sábado, 3 de setembro de 2016

CENA BAURUENSE (152)


AMANHÃ O I DOMINGO ANIMAL E UMA CENA DE AMOR AOS CÃES PRESENCIADA NA ZONA SUL DA CIDADE
Amanhã ocorre em Bauru o I Domingo Animal, evento criado pel frei Alfredo Francisco de Souza, da Paróquia da vila Santa Luzia. Lá naquele bairro um reduto de cães não tão nobres, desses com tratamentos vips, porém tão amados por seus donos quanto o de outros redutos.


Fiz esse curto comentário por um motivo bem específico e aproveito o evento para contar uma história presenciada nas ruas de Bauru por esses dias. Ontem, descia a rua Henrique Savi e ao chegar próximo do parque Vitória Régia, na altura da parte traseira da USP, perto do posto de água do DAE, vejo diante de mim uma vetusta jovem, com um impecável jogging esportivo, calça combinando com blusa, cabelos presos, tênis último tipo, ou seja, tudo nos trinques. A fina flor bauruense. Vinha ela garbosamente passeando com seus dois cães, ambos devidamente nas coleiras. Um de grande porte e outro de pequeno, todos os dois, mesmo sem ter o prazer de me aproximar, percebi à distância, pelo visual apresentado, deveriam receber tratamento vip.

Pois bem, ela fazia sua caminhada, que devia ser habitual por ali e eles a seguiam, até que, um deles, o menor, deu para dar bola para um cão de rua. A cena foi hilária, o cãozinho de rua acabou por se engraçar com o de menor porte de propriedade da dita moça e ela, percebendo e não gostando, pressentindo algo mais com a aproximação, deu de puxar os seus e tentar se desvencilhar do encontro. O cão de rua, de raça indefinida, não desistiu e foi no encalço de seu mais novo affaire. Nesse exato momento parei o carro e fiquei a presenciar a cena, como se estivesse num camarote.



A cena a seguir foi a demonstração de como se processa o amor pelos “seus” animais nesse nosso mundo atual. Ela tentou mais um gesto não permitindo a consumação da aproximação, do contato entre pelos. Presumo que, um tivesse tomado banho recentemente e outro não se sabe quando. Como não conseguia sucesso nos puxões de cordão e o de rua insistia em encostar-se ao de pedigree. A solução encontrada pela sapiência que o momento exigia foi ela distribuir pontapés no de rua. Perdeu literalmente a compostura e sem soltar a mão da cordinha prendendo os seus, passou a distribuir pontapés no de rua, com o claro intuito de afastá-lo, se não por bem, pelos chutes.

Foram seguidos bicudos, mas como é sabido pela lei natural da vida, todo cão de rua é um ser vivido e sabe também das leis do contorcionismo. Daí, o danado conseguia se desviar dos chutes. Não esperei para ver o desenlace da cena, pois corria o risco de ter de intervir e me posicionar favorável a um dos lados no conflito. Parti do local com cor no coração. Agora, sabendo do evento dos cães no domingo, fico cá a pensar com meus botões: ela e seus cães possuem grandes chances de participar amanhã do evento I Domingo Animal, levando-os para a benção canina, já o de rua, mínimas chances.

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