domingo, 3 de janeiro de 2016
FRASES (139)
MINHAS PASSADAS DOMINICAIS PELA FEIRA...
Vou para me recarregar. Saio sempre de lá revitalizado desse contato popular, com gente que converso por todos lugares, à direita e a esquerda, troca de ideias, pensamentos, chamegos necessários. Gasto sempre pouco, converso muito e fotografo uns e outros. Curto tudo à minha volta e nesse domingo, dando o pontapé inicial do ano, na passagem pela Banca de Livros do Carioca, compro dois livrinhos dos mais instigantes, um de Clarice Lispector e outro de Erico Veríssimo, tudo por meros R$ 5 pilas. Na banca seguinte escolho quatro filmes, eram 4 por R$ 10 pilas, mas o alegre comerciante me deu um de presente e instigarei Ana Bia Andrade para assistirmos juntos e em casa hoje um deles, o A Coleção Invisível, com o Vladimir Britcha e o Walmor Chagas (o último dele). Curtam o trailer:https://www.youtube.com/watch?v=zVvm__0bTbY. Sim, eu compro filmes pirateados. Sempre os comprei e os faço sem complexo de culpa. Escolho os nacionais, alguns europeus (garimpando a gente encontra belas raridades). Trouxe um italiano da Cristina Capotondi, "A Máfia só mata no verão", que deve ser um clássico no humor negro. Depois, passei buscar um pastel de carne, que divido com o pai ao chegar em casa. Volto no Carioca só para buscar dois exemplares da revista Bundas, editada pelo Ziraldo. Mesmo tendo a coleção completa, quando os acho compro para distribuir por aí. Ainda digo ao Carioca: "Como estamos precisados de publicações desse tipo, onde o humor esteja sempre acima de tudo". Ele concorda e volto folheando, relembrando os escritos da falecida publicação pela feira e desviando dos transeuntes. Deu tempo de passar no japonês da verdura e trazer um alface verdinho, boa pedida para começar a semana e pela bagatela de R$ 2,50. Quase caio num buraco na calçada, trombo num poste e passo sem notar pelo amigo guardador de carros, o Adilson, que mora num cubículo ali na quadra quatro da Gustavo, mas feliz da vida me diz: "Morar nessa região é tão bom, tão perto de tudo e só por ter encontrado um teto estou mais do que contente". A história dele eu já havia contado aqui: http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search…. Voltei encafifado com algo ouvido na banca de bijuterias do seu Wilson, um que viaja pela aí onde existirem eventos, vendendo seus balangandãs, ele e ele, sempre só, ou melhor rodeado de muitos outros igual a ele. Brinquei com ele sobre o peso da idade sobre nossos ombros e me saiu com essa: "Sou igual caminhão de usina. Novo no ano, mas estragado no serviço". Rimos e a frase não mais me sai da cabeça. Essa sabedoria popular me comove.
MI VICTORIA
ME PUSE AL LADO DE LOS INDIOS Y ME DERROTARON
ME PUSE AL LADO DE LOS NEGROS Y ME DERROTARON
ME PUSE AL LADO DE LOS CAMPESINOS Y ME DERROTARON
ME PUSE AL LADO DE LOS OBREROS Y ME DERROTARON
PERO NUNCA ME PUSE AL LADO DE LOS QUE ME VENCIERON
¡¡¡¡¡¡ESA ES MI VICTORIA!!!!!
(Del escritor brasileño DARCY RIBEIRO)
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