MORREU O EX PRESIDENTE , ALGO DO SEU TEMPO E TAMBÉM DA PANELA DE PRESSÃO
Impossível não escrever nada sobre ele, o ex-presidente noroestino e dono da Kalunga, DAMIÃO GARCIA no dia de hoje, um dia após seu falecimento. Sou como a maioria dos torcedores, muito grato por tudo o que fez e por outro lado, com muitos senões sobre sua passagem pelo Noroeste. Vivenciei intensamente aqueles anos quando foi presidente indo muito ao estádio. Muita grana rolou pelos lados de Alfredo de Castilho e ele chegou a montar uma estrutura de time grande. Existiam muitos departamentos e para cada um, uma pessoa dita especializada. Hoje sabemos que muitos mamaram nas tetas do Damião, foi uma época nababesca, onde muitos de aproveitaram daquilo tudo. Paralelo ao Noroeste, inesquecíveis os momentos dos estertores da rádio 710 AM, quando ele bancou seu retorno e com uma programação das mais interessantes. Tínhamos até o José Esmeraldi e os últimos momentos do Samba e Bola, revivendo o saudoso Galvão de Moura. Outro grande por lá, o Carlutti. Damião me faz lembrar de Celso Zinsly, um com passagem meteórica pelo clube, o último que morreu em campo em dia de jogo e daqueles que, se vivo, talvez outra linha de pensamento e ação pelos lados do vermelhinho e de sua atuação nesses anos todos em que definhamos após o afastamento do velho marujo Damião.
Não posso dizer não ter sido daqueles que pegou no pé de Damião, talvez pelo seu centralismo e por não ter possibilitado nada de positivo na sua linha sucessória. Quando adoeceu e passou a bola para seus filhos e outros parentes, a coisa rapidamente definhou e bateram asas. Noroestino mesmo era ele, não os demais. Entendia e entendo que, pela forma como atuou no Noroeste, era uma espécie de “dono” do time, mandava prender e soltar, dono da grana. Foi um mecenas do bem, nós os torcedores fomos felizes em muitas circunstâncias e tristes em outras. Quero ficar só com as alegrias, pois de tristeza, temos outros tantos momentos e não só os com ele no comando. Lembro certa vez o ex-craque de bola e então comentarista na TV Band, o Neto, sobre a situação famélica do Noroeste na 4ª Divisão Paulista, sem o Damião e sem eira nem beira. Disse mais ou menos isso: “Não tenho dó nenhuma do Noroeste, pois o que os seus torcedores fizeram com Damião, merecem mesmo hoje estar na situação em que se encontram”.
Hoje pelo facebook vejo logo cedo o posicionamento de Vitor Hugo Siqueira, o Vitão, primeiro como inesquecível zagueiro e hoje, tantas vezes o técnico que nos salva de mais e mais vexames, escrevendo sobre uma passagem de Damião não cumprindo a palavra empenhada e ele. No futebol, isso parece sina, praxe e a coisa vai ficando por isso mesmo. Um dia a lembrança vem à tona, como Vitão, mesmo no dia de hoje, fez questão de entre as boas lembranças, também não deixar essa passar em branco. Minhas lembranças da era Damião são da última passagem do Noroeste pela 1ª Divisão paulista e de jogadores que, depois se tornariam famosos pela estrada da bola. Criticávamos tanto o Ralph e ele, anos depois, chegou até a jogar na Seleção Brasileira. Passou por aqui, esse e tantos outros, gente da geração propiciada pelo Damião. O futebol, sempre soube, não é para amadores, nem para os despossuídos, ou seja, os como eu, sem grana. Torcemos, até palpitamos, mas desconheço experiências dentro do mundo capitalista dos sem grana com posição de mando. Infelizmente, essas coisas me parecem um tanto incompatíveis no mundo do capital e do mercado. Damião tinha o que gastar. Gastou o que sempre teve e até nos deixou pendengas, muitas até hoje não completamente saldadas. Coisas da bola. No mais, ainda credito ao período Amantini o onde o Noroeste foi mais ele, mas não desmereço a era Damião. Foi muito noroestino, disso não tenho dúvidas.
