CENA BAURUENSE (154)

OS PRÊMIOS DISTRIBUIDOS NA ALVISSAREIRA BAURU – E QUEM MERECE UM DE RESISTÊNCIA NO FINAL DO ANO

A Revista Atenção tem seu prêmio Destaque do Ano e nele todos os da fina flor bauruense, os tais “forças vivas”, muitos deles dentre os que desfilaram de verde amarelo pela Getúlio Vargas, clamando contra a “corrupção” (sic) e hoje, todos caladinhos e resignados. Não desmereço as premiações, pois já fui agraciado em algumas delas, o Prêmio Luiza Mahin, do Conselho da Comunidade Negra, a Medalha Zumbi dos Palmares que a família Baté, lá de Tibiriçá reverencia os que estão sob o seu olhar e mais recentemente, o Eu Faço a Diferença, do pessoal da Semana da Diversidade. Enfim, são premiações e premiações. Em alguns casos, o melhor mesmo é recusar, uns com a devida finesse, outros na grosseria mesmo e muitos aceitamos de bom grado. Imagine só, nesse exato momento alguém te agraciar com um prêmio, por exemplo, bancado por algum órgão declaradamente golpista e traindo os interesses da classe trabalhadora. Declinar é o melhor negócio, do contrário estaremos referendando tudo o que foi e está sendo feito de maldades para com o país.

Escrevo isso tudo, pois estamos chegando ao final do ano e nessa semana mesmo mais um prêmio, o dos Melhores no Esporte, algo anualmente feito pelo radialista Bira, especializado em futebol amador. Acabou se transformando numa grande festa, encampada pelos que sabem fazer de tudo um grande evento e daí, junto da premiação um jantar festivo, onde o homenageado paga o convite e recebe o troféu. Nada contra, pois hoje vale tudo e esse é só mais um dentre tantos troféus, medalhas e quetais. Reconhecer alguém é algo salutar e como venho discorrendo, acontece em tudo quanto é camada social. Difícil alguém do povão, ser reconhecido ou ter um mero olhar por algum feito durante o ano, não estando inserido dentro do que se convenciona chamar de Empreendedores.

Escrevo isso tudo para tecer loas para um segmento a merecer o Destaque do Ano no Quesito Resistência, Organização e Destreza no trato com os novos tempos despontando na curva da esquina: os ESTUDANTES SECUNDARISTAS. Para mim, mesmo o ano não tendo se encerrado, considero o que está em curso como mudança nos rumos da Educação, algo com uma dose de crueldade nunca vista desde muito tempo e dentro dessa luta toda a envolver a implantação do novo método, o do espólio educacional, eis no meio disso tudo, seus maiores interessados, os estudantes. Quando todo o país já está arrefecendo o ânimo e a disposição de ir a luta para reverter o quadro do golpe, eis que esses jovens saem a luta, botam a cara para bater, se mostram muito mais organizados que tantos outros segmentos e deixam todos de queixo mais do que caído. Se existisse uma premiação sendo oferecida para um grupo de forma positiva, esse seria dado para esses. Aqui em Bauru, como de resto no país num todo, vê-los em ação nas ocupações das escolas públicas estaduais, Luiz Castanho de Almeida e Guia Lopes é algo para todos os ainda com alguma disposição de luta e resistência, dar aquele breque, se juntar a eles e irmos todos possibilitar o crescimento desse movimento e fazer vergar quem quer desgraçar com o que ainda nos resta de Educação pública de qualidade. Todos os louros nesse final de ano reservo aos mesmos e junto deles me coloco na resistência, tão necessária, num inevitável enfrentamento contra tudo o que virá ainda pela frente, despejado cruelmente pelos golpistas sob nossas cabeças.

Um efusivo VIVA para todos os ESTUDANTES SECUNDARISTAS na luta e na lida por dias melhores, conscientes de que para vencer, se faz necessário união e disposição. E isso, já vi, eles possuem de montão e estão dando exemplos para todos nós. Dentre todas as fotos hoje publicadas pela aí, escolhi essa, a de uma menina da Escola Guia Lopes, ela saindo da desocupação de punho erguido e junto de sua mãe, a apoiando, orgulhosa da filha. O troféu são deles todos...