RELATOS PORTENHOS (18)
VOLTAR PRA BA!
Macri está de saída da Prefeitura da cidade. Ufa! Não se alegrem, pois acabou de eleger seu sucessor, o da boca grande. Ainda não aprendi seu nome. É o Larreta. Cristina, a aqui também denominada pela sigla CFK, dama eternamente de preto (e de luto?) continua até o final do ano. A eleição presidencial daqui ocorre em outubro e nos mesmos moldes da nossa última. Ela, após segundo mandato não pode concorrer e seu candidato enfrentará o Macri, ex-capô do Boca Junior, que trouxe o Tevez de volta para incrementar o time e a campanha. Vejo ocorrendo aqui o mesmo que ocorrido no Brasil. O jogo é duro e bruto. Estão a fazer de tudo e mais um pouco para piorar o país e favorecer a troca de poder do ruim pelo muito piorado. Nem Nestor e Cristina, como Lula e Dilma são socialistas, mas o estão num patamar acima de gente como Aécio e Macri. Se o Brasil já está de pernas para o ar, a Argentina tende a ficar. Isso está escrito no ar, no que os grandes jornalões, aqui também donos reais do poder, pretendem fazer daqui até outubro. O mundo jornalístico está dividido. Meu Mino Carta daqui é o hoje também radialista Victor Hugo Morales. Está todo dia nas manhãs radiofônicas, como nosso Boechat. Diante de tanta mediocridade, salva a lavoura. E eu aqui já com meu Página 12 debaixo do braço, lendo sobre a volta do Tevez e sobre esse negócio de que argentino não vai até o Caminito. Eu continuo indo (e a pé, aprendi o caminho) e o faço para ver se a grafite feita numa parede de um bar, pelo amigo carioca Felipe Carvalho dois anos atrás, ainda está lá num bar depois dos trilhos, o La Bohemia, duas quadras da Bambonera. Ano passado estava, veremos essa semana. Esse ano estarei apresentando com Ana Bia dois artigos no Encuentro Latinoamericano de Diseño, na Universidade de Palermo. Ela será agraciada com o tírulo de embaixatriz, dará aula especial para alunos do Doutorado em Design. Quero estar na fila do gargarejo e com minha registradora maquininha fotográfica. Gastarei também muita sola desapato, andanças mil pelas “calles”. Trouxe meu rádio para ouvir o La Mañana com o Victor Hugo na Contineltal, um poquinho da Rádio Madre, AM 530, com um divinal slogan, o “la primera de la izquierda”. Será que vou conseguir achar tempo e ter grana para ver o River Plate na final da Libertadores, quarta próxima com o Tigres do México? Contando os pesos. De que lado fica o Monumental de Nuñez? Como já visitei quase todos os museus por aqui, vejo uma bela programação, com muitos debates no recém inaugurado Centro Cultural Kirchner. É para lá que eu vou, levando junto meus textos do mestrado. O amigo Tomato, que esteve em Bauru duas vezes e morando aqui perto, em Tigres, talvez o reencontre. Outro que quero reencontrar é o locutor do La Guagua, José Luiz Ajzemmesser, com um programa por aqui e um dos maiores entendidos em MPB em todo o pampa. Quero muito também rever o Miguel Rep, o das tiras diárias do Página 12, o maior muralista daqui. E na Feira de San Telmo vamos hablar com as amigas de Marlene, uma amiga que fizemos por aqui, foi travesti no Brasil na época do Cassino da Urca, morreu final ano passado e vamos juntar falação em torno do que representou. Um pequeno hotel, uma região perto da Corrientes, quase esquina com Callao e pertinho de bons teatros. Talvez tenha sorte e possa assistir um show de Fito Paez (o vi uma vez em Bauru junto de Nando Reis), ou do melhor cancioneiro argentino para mim, o Leon Gieco. Hoje, domingo, as livrarias estão todas abertas e lotadas, nem o frio assusta. Deixa eu andar...
Henrique
ResponderExcluirCadê seus diários textos...
Saudades
Paulo Lima