Meu segundo assunto é também sobre o Noroeste e emendo hoje uma coisa na outra, a Panela de Pressão. Ela é do Noroeste. Tem um cara aí louco para poder executar um leilão e se desfazer dela, quitar dívidas trabalhistas e receber sua parte. Por sorte, por mais que tente, não consegue seu intento. O Noroeste é mais que esses advogadinhos todos, mesmo que eles se achem o uó do borogodó. Pois bem, o ginásio de esportes e patrimônio do clube e por sorte, para nós trodos, claro, o único em condições de receber na cidade jogos de basquete, vôlei e outros esportes nas ligas profissionais. Hoje temos dois times profissionais fazendo uso da Panela, o da família Paschoalotto no Basquete e o de Vôlei bancado pela família Mandalitti (essa ainda ajudando o Noroeste). Sendo times sem ginásios, o mínimo concebível é que paguem aluguel a quem de direito. Isso o normal. Vejo que o Mandalitti até quer e pode pagar, mas o Paschoalotto refuga, tenta fazê-lo na graciosidade, ou melhor, tenta empurrar a responsabilidade para a Prefeitura Municipal. Quem está na 1ª Divisão do Basquete são eles e assim sendo, que paguem o devido para quem cede o belo ginásio para seus jogos. Se alguma negociação existe, deveria ser entre a diretoria dos clubes, nada mais além disso. E olha que, vez ou outra o ginásio lota mais do que o máximo durante o ano, daí devemos todos continuar a louvar pelo Noroeste lá atrás ter levantado a tãodecantada Panela de Pressão. Esqueçam a Prefeitura, gente do basquete e paguem o justo para o primo pobre do esporte local, um que, nem mais futebol profissional terá esse ano e olhem que estamos ainda em abril, oito meses para terminar o ano. A campanha que entendo ser necessária ser feita é a do Noroeste para que quem ali jogue saiba valorizar esse valoroso espaço, o melhor que temos e também único. Querer fugir disso não é papel dos mais louváveis para times profissionais e, entendam de uma vez por todos, já foi o tempo de Prefeituras bancarem tudo cegamente no esporte.
Aproveitando o momento, proponho discutir isso tudo.
OBS.: Na última foto, Tarcísio Mazzei, esse HPA e José Esmeraldi, no programa deste, o Samba e Bola, que antecedia o futebol dominical, na hoje falida e extinta 710, quando dos tempos do estúdio ser acoplado aos pé da Panela de Pressão.
COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK:
ResponderExcluirMaria H. Fernandes Depous do Cláudio quem mais lutou pelo norusca foi ele por isso descansa em Paz
E muita luz
Reynaldo Grillo Henrique, parabens pelo texto...Mandou muito bem...E exatamente isto mesmo.
Lucas Pelizardo mas infelizmente...ele deixou meu Noroeste na merda...saiu pelas portas do fundo...homem bondoso ao extremo...mas seus filhos...que são "corintianos loucos"...desprezavam o nosso Noroeste...e a idade dele acima...ja tinha chegado...e ficou muito fragil...Ver mais
Evandro Rezende · Amigo(a) de Clementebauru Rezende
Bom texto. Neto é um palhaço. Concordo com o comentário da panela, uma vergonha ser o único ginásio da cidade.
Marcio Teixeira Virou uma Lenda !
Amaury Sugahara Eterno Presidente!... Obrigado Sr. Damião.
Carlos Augusto Prado Bonfim Eu gostsria de saber oque esse senhor fez.de.bom pra Bauru? Alem de encher o bolso de oportunistas!
Carlos Augusto Prado Bonfim Presidente é o Amantini e só!
Beto Estevão Grande Damião , tirou o Noroeste da falencia e transformou no melhor time do interior de São Paulo , pena que os chupins minaram a grana que ele dava , cadeia neles
Um clube pode existir sem futebol, mas o futebol nunca pode existir sem o clube.
ResponderExcluirO clube é o que trás a paixão, o torcedor e o mal uso da lei Pelé transformou os clubes pequenos no meio fácil para grandes empresários lavarem dinheiro e falirem os times como clubes, como instituição que eram.
Cansei de escrever aqui na época, desde quando o Damião assumiu o Noroeste que o clube estaria com os dias contados, pois torcedor fanático tem os olhos cegos, não enxergavam que durante um curto período tiveram um time competitivo num já decadente campeonato paulista, mas o clube estava abandonado, até a piscina foi tampada, não estava sendo deixado nenhum legado para o clube, quantos associados o clube tinha e adquiriu na época?? O balanço financeiro era escondido o tempo todo.
O dia que dirigentes forem austeros e competentes, entenderem o que é um clube, o futebol brasileiro voltará a ser grande novamente pois sem as bases do interior, os grandes carecerão de talentos.
Não acredito nessa mudança pois assim como na política, parece que essa prática enraizou-se no "DNA" brasileiro.
Camarada Insurgente Marcos