domingo, 6 de novembro de 2016

CARTAS (166)


“NÓS FOMOS ENGANADOS”, CARTAS E CONTENDA PELA TRIBUNA DO LEITOR

Em 27/10 o Jornal da Cidade publicou na Tribuna do Leitor uma carta de minha lavra e responsabilidade, a NÓS FOMOS ENGANADOS, SEU ADILSON. A mesma pode ser lida clicando no link a seguir: http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=245603. Dias depois, em 30/10, domingo, um tal de Rufino Junior respondeu cheio de aleivosias baratas e na incondicional defesa de tudo o que se refere ao golpe e seus praticantes. Foi o NÓS FOMOS ENGANADOS, SEU HENRIQUE. Eis o link para leitura: http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=245652. Enviei resposta para o JC, seria a tréplica, mas sei de antemão ser procedimento deles o não prolongamento de contendas desse naipe. Aguardei até hoje e não a vendo publicada, achei por bem a reproduzir nesse espaço. Eis a mesma:




NÓS FOMOS ENGANADOS – TRÉPLICA
Contei a história de seu Adilson e suas agruras de aposentado, ficha caindo, percebendo que o (des)Governo atual é infinitamente pior que o anterior, pois lhe tira direitos e benesses. Rufino Junior se mostrou contrariado e responde em missiva publicada aqui em 30/10, tentando construir uma historinha sem pé nem cabeça, eivada e falácias e aleivosias. Além disso, ironiza com o fato de nos próximos vinte anos, tudo o que foi conquistado desde Getúlio Vargas estar sendo jogado na lata do lixo. O percebo feliz da vida, ao contrário de todos os que até então possuíam direitos e leis que perduraram por décadas. Relato histórias reais e não provocações, pois isso é o que menos precisamos para solucionar os atuais problemas do país e devolvê-lo ao seu rumo soberano.

Conto outra. Troco o piso de taco aqui em casa e nele instalo outro, frio. O profissional que me atende me convence pela troca. Diz que, madeira hoje só entre os abastados, custo alto. Frequenta todos os condomínios da cidade. Ouvia em todos algo parecido: “Mas como pode alguém sem nenhum estudo como tu ganhar perto de R$ 300 reais dia. Pois ganhava e fiz algo impensável décadas atrás, levantei uma bela casa e comprei dois carros. Fiz por merecer. Veio o Temer e em menos de três meses chegamos naquilo que eles tanto queriam. Hoje ganho menos de R$ 100 dia e com previsão de abaixar mais”. Esse tem a absoluta certeza de que, os tempos atuais não são de sacrifício, como afirma Rufino Jr, mas o da impossibilidade de agora em diante, no mínimo garantir o que até então os lá de baixo ousaram um dia conquistar. “Seu Henrique, tenho comigo, que com esses que estão hoje tomando conta do Brasil, eu quem um dia viajei de avião pro Nordeste, tenho certeza, não mais o farei, pois não me deixarão mais”.

Acham que exagero? Ouço um barulho na calçada de casa e é um sujeito trepado no poste e junto dele minha vizinha, empregada doméstica. Pergunto o que se sucede e ela meio contrariada me diz: “Pedi para tirarem os canais pagos da TV. Daqui por diante, o sonho acabou, seu Henrique. Hoje vejo que quando me falava que iria piorar, dizia não ser possível, mas hoje sei e nem mais durmo. Os de hoje vão danar nossas vidas até não mais poder. E eu não enxergava isso antes”. Tenho muito mais historias com o mesmo desfecho, mas ficam para outro dia, outra carta e todas muito reais, uma mais doída que outra. Talvez assim o Rufino Jr entenda do que tinha tentado passar na missiva anterior, que as maldades impostas ao país hoje não são obra nem do Luís e nem de Dilma.


HENRIQUE PERAZZI DE AQUINO – jornalista e professor de História

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