sábado, 19 de março de 2016

MEMÓRIA ORAL (195)


ESSES VIERAM PARA A RUA CONTRA O GOLPE NA MANHÃ DE HOJE
Tudo começou com Alguns indignados e me questionando via reservado do facebook: “Não vai ter ato nenhum em Bauru no dia 18 contra o golpe, só em São Paulo”. Bem que tentei, mas percebi que as forças todas seriam centradas para o grande e indivisível ato na capital paulistana, como de fato de deu. Mas não ocorreria nada em Bauru? Essa pergunta me corroia por dentro e por fora. Ontem, falei com amigos (as) daqui e dali, num certo momento deu o estalo: vamos nos juntar aos que já resistem bravamente na Esquina da Resistência, a Esquerda Marxista, capitaneada pelo vereador Roque Ferreira PSOL e pela Biblioteca Móvel Quinto Elemento. Foi o que fiz. Bolei um texto, submeti somente a um amigo, Claudio Lago e de tudo o que escrevi só troquei o nome. Havia sugerido “Ato” e, ele mais ponderado, me pede para deixar tudo com um caráter mais de bate papo, daí nasceu o “Encontro”.

Eis o texto final do Convite espalhado ontem somente via facebook, visto por milhares e compartilhado até o momento por quinze pessoas e curtido por quase cem pessoas: “EU QUERO IR PRA RUA - Sábado, das 9h30 às 12h, Esquina da Resistência, Batista x Treze de Maio, local do encontro semanal da Esquerda Marxista e Biblioteca Quinto Elemento. Tanta coisa para gente discutir na rua, gente por rever, assuntos pra discutir, temas em questão, efervescência necessária e eu em casa. Não pode ser. Você que cobrava um ENCONTRO PELA DEMOCRACIA em Bauru no mesmo dia do Grande Ato do dia 13 em São Paulo, eis a possibilidade de botar o bloco na rua. Condição mínima: SER CONTRA – 1) o Golpe em curso – 2) clima de intolerância – 3) ódio nas ventas – 4) fim das liberdades individuais – 5) impedimento da presidenta. SER A FAVOR – 1) Continuidade do atual Governo – 2) Não ver problema em Lula ser ministro – 3) Enquadramento do juiz Sergio Moro – 4) impedimento do presidente da Câmara Deputados. Venha de onde vier, como vier, mas venha, junte-se a nós e levante sua voz. Sua presença é a certeza de que o “povo unido jamais será vencido”. Traga bandeiras, cartazes e a boa disposição de sempre. Espalhe essa ideia, compartilhe, multiplique, faça florescer, vicejar. Só assim o golpe não vai vingar. Conversar é preciso, entender o que se passa, como se passa e buscar apoio junto a gente que pensa igual a gente.”.

Não havia nenhum outro pré-requisito além do pedido de se trazer cartolinas, pincéis, canetas pilot, prendedores de roupa e barbante para se construir coletivamente um varal no Calçadão e ali expor a contrariedade ao estilo manada que rege as ações no momento atual. Teve quem reclamou do horário, de ter tomado conhecimento em cima da hora, de compromissos outros, mas o negócio teria que ocorrer hoje e assim foi feito. Chego pouco antes das 10h e lá, como todo sábado, quem vejo em primeira mão é o vereador Roque Ferreira junto de dois bravos resistentes e militantes a Dara com pau, Fabricio Genaro e Silvio Durante, mais alguns representantes da biblioteca móvel. Me junto a eles e vamos conversando sobre o assunto do dia, a grande movimentação vermelha de resistência ontem ocorrida país afora.

As pessoas foram chegando assim devagar e como ninguém estava esperando mesmo quantidade, o que prevaleceu desde o começo foi a qualidade, o grande feito de ter conseguido tirar de casa gente que há muito não comparecia em atos dessa natureza nas ruas. Vieram todos conversar, procurar gente com a mesma linha de pensamento e trocar ideias, se posicionarem sem medo de exporem suas devidas caras. Dessa forma vou juntando o nome de alguns e uns poucos diálogos, os ainda lembrados diante da emoção a cada nova pessoa que surgia na virada da esquina e se juntava ao grupo. Uma das primeiras rodas foi constituída pelo jornalista Ricardo de Callis Pesci e pelo funcionário público aposentado Aparecido Ribeiro. Esse último é meu “amigo” de facebook há muito tempo, ideias mais que parecidas, mas nunca havíamos tudo oportunidade de se conhecer pessoalmente. A manhã de hoje foi mais que propícia para esse e tantos outros belos encontros.

