sábado, 5 de dezembro de 2015

MÚSICA (131)


TRÊS MÚSICAS E TRÊS MOMENTOS BEM BAURUENSES


Nada como musicar nossas vidas. Gosto muito disso e tento fazer sempre ao meu modo e jeito. Aqui no mafuá ouço música o tempo todo, principalmente durante o período de “pensata”. Daí, nada como uma clássica em alto e bom som. Para cada momento um som. Olhando para a semana se encerrando pensei em três e conto um bocadinho de cada uma delas.

Música 1 – “OS ALQUIMISTAS ESTÃO CHEGANDO” – JORGE BEN JOR
Veja a letra: “Oh! Oh! Oh! Oh!/ Oh! Oh! Oh! Oh!/ Oh! Oh! Oh! Oh!.../ Os Alquimistas/ Estão chegando/ Estão chegando/ Os Alquimistas...(2x)/ Oh! Oh! Oh! Oh!/ Oh! Oh! Oh! Oh!/ Oh! Oh! Oh! Oh!/ Êh! Êh! Êh! Êh!.../ Eles são discretos/ E silenciosos/ Moram bem longe dos homens/ Escolhem com carinho/ A hora e o tempo/ Do seu precioso trabalho.../ São pacientes, assíduos/ E perseverantes/ Executam/ Segundo as regras herméticas/ Desde a trituração, a fixação/ A destilação e a coagulação.../ Trazem consigo, cadinhos/ Vasos de vidro/ Potes de louça/ Todos bem e iluminados/ Evitam qualquer relação/ Com pessoas/ De temperamento sórdido/ De temperamento sórdido/ De temperamento sórdido/ De temperamento sórdido.../ Êh! Êh! Êh! Êh!/ Êh! Êh! Êh! Êh!.../ Os Alquimistas/ Estão chegando/ Estão chegando/ Os Alquimistas...(2x)”. Cliquem a seguir para vê-la via youtube: https://www.youtube.com/watch?v=E6WADHwxQpA.

Comentário HPA: Alckmin, o rei alckmista do momento foi obrigado a capitular (momentaneamente, diga-se de passagem), mas como seus súditos não são bobos, pelo visto, a ocupação continua. Quando até um Secretário (não seria sectário?) de Educação cai, algo mais do podre fica em evidência. Desses alquimistas atuais, uma só alusão ao que diz a letra do Bem Jor: “de temperamento sórdido”. Bota sordidez nisso, nada discretos nem silenciosos, “escolhem com carinho, a hora e o tempo do seu precioso trabalho”. Sae é essa a linguagem que entendem, algo de muito bom está pululando depois da rendição: os estudantes secundaristas descobriam sua força e podem daqui para frente ocupar um espaço ainda a eles não reservado nesse cabimento. Os próximos capítulos serão inebriantes.




Música 2 – “A PRAÇA” – CARLOS IMPERIAL (1967)
Veja a letra: “Hoje eu acordei com saudades de você/ Beijei aquela foto que você me ofertou/ Sentei naquele banco da pracinha só porque/ Foi lá que começou o nosso amor/ Senti que os passarinhos todos me reconheceram/ E eles entenderam toda a minha solidão/ Ficaram tão tristonhos e até emudeceram/ E então eu fiz esta canção/ A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim/ Tudo é igual, mas estou triste, porque não tenho você perto de mim/ Beijei aquela arvore tão linda onde eu,/ Com o meu canivete um coração desenhei/ Escrevi no coração o meu nome junto ao seu/ Ser seu grande amor então jurei/ O guarda ainda é o mesmo que um dia me pegou/ Roubando uma rosa amarela prá você/ Ainda tem balanço tem gangorra meu amor/ Crianças que não param de correr/ A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim/ Tudo é igual, mas estou triste, porque não tenho você perto de mim/ Aquele bom velhinho pipoqueiro foi quem viu/ Quando envergonhado de namoro eu lhe falei/ Ainda é o mesmo sorveteiro que assistiu/ Ao primeiro beijo que eu lhe dei/ A gente vai crescendo, vai crescendo e o tempo passa/ Nunca esquece a felicidade que encontrou/ Sempre eu vou me lembrar do nosso banco lá da praça/Onde começou o nosso amor”. Cliquem a seguir para vê-la via youtube: https://www.youtube.com/watch?v=fml9desBc8s, na voz de Ronnie Von.

