, mas pouco se olha para o próprio rabo. Outro dia escrevi que em Jaú tem um figurão preso e tudo por intermediar negócios escusos, dinheiro a ser lavado com o doleito Yousseff. Trata-se de alguém com um pomposo nome, JOÃO PROCÓPIO JUNQUEIRA PACHECO DE ALMEIDA PRADO, ligado umbicalmente a outro jauense, o famoso Camargo Correia, o da construtora. Está preso, mas a grande mídia só fala dos males do PT. Outros são escondidos.

Aqui em Bauru tem um figurão sendo denunciado por falcatruas mil. A mídia local conta tudo, menos o nome do santo. Mas a pauleira continua brava para os lados dos petistas, pelo visto os únicos que cometem arruaça financeira. Que nada, sabemos que o negócio está mesmo dominado e até Pederneiras não está isenta de ter alguém com seu nome envolvido nas investigações. Mas quem seria esse? De Pederneiras, tem certeza? Tenho. Conto algo do que já foi divulgado pela imprensa (não a daqui, claro).

Luiz Carlos Azenha, corajoso colunista bauruense possui um influente blog, onde esmiuça um bocadinho do que sabe. Dia desses revelou isso aqui, que se bobear passa batido, pois o negócio é criminalizar somente o PT. Empreiteira daqui de Bauru, conhecida nacionalmente, a BAURUENSE, do pederneirense Airton Daré, citada pelo doleiro Yousseff:
“O doleiro pode estar certo ou não sobre a existência de um inquérito relativo à empresa de Bauru no Supremo Tribunal Federal. O fato é que existe, sim, um inquérito envolvendo a Bauruense, que resultou em denúncia feita pela promotora Andréa Bayão Pereira, em 25 de janeiro de 2012 (íntegra no pé do post). O juiz Roberto Dantes Schuman de Paula não acatou a denúncia por considerar que não era da competência da Justiça Federal e remeteu o caso à Justiça Estadual do Rio de Janeiro. O inquérito corre hoje em segredo de Justiça. A pergunta que não cala: será que Rodrigo Janot se deu ao trabalho de consultar os autos nos quais foi baseada a denúncia da promotora? O caso remete à famosa Lista de Furnas, que os tucanos passaram anos tentando desacreditar como uma grosseira falsificação de adversários políticos”, começa seu texto Azenha.

Resumo disso tudo. Tucano é tão pernicioso quanto tudo o que se vê sendo aventado hoje pela mídia. E não só tucanos e petistas, quase todos. A coisa está feia no quesito isenção. “Segundo os dados da lista, os tucanos arrecadaram um total de R$ 39,9 milhões junto a fornecedores de Furnas no período em que a diretoria de Engenharia era ocupada por Dimas. É a diretoria de Furnas aparentemente citada pelo doleiro Yousseff na delação. O dinheiro teria sido usado nas eleições de 2002 (não confundir com o mensalão mineiro, que é anterior). Aécio Neves era deputado federal e naquele ano foi eleito governador de Minas. Segundo a lista, ele teria recebido R$ 5,5 milhões para sua campanha. Teria autorizado outros R$ 350 mil para o então deputado e hoje senador Zezé Perrella, o do helicóptero apreendido pela Polícia Federal com cocaína”, mais um trecho do texto de Azenha.

Daí Azenha pula para o fato envolvendo Bauru e a passagem de Yousseff pela cidade (ele então já circulou pela cidade): “Mas o fato mais significativo é que Yousseff afirma ter recebido dez vezes dinheiro da propina na sede da Bauruense, em Bauru”. Eu não estou inventando nada. O doleiro foi quem disse isso e o Azenha só reproduziu. Escreveu mais. Leiam: “Na casa do empresário Airton Daré, em Bauru, foram apreendidos R$ 1.027.850,00 e U$ 356.050,00 em dinheiro vivo! Isso, mais uma vez, é consistente com a delação do doleiro Alberto Yousseff, de que ele recebia dinheiro do esquema de Furnas em Bauru. Airton Daré morreu em junho de 2011, mas não sobrou nenhum executivo ou funcionário da Bauruense para ser ouvido em inquérito?”.
Fica claro que Azenha conhece os Daré, mais o filho, dos tempos quando ele era jornalista automobilístico e esse corria nos EUA. Os inclui na pendenga com o intuito de que tudo resvale fundo em Aécio. E tem que resvalar mesmo. Porque isentar uns e criminalizar só petistas, quando até as pedras do reino mineral sabem que poucos se safam. Eis então, Pederneiras no olho no furacão.

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