segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

DICAS (143)


MEU NATAL E FINAL DE ANO

Sou um pouco disso tudo visto nessa tentativa de se fazer um cartão de festas e de final de ano. Algumas junções de algo sobre a minha mesa, como umas canetas, frasco de remédio (a fraqueza me domina), a chave do meu meio de locomoção, um botton, a estatueta de uma linda negra representando Ana (a companheira de todas as horas), as alpargatas que não me saem mais do pé, a estrela vermelha sempre na lapela, a carteirinha de estudante aos 55 anos, os brasões do Corinthians e do time de minha aldeia, o Noroeste, depois algo do bloco farsesco, burlesco e também carnavalesco e um clips representando os tantos papéis, livros lidos e a serem lidos para um inesperado e instigante curso de Mestrado em Comunicação ainda inconcluso e necessitando ser "destravado" o mais rápido possível. Faltou algo do meu filho, de meu pai, de uns poucos e sinceros amigos, de uma fidelidade canina aos princípios que sempre me nortearam. É com tudo isso que estou, é com eles que sigo, que vou em frente nessa caminhada. Desejo a tudo, todas e todos felicidades ao meu modo e jeito, exatamente como essa arvorezinha natalina num canto qualquer (ideia sacada de uma foto encontrada nas redes sociais) de um cômodo aqui de casa e diante de tanta coisa por fazer, talvez passe imperceptível, mas ela está aí e o seu tamanho representa maravilhosamente a importancia que dou para essa movimentação toda do lado de fora de minha janela nesse mês do ano. 

Prometo (toc toc toc) para esse ano que vai se iniciar e querendo ser mais compreendido, escrevinhar mais e mais por parábolas. "As pessoas, em geral, adoram não compreender. É bonito ter em casa alguma coisa que não se compreenda. Experimente.Dê uma de Deleuze, Guattari e Michaux. Mande fazer uma mesa esquizofrênica. Uma mesa onde ninguém possa escrever nem colocar coisa alguma sobre ela, feita de um tal jeito que tudo escorregue ou se quebre. Pode ter certeza que todos vão adorar!". Hilda Hilst, a poetisa jauense expressa bem como deve ser mesmo os excrevinhamentos futuros. Se o compreensível hoje serve para afastar as pessoas, decidi, parto para o imcompreensível e dessa forma conquistarei os píncaros da glória (o que seria isso?). 

Não espero muita coisa de 2016, pelo menos, seria bom, mais sensatez nas acertativas, decisões, conclusões, manifestações, admoestações e também escoriações (menos generalizadas, por favor!). Envolvidíssimo com minhas causas (muitas delas perdidas), continuo remando contra a maré, sem medo de ser feliz e de acertar errando. Não vou mudar, justamente agora quando já dobrei o tal do Cabo da Boa Esperança. Aos 55, que mais posso esperar disso tudo? Faço a minha parte, mal e porcamente, mas faço. Dia desses um gajo da mídia tupiniquim, provocado por mim, após várias trocas de conversações nada agradáveis, em um texto me admoestou dessa forma: "Isso não irá nos levar a lugar nenhum. Você pensa de uma forma e eu de outra. Conte com o meu respeito. Espero que haja reciprocidade para que não tenhamos nossos caminhos cruzados de maneira desastrosa. Sucesso! Abraços". A forma como lhe respondi reflete um bocadinho de como andam os relacionamentos humanos nas quatro linhas de jogo nesses tempos de amizades quantitativas via redes sociais, mais cada vez mais diminutas na vida real: "Nunca farei nada de maneira desastrosa, pois não primo pela violência. E se algo um dia precisar noticiar envolvendo meu nome, faça sem medo, pois nada será informado que a cidade inteira já não saiba (ou imagine). Sou de pouca valia. HPA".

Renovando estimas e considerações, fervorosos abracitos a tudo, todas e todos. Como sempre faço, insisto nas "Boas entradas e boas saídas", também para 2016.

HPA, dezembro 2015  

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