Da conversa fluindo entre eles, eu matreiramente ia sacando pontos interessantes e passando para um papel sulfite e pregando no varal já instalado entre as hastes do calçadão. O varal só foi possível após a chegada do grandalhão Leandro Siqueira, pois ale mde comprar numa papelaria ali do lado alguns pincéis atômicos e um pequeno grampeador, foi quem, com sua altura, alçou voo e ia fixando cada um lá no alto. E o varal foi se enchendo. Eis alguns dos primeiros escritos: “Golpe não! Ditadura Nunca Mais” e “Desliga da Globo que o país melhora”. Não me lembro quem foi, mas uma grande sacada surgiu ainda numa dessas primeiras conversas: “Herzog foi assassinado duas vezes. Em 1964 pelos militares. Em 2016 por seus colegas jornalistas”. Nem foi preciso explicar, estava tudo tão explícito. O grupo foi aumentando, chegaram a professora Renata Santin, Regina Levoto,Tatiana Calmon com o braço na tipoia e muitos curiosos, como Denis Marques, que por ali passavam e fizeram questão de ser fotografados pelas lentes registradoras do evento.

O professor da UNESP Juarez Xavier, vem junto da esposa Patrícia Alves e da filha Bolaji Alves e vai se enturmando nas tantas conversas nas muitas rodinhas já formadas. O bonito da manhã foi presenciar essa mudança de roda. Um que estava enfronhado numa, daqui em instantes estava em outra e quem não se conhecia passou rapidamente a ir conhecendo mais e mais pessoas. A jornalista Cleide Portes, da rádio Unesp veio cheia de boas ideias e ao ver essa junção espontânea contrária ao mundo massificador, abriu um baita de um sorriso e disse só uma coisa, captada por todos: “Essa pluralidade é a cara da rádio”. Disse mais, conversou muito, conheceu gente que fazia tempo que não saia de casa e reviu velhos e vigorosos companheiros (as) de luta e de empreitada. Tatiana Calmon ria numa outra roda, junto do capoeirista Alberto Pereira e esposa, da advogada Maria Cristina Zanin Sant’anna e da taróloga Helena Aquino. Riam, mas sei, todas preocupadas com a cara fechada de outros tantos nos dias de hoje.

Quem chega junto do filho é a professora universitária Maria Cecília Martha Campos e do outro lado a Bel Marques, junto do marido, ela funcionária judiciária. O emaranhado de conversas sobre a necessidade da resistência ganham corpo, consistência. Os decibéis aumentam quando desponta lá de longe o professor Rubens Colacino, hoje sem panfletos na mão, querendo ouvir mais do que falar, o construtor e militante (boas lembranças do seu tempo de hip hop) João Neto, diretamente da Nova Esperança, a rainha do turbante Nina Barbosa e até o ex-vereador José Eduardo Ávila que, militante num partido de oposição ao atual Governo faz questão de se posicionar: “Aberrações jurídicas não existe como concordar”. Foi nesse exato momento que todos se voltam para observar quem chegava com um pão caseiro debaixo do braço, o professor universitário aposentado, ex-secretário de Cultura Municipal Geraldo Bérgamo. Requisitado por muitos, circulou com uma desenvoltura de causar comoção entre todas as muitas rodas, pois todos queriam tê-lo nos converses já constituídos ou sendo formatados.

Quando tudo começava a se acalmar, desponta no meio dos que vinham nossa direção um casal, ele, Gilberto de Almeida Bessa, junto da esposa, experiente com toda sua vivência internacional e musical veio enriquecer um bocadinho mais as discussões. O ex-sindicalista bancário Claudio Lago arrebanhava outros em conversas pra lá de boas, calientes e propositivas, como todas. Vindo caminhando lentamente pelo Calçadão se achega Oscar Fernandes Sobrinho, professor em vias de aposentadoria, mas cheio de muito gás para falar e discutir esse imenso país continente. Chegou e ficou, logo todos mais do que enturmados. Bessa aproveitou para fazer algo que mito queria fazia tempo, conhecer pessoalmente Roque Ferreira. Ademar Aleixo, um entendido em Saúde pública estava parlando numa roda, noutra Ana Maria Novaes Muniz, todos cheio de gás.

Os assuntos se multiplicavam e os cartazes no varal idem. Nesse momento haviam alguns com a tarefa de fixar os mesmos no balançar do vento e lá se liam: “Já estamos em Ditadura: Judiciária e Midiática”, “O problema é o regime: O que fazer com ele?”, “Persistir e resistir ao golpe”, “Lula assume e dólar cai: mas ele não era o cão?”, “Notem algo: A classe operária ainda não entrou em cena”, “Vocês já ouviram falar da Cartilha da Embaixada Norte-Americana?” e até um jocoso e sugestivo (sic): “Abaixo a PicaDura”. Um dos mais olhados foi o “Golpistas tem (f)Moro privilegiado”, esse sem necessidade de legendas explicativas. Quem também aparece e deixa por instantes a loja é Guilherme Reis, depois o Valdir Gibi e Ana Maria Guedes, professora de Letras que veio depois de dar aulas boa parte da manhã. Chegou e já foi dizendo em alto e bom som, dos tantos próximos que acabou se afastando: “os caras sonegam que é uma beleza e vem me dizer que a corrupção é só petista. Quando explicitei isso para alguns, deixaram de conversar comigo”.

