terça-feira, 14 de abril de 2015

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (98) E portal PARTICIPI


700 OU 7 MIL? QUAL A DIFERENÇA?*

*Esse meu texto semanal para o portal do Participi e sai publicado hoje, podendo ser lido abaixo ou clicando a seguir:http://participi.com.br/Editorias/artigo.php…

"Não interessa se neste 12 de abril houve mais ou menos pessoas do que em manifestações anteriores. Quem teve a chance de conhecer países em que a democracia existe há tempos sabe que atos como estes são corriqueiros. (…) Nada disso impressiona. O que impressiona é a cobertura digna de Copa do Mundo destinada a tais manifestações ocorridas no Brasil. Jornalistas de verdade gostam de notícias. Mas o que poderia ser mais tedioso e revelador do que ouvir o dia inteiro a mesma narrativa (palavra da moda) sobre atos esvaziados ou inflados artificialmente?", leio esse comentário nas redes sociais e num post da amiga carioca e livreira Maria Helena Ferrari.

Ele cai como uma luva para o que quero escrever sobre as manifestações ocorridas ontem país afora e, em especial, aqui em Bauru onde uns dizem que o comparecimento dos trajando verde-amarelo na avenida Getúlio Vargas girou em torno de 700 pessoas e no jornal sai ter ultrapassado as 7.000 pessoas. O que estaria embutido na brutal diferença. Entendamos as entrelinhas.

Primeiro a indumentária me incomoda.

Por que só o verde amarelo? Esses mesmo que hoje pululam nas ruas só vestiam até bem pouquinho esse traje em dias de jogos da Seleção Brasileira. Hoje não mais. Poderia achar isso maravilhoso, divinal, mas não acho. Instigados pelo ódio coletivo, vislumbram que dessa forma estarão fazendo um bem ao país em execrar a cor vermelha das ruas. O vermelho para esses representa somente o PT, o que querem ver destruído (não vai ser preciso isso, viu gente!) a qualquer jeito e custo. Estão se agarrando até em fio desencapado para atingir seus objetivos. Dessa barafunda separo algo das ruas.

Um senhor de vermelho, por acaso saiu de casa naquele dia com uma camiseta dessa cor e foi agredido por estar no dia, hora e lugar indevido. Certo isso? Erradíssimo. Uma mulher em São Paulo teve sua bandeira partidária arrancada das mãos e foi humilhada em praça pública. Certo isso? Não, sinal do caos absoluto. Aqui ocorreria o mesmo, porém, ninguém se atreve a enfrentar a fúria domingueira dessa massa ensandecida. Poderia ocorrer uma tragédia.

Está mais do que claro que a luta dos que movimentam e organizam as massas não é o do fim da corrupção e normalização do país. Escancarado isso. Estão encurralando o PT e com eles todos os ditos esquerdistas. Se o PT errou que pague por seus atos.

Existe consenso nisso. O que não existe é esse exclusivismo enxergando todos os males do país só no nesse partido, sendo que outros fizeram, fazem e continuarão fazendo o que sempre fizeram, corrupção em quase todas suas instâncias. Secular isso por essas plagas. Como vou comparecer num movimento que não permite a livre expressão de minha opinião, não me permite pregar contra os demais corruptos (isso está sendo impedido, viu!).

Virou uma espécie de condição primordial para acesso a esse clube ser totalmente contrário ao PT e pior, para se posicionar ir contra bandeiras históricas de luta dos trabalhadores, como a da redução da maioridade penal e terceirização da mão obra no país, com consequente enterro da CLT. Retrocesso amplo, geral e irrestrito.

Vejo um balaio de maldades coeso nas ruas e com um discursinho democrático, embalado para presente, como solução para o país. Estão é danando de vez com tudo e nem o percebem. Estão entregando o país de bandeja para o que de pior temos, desde tudo o que representa e está por detrás dos dois presidentes das casas legislativas desse país, a da Câmara dos Deputados e o Senado.

E não enxergam mais nada diante do nariz. Esbravejam pelo fim a todas as conquistas sociais para os menos favorecidos. Ao invés de subir a escada, descem degraus e degraus. O país vai piorar por causa disso que está surgindo nas ruas e para mim pouco importa se são 700 ou 7.000 mil.

O destaque dado pela mídia os enxergando nas pequenas quantidades e não quando os professores, por exemplo, lotam a avenida Paulista é o reflexo de que coisa boa não está sendo arquitetada. Falam muito de um movimento e quase nada de outro. A prioridade desses é uma e a do povo bem outro. Mas quem percebe isso?

Não será nessa luta anticorrupção que me engajarei, pois disso tem muito pouco. Sei que dentro dessa turba nas ruas muitos ainda são induzidos, cooptados por um motivo e sem saberem estão gritando por outros. Sim, muitos comem gato por lebre. Ingênuos, inocentes, incautos, acham que algo mudará conduzidos por esses monitores do caos no comando. Minha trincheira é outra, minha luta é bem outra e meus ideais também. Mas como fazer os ainda ludibriados em sua boa fé a enxergarem o barco furado onde estão se metendo?

Ainda mais porque os meios de comunicação, em sua grande maioria, são os flautistas de Hamelin na frente do cordão. Nossos meios são esses, as beiradas e é por elas que continuo minha cruzada expondo que o Ovo da Serpente está sendo parido, mas ainda existe tempo de torná-lo choco.

É nisso que estou envolvido e dos pés à cabeça.

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