Comentário HPA: A praça em voga, claro, é a nossa Rui Barbosa, reformada e devolvida à população do mesmo modo e jeito, ou seja, sem quase nenhuma perceptível mudança. Os gastos foram elevados e a justificativa é terem sido subterrâneos. A lembrança dessa velha canção não é minha. A ouvi sendo citada na voz do Luiz Roberto Tizoco, na rádio 94FM e achei oportuníssima, enfim, sem maiores delongas, depois das reformas o que se vê é “a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim”. Impossível não associar uma a outra. Na ironia os maiores questionamentos dessa vida terrena. Talvez dessa forma o toque ocorra mais palatável. Tizoco pegou bem o espírito da coisa e eu fui na deixa.



Música 3 – “24 HORAS” – LÉO MAGALHÃES
Veja a letra: “24 horas pensando em você/ 24 horas querendo te ver/ 24 horas por dia pensando em te encontrar,/ Porque eu quero, eu quero, eu quero tanto te amar./ 1,2,3 de manhã e eu aqui pensando em você/ Fico rolando na cama/ Até ver dia amanhecer/ (...) / Meu Deus bate em mim a saudade/ Em casa a noite começa a novela um beijo me faz pensar/ Em você então vou pra cama e começo de novo,/ Mas um dia eu vejo amanhecer./ 24 horas pensando em você/ 24 horas querendo te ver/ 24 horas por dia pensando em te encontrar,/ Porque eu quero, eu quero, eu quero tanto te amar.”. Nesse caso me recuso a postar a tal música. Fiquemos só com a letra, pois ouvi-la pode estragar o dia de qualquer um.

Comentário HPA: Não conheço esse tal de Léo Magalhães e não faço também questão nenhum. Questão de gosto e estilo, diria, preferências. Achei a letra consultando o google e pertinente com algo a ocorrer em Bauru. Sendo inaugurada hoje a pista de skate, lá nos altos da cidade, ao lado do original aeroporto, 10h da manhã e com a presença de autoridades. Bela obra, tão requisitada pelos adeptos do esporte e hoje sendo consumada. Passo todo dia enfrente a mesma, a conferi, gostei de tudo, inclusive dos coqueiros sendo ali plantados já em estado adulto. Uma bela obra toda financiada por grana federal, veio para ficar. Vai atender bem a demanda. Fiz e continuo fazendo uma única ressalva, entendida ou não por alguns: está em desacordo com o público e distante da periferia da cidade, onde o maior número de adeptos. Só isso, nada mais. Já está pronta e daí vem o sentido da música que posto. Num dos belos grafites lá (identifiquei algo lindo do Fino, seu traço é inconfundível), no meio de um deles, algo sobre a pista funcionar 24 horas por dia, pois esse público não escolhe dia, temperatura, muito menos horário para sua prática. Fico a imaginar a estreitíssima relação que será constituída com os moradores da região, cada um entendendo muito bem o espaço do outro. E aquele "barulhinho bom" (taí outra música, essa de Marisa Monte) no meio da noite subindo pelas paredes. Daí o “24 horas por dia pensando em te encontrar” e o “mais um dia eu vejo amanhecer, 24 horas pensando em você”. E os pensamentos recairão sobre quem mesmo? Tomara que não dê o que falar. A alusão cai como uma luva, pura brincadeira. Sabádos permitem algo assim, light. Ou seria diet?

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