Outra que causou ao chegar foi a professora de espanhol, a equatoriana Gioconda Aguirre, toda de vermelho, vestido, bolsa, batom, sapatos e quando interpelada fez questão de ressaltar: “Só uso rojo, durante o dia todo”. Rojo em espanhol é vermelho, as cores da atual resistência, não utilizadas por todos ali presentes, mas nenhum deles a rejeita como parte do usual e necessária de seu vestuário. A chegada de Gioconda foi tão provocante que, quase ao mesmo instante Cláudio Lago saiu em disparada carreira, adentrou uma loja e volta já vestindo uma dessa cor e com a outra numa sacolinha de mão. Tento brincar com Ricardo Pesce na sua despedida e diante de tanta coisa séria pela frente, digo a ele numa roda, do fato de já estar aposentado, e ter saído de sua tranquilidade para comparecer, se interessar e estar propondo, conversando, sugerindo coletivamente e ele rindo me diz: “É exatamente para ter a tranquilidade de poder viver num país normal e continuar desfrutando disso tudo que estou aqui”.

Daí, tiro minhas conclusões da belezura do congraçamento humano ocorrido na manhã de hoje. O motivo de todos estarem ali é muito simples. O país está prestes a sofrer uma séria ruptura institucional, com quebra de protocolos convencionais dentro do dito regime democrático. Alguns já foram quebrados, com o Judiciário impondo as regras do jogo e ao seu bel prazer, com a nação toda nas mãos de uns poucos, tudo feito para conveniência de uma composição sendo urdida das sombras da lei. Esse aqui se opõem frontalmente a um golpe branco, velado, feito como se tudo estivesse ocorrendo normalmente, porém, do outro lado uma violência começa a despontar nas ruas, ódio mais do que latente, esses querendo ganhar o país no grito, a revelia da própria lei. Daí esses vieram para as ruas conversar, ver o que pode ainda ser feito, como e onde. Atenderem a um convite e deram um belo recado para a cidade onde moram: a resistência está mais viva do que nunca. Estamos pela aí e nem foi preciso ressaltar o tal vermelho, motivo de tanta controversia nos últimos tempos. O que ninguém aqui quer é andar para trás.

HPA.

3 comentários:


  1. COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK 1:
    Murilo CN Olha que belo relato Nieuwe Prinsegracht

    Mauricio Passos não vai ter golpe

    Maria Cecilia Martha Campos Henrique Perazzi de Aquino, minha admiração por você aumenta por suas iniciativas entusiasmadas, por sua visão e poder de aglutinar e mobilizar pessoas em torno de afinidades no combate ao golpe jurídico midiaticos em curso. Muito bom, Henrique. Parabéns!

    João Ranazzi Henrique Perazzi de Aquino, n~çao pude comparecer mas estou com vcs sempre, Não vai ter golpe!

    Murilo CN Grande etnógrafo! Parabéns

    Ana Maria De Carvalho Guedes Maravilhoso encontro de almas conectadas pelos mesmos ideais. Um país livre, democrático, sem poderes autoritários. Com amigos excepcionalmente humanos, gente que é GENTE. Geraldo Bergamo, Maria Cecilia Martha Campos,Guilherme Reis,Henrique Perazzi de Aquino.
    NÃO VAI TER GOLPE.

    Leandro Siqueira ótimo dia!!! Emoticon grin

    Henrique Perazzi de Aquino Caro João Pedro Feza (não vi o Aurélio Fernandes Alonso, mas sei que hoje é plantão dele), te vi por lá, foi rápido, não deu tempo de ir te falar, quando vi já havia sumido. Sei de todas as dificuldades, mas dê aquele belo jeito de inserir uma nota positiva a nosso respeito. Merecemos. Nossa causa, como sabes é das mais justas. Contamos com ambos. Baita abracito.

    Guilherme Reis E vamos sempre!
    Não nos acovardamos e não nos vendemos.
    Vamos por amor!...Ver mais

    Henrique Perazzi de Aquino O grande sacada do encontro foi algo coletivo, um grito conjunto: O que fazer agora para barrar o golpismo em curso? Conviver com o fascismo, já evidente nas ruas é algo que ninguém quer. Ver o país caminhando para trás, num retrocesso que tanto mal lhe trará, eis o grande motivador para nos reunir e buscar saídas que não passem pelo conservadorismo e perda de direitos duramente conquistados.

