terça-feira, 21 de junho de 2016

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (88)


O IMPROVISO, A POESIA NA CALÇADA E AQUELES A NOS SACANEAR...

PRIMEIRO O POVO - ESSA HABILIDADE EM IMPROVISAR E SER FELIZ NAS PEQUENAS COISAS
É disso que vos falo, é disso que quero continuar escrevendo, é isso que quero continuar presenciando pela aí. Desculpem-me, mas coisa séria mesmo é isso aqui no vídeo, o resto é o resto. Viva o povo e esse seu jeito malemolente de levar a vida pra frente. Eu surfo com eles todos. Cliquem nessa linha em azul e vejam o que acabo de ver e se maravilhem das possibilidades da felicidade se achegar de ti:
https://www.facebook.com/NosEPobreMasEFeliz/videos/312355952277015/

OS COM ATITUDES IMPERDOÁVEIS - MINISTRO EMPREENDEDOR COM INVEJÁVEL CURRÍCULO

Viajei com os do povo surfando numa lona azul, igualzinho o mar, enquanto do outro lado da rua, sacanas proliferam como mato em terreno baldio após uns dias de chuva. Estava aguardando, parado com o carro num congestionamento no centro da cidade e na revista que lia, lá algo sobre esse novo ministro da Educação, o golpista paranaense de Maringá, engenheiro Ricardo Barros. Um engenheiro cuidando da Saúde é o mesmo que relembrar do Serra quando ministro dessa pasta e de tudo de ruim que depois nos é repassado via ações burocráticas e sem colocar o povo em primeiro lugar. Dizia a matéria que, “após quase 25 anos, ainda adormecem nas gavetas e salas dos tribunais pendências jurídicas de atos cometidos por ele contra o erário, servidores e população. No site do Supremo Tribunal Federal constam dez inquéritos contra Barros”.

Acho lindo isso, o cara ter um currículo desses. É por demais engrandecedor. 25 anos de labuta e dez inquéritos, num tendo que devolver mais de 72 milhões de reais aos cofres de Maringá e noutro, por ter feito remissão parcial de tributos para apaniguados, mais algumas dezenas de milhões. O sinal abre, eu deposito a revista no banco do carona e me ponho a viajar em tudo o que esse senhor já fez na vida. Um EMPREENDEDOR na justeza do termo, um que muito fez, pois para você conseguir ter no currículo mais de 10 inquéritos de improbidades, além de já estar sentenciado em ter que devolver perto de 100 milhões, convenhamos, não é pra qualquer zé mané. Se ele possui tudo isso de folha corrida, é mais do que merecedor receber como bônus um Ministério, mais um brinquedinho em suas mãos. Esse, com toda certeza, vai resolver todos nossos problemas de corrupção. O homem certo no lugar certo, na hora certa, na medida certa e com tudo para, em pouco tempo (até acabar a interinidade do golpe) vai, com toda certeza, dobrar esse valor e chegar aos píncaros da glória. Ó Glória! Abençoado seja quem lá o colocou. Ele vai cuidar muito bem da Saúde. Da do seu clã. Viva Temer e seus homens de OURO.

O ENCANTO E A SIMPLICIDADE DE SEU JOAQUIM POETANDO PELAS RUAS
Fiquei tocado, primeiro por ver dois jovens num clip via facebook, surfando com uma lona azul como se estivessem no mar. Depois, revoltado por ver o novo e golpista ministro da Saúde, tendo no currículo dez inquéritos por improbidade, já estar sacramentado a devolver quase 100 milhões aos cofres públicos e ainda ser nomeado. Depois de tudo me envolvo com as histórias de um velho conhecido, muito simples, escrevinhador e que, toda vez a cruzar comigo pelas ruas, me cerca e quer me mostrar seus escritos. Imprimiu um último e me fez fotografar para avaliar. Li e agora ele quer saber o que acho? Digo, lindo e não minto. Ele é lindo. Esse mundo tem lindas e podres pessoas. Vivo com os lindos e simples.

JOAQUIM CÂNDIDO VIEIRA tem jeito de ter sido ferroviário, como a maioria das pessoas de antanho, mas nunca o foi. Foi escriturário, contador, sempre serviços dessa natureza, burocráticos e onde pode exercer a escrita. Pegou gosto e hoje, com oitenta e lá vai fumaça nos costados vive para escrever. Anos atrás quando soube de um evento ferroviário na estação da NOB fez uma poesia sobre os trilhos e pediu para um amigo imprimir tendo ao fundo uma locomotiva.
Foi lá e mostrou para todos e assim faz com tudo o mais. O encontro na Batista de Carvalho e me mostra um poema, esse sobre o caráter das pessoas. Pego o papel, impresso com um fundo verde e leio. Quando me vê querendo dobrá-lo e colocar no bolso me pede com muito jeito para que o devolva, pois é peça única. Dou um jeito e o fotografo antes de devolvê-lo e assim fico com seu escrito. Ele sorri, pede para ler com calma e avaliar. Dias depois liga e pergunta o que achei. Só posso achar a coisa mais linda do mundo, ele andar com seus escritos no bolso e mostrando para uns e outros. Joaquim é de uma velha cepa, desses quase extintos ou em fase de, pessoa encantadora, que ao enxergar no semelhante alguém com os mesmos gostos por escritos, não perde tempo, cerca o mesmo e a cada reencontro puxa assunto. Eu e ele somos amigos desses reencontros e quando o vejo, esqueço de tudo o mais e passo a dedicar longos momentos para ele, pois do contrário ele ficaria muito triste pela pouca atenção. Sábado que vem, com certeza, vai estar com escrito novo nos bolsos.

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