A ESQUERDA NÃO ACABOU* *Carta de minha lavra e responsabilidade publicada hoje na Tribuna do Leitor do Jornal da Cidade - Bauru SP:
Faço uso de uma frase do ministro da Educação, Janine Ribeiro, pouco antes de assumir o ministério para exprimir algo sobre o papel sempre presente, atuante e necessário da ‘esquerda’, que não acabou e não acabará, como querem e apregoam muitos.
“... não adianta ignorar que as ruas foram tomadas pela direita e que pelo menos em São Paulo nós, que somos de esquerda, nos tornamos, já faz tempo, um alvo. Se dizemos o que pensamos, o que queremos podemos ser hostilizados por um motorista de táxi ou por um qualquer. Basta de começar um small talk numa sala de espera que vem, daí a pouco, uma idiotice qualquer. São idiotices, mas o problema é que os idiotas dominam a fala pública. E é isso que tem que mudar”, disse Janine.
Seria salutar a continuidade do interrompido debate ético. Esse o motivo da esquerda estar acuada. Não existe como os muitos que estiveram na luta pelo fim da desigualdade e das injustiças sociais estarem sendo inseridos no contexto e jogados na vala comum. Inaceitável isso. A convicção ideológica suplanta um ou mais partidos, ela é inerente a cada ser humano e vai continuar existindo independente das adversidades. A radicalização não é boa para o País, pois sua intenção nesse momento é erradicar a esquerda do processo, inviabilizando qualquer tipo de debate sério e saudável. Sim, é uma idiotice julgar e colocar todos dentro do mesmo balaio e tacar fogo nele.
Continuarei defendendo o currículo ético e não me furtarei em defender e lembrar que nos últimos anos foram erradicadas a fome e reduzidas fortemente a miséria. Inegável isso e não existe como escamotear ou esconder o óbvio, pois está aí e tudo a olhos vistos. Continuarei fazendo o que sempre fiz, eu e tantos outros. Estamos vivos, atuantes e pulsantes. Minha luta não se esvai com o que temos presenciado, pois a imensa maioria dos militantes nunca esteve envolvida em nada disso divulgado pelos sucessivos escândalos. Nossa luta e empenho é noutro caminho. Vivemos inseridos no mundo do ‘deus dinheiro’, mas ele não é o principal condutor de nossas vidas. Na verdadeira luta por corações e mentes busca-se muito mais que isso, uma igualdade de condições, oportunidades e não só outra mentalidade, mas algo concreto nesse sentido. Estarei eu e a esquerda envolvidíssimos nisso a vida toda. É o que nos move.
Lindo, Henrique! Faço minhas suas palavras...
ResponderExcluirAlexandre Criscione
COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK:
ResponderExcluirLeandro Vilela Faltou o foro de São Paulo
17 h · Curtir
Almir Ribeiro Pena que Janine não deu exemplo: foi ser ministro do governo que criou as condições para tal situação.
16 h · Curtir
Isa Rinaldi A ferocidade dos ataques ä esquerda brasileira é proporcional aos muitos acertos que o governo tem feito, a saber, desenvolvimento e cuidado com os direitos do povo.
Professor, Henrique, boa tarde! Li seu artigo hoje no Jornal da Cidade de Bauru, e, além de lhe congratular, quero dizer que convivo com esta hostilidade todo dia. Tenho a intenção de que a esquerda e, de modo geral, todos que pensam de modo diverso desta idiotia generalizada que já é instituída, se sentem acuados. Eu estou perdendo até amigos somente por ter votado na Dilma, e por ser contra a redução da maioridade penal. Eu sinto, professor, que a Veja está no seu ápice de sua ideologia destruidora, e para nós, que preferimos o livro, resta a coragem de ir contra esta massa. Novamente, congratulações pelo seu texto. Um grande abraço! Mário Henrique Prado.
ResponderExcluir