    Guilherme Reis Primeira atutide é suspender coxinhas para não ficar acompanhando os pasos a serem dados.

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  2. COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK 2:

    Loriza Lacerda de Almeida Em encontros assim, a esperança se reanima. O diálogo fortale o entendimento da conjuntura, e a informação circula. Que legal. Pergunto aqui aos amigos, nao está mais do que na hora de levarmos a conversa para a universidade, de forma mais sistemática, trocando saberes entre as diferentes gerações? Que tal?

    Henrique Perazzi de Aquino Para a universidade, para a rádio, num programa ouvindo esses muitos saberes e daí jogando a coisa pras massas. É uma forma de construir cidadania e não deixar que sejamos enganados de forma vil como ocorre hoje, com tudo imposto, baseado na teoria do pensamento único. Cabe a vocês, dignos representantes da universidade, saber como recepcionar isso tudo e fazer as misturas necessárias e espalhativas. Tá mais do que na hora.

    Loriza Lacerda de Almeida Juarez Xavier, Cleide Portes ...

    Yinette Mabel Adames Mena · Amigo(a) de Gioconda Aguirre
    Estas muy linda cariño

    Henrique Perazzi de Aquino Obrigado, Yinette Mabel: Que lindo, Argentina e Brasil irmanados na mesma luta. Hoje sei que o mesmo que ocorre aqui, ocorre aí, pois um magistrado atenta contra os interesses nacionais, tudo para fazer valer a posição do atual presidente, o basura Macri. Até nisso estamos iguais...

    Ailton Pereira Aguiar Henrique Boa noite! !!Parabéns camarada pelo grande empenho, peço desculpa pois estou no dia triste pois perdemos a minha Avó. Mas estamos juntos sempre! !!

    Eliana Nunes Chiaradia · 8 amigos em comum
    Que pena não encontra - lá Cleide Portes, na semana passada estava aí !!! Se marcarem outros encontros me avisa !! 💕 💕


    André Zambelo Eu fui 9:30 mais ainda não tinha chegado todo mundo que pena não ter participado

    Henrique Perazzi de Aquino Tudo começou mesmo lá pelas 10h30, até esse horário estava na fase do GATOS PINGADOS, como já nos chamam e eu assumidamente acho que deva se chamar nosso grupo. Somos assumidamente os GATOS PINGADOS, porém muito atentos, resistentes, antenados e persistentes. E tiramos a bunda da cadeira...

    André Zambelo Na próxima vez vou neste horário então somar forças

    André Zambelo Fico feliz que o movimento ocorreu....é preciso resistir sempre

    Rosangela Maria Barrenha Eu cheguei tarde!

    Juarez Xavier Eu é que as acompanho, na realidade, caro Henrique Perazzi de Aquino, elas são do Osun!

    João Neto Eu tava lá.

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  3. COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK 3:

    Ana Lellis desculpe, mas sabe que mesmo na minha insignificancia não puxo saco de ninguém e essa famosa esquina não me espere mais, pois apesar de te-lá apoiado até demais e a amizade ser a mesma, politicamente me decepcionou.

    Henrique Perazzi de Aquino Mas as pessoas se renovam nela, ontem fomos nós. E se tudo o que decepcionar a gente, batermos o pé e dizermos "não mais", daí ferrou, pois não saíamos mais de casa. Reveja e volte pras ruas, nosso lugar nesse momento.

    Claudio Lago Ana, sentimos sua falta e esperamos voce nas proximas,,, luta continua companheira

    Tatiana Calmon Karnaval Ana, decepções fazem parte do aprendizado, mas, não podem nos impedir de seguir tentando mudar o nubdo

    Juliana Guido Henrique Perazzi de Aquino, conversei ontem por telefone com tia Rose (Rosangela Maria Barrenha) e ela me contou da reunião daí. Também estou acompanhando as suas histórias sobre a Esquina da Resistência. Embora eu mesma seja uma insatisfeita com o atual governo, acho importante que pessoas se insurjam contra o que apresenta todos os sinais de um golpe fascista disfarçado de "luta contra a corrupção" (curiosamente liderada por um presidente da Câmara que já devia estar na cadeia). Daqui de São Paulo, minha solidariedade. Um abração!

    Cleide Portes Bom diaaaa companheiros, ah que pena não ter encontrado Eliana Nunes Chiaradia. Mas outros desses virão. Bjo

    Cristina Zanin Sant'Anna Olha eu aí gente... que levante a periferia....todos juntos

    Maria Celia Perazzi Que visão mais linda...

    Henrique Perazzi de Aquino Faltou você, da próxima vez desça daí e venha se juntar a nós. Daí a gente cresce mais um bocadinho.

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