quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (83)


AMARAL DAS CAIXAS DO CEASA E UM ALGO MAIS DESSE TURÍSTICO PEDAÇO DE BAURU
Cada lugar da cidade possui pessoas que o identificam e nem sempre a pessoa que para mim representa um lugar é a mesma para outra. Cada um segue o que lhe vai pela cabeça como regra de conduta (e é assim mesmo que deve ser) para sacar alguém logo de cara num lugar e sair dizendo: é o que melhor representa esse lugar. Por esses dias acabei redescobrindo um magnífico lugar para passeios inusitados e devaneios de grande monta: o espaço físico do CEASA. E lá, aos fundos dos barracões principais, eis um principado, um lugar onde quem reina é uma brilhante pessoa e sempre empunhando seu martelo. Escrevo dela e depois um bocadinho do CEASA.

PAULO CESAR FERREIRA é o AMARAL DAS CAIXAS lá no CEASA Bauru ou também, o MESTRE AMARAL da Capoeira. Esse sorridente entendido em caixarias múltiplas e diversas tem um lugar só seu lá no CEASA, onde há 20 anos atrás foi trabalhar como chapa. Cinco anos depois, após muita observação, começou a montar as caixas onde os feirantes e comerciantes transportam suas mercadorias. Hoje, mais do que experiente no negócio, tem um lugar só seu, aos fundos do bucólico lugar e lá trabalha com todo tipo de caixa e para atender todo tipo de cliente. Negro, 51 anos, sorriso largo e papo agradável, casado, dois filhos (uma de 24 anos, já formada e um com 10 anos), morador do Geisel, logo ali do lado de lá da Nações Unidas, esse evangélico e capoeirista exerce sua profissão, reconhecido por tudo e todos no pedaço. Nas rodas de capoeira, começou na Escola de Capoeira Senhor do Bonfim, hoje Ilha do Bonfim, dando seu quinhão para diminuir os preconceitos dos que dentre sua religião renegam à pratica do esporte. Sujeito muito simples, sempre disposto a uma boa conversa e hoje, mais do que nunca, criando muito com aquele amontoado de caixas ao seu entorno, pois uma nova clientela viceja em busca de peças de decoração e até móveis. E ele vai juntando, conciliando tudo e tocando sua vida, sempre com um martelo na mão e feliz pelo ofício descoberto ali mesmo na labuta diária dentro do CEASA.

UM ALGO MAIS DO CEASA - Por si só, aquela imensa área lá nos altos das Nações, no topo do morro, tendo o Geisel do outro lado é merecedor de um tratado, pois numa cidade onde rareiam pontos turísticos, eis um diferente e cheio de possibilidades mil. Sim, o CEASA de Bauru é um lugar ainda pouco conhecido pelos próprios bauruenses e para quem o conhece, um lugar de possibilidades imensas de passeio, distração, entretenimento e boas compras. O lugar não atende só atacadistas e sim, também a varejo. Ali tem floriculturas, peixarias, distribuidores de legumes e frutas de toda espécie e até de empresas de decoração. A pessoa chega buscando uma coisa e acaba saindo maravilhado, pois vai descobrindo outras e se encantando com o lugar. Cada comerciante tem um jeito só seu de atender, de saber envolver o cliente e na maioria das vezes, quem aporta por ali uma vez, acaba virando freguês e volta e meia está por lá novamente. O cheiro do lugar é bem característico. No meio de tudo os barracões com frutas e legumes e em cada um, aroma diferente, dependendo da especialidade de cada quiosque, ou reservado ou mesmo barracão. Eu prefiro os mais simples, pequenos, aconchegantes e onde flui sempre papos agradabilíssimos. Para quem possui tempo, parar por ali e ficar observando a rotina do lugar é também inebriante, pois quem trabalha com a fragilidade de produtos perecíveis é possuidor de um jeito especial no seu manuseio. O carregar e descarregar de caminhões diversos, pequenos carros, peruas Kombi e até ambulantes que vagueiam por lá com seus carrinhos de mão são todos merecedores de registros inesquecíveis. Tem quem goste de passear pelo Jardim Botânico, pelo Zoológico, pelo Calçadão da Batista, pelo parque Vitória Régia, pelos trilhos de uma ainda energizante ferrovia, conhecer o verdadeiro aeroporto de Bauru, o lá da Octavio Pinheiro Brizola e dentro dessas possibilidades todas, coloco como um dos pontos mais interessantes para visitas o nosso CEASA.
Bater perna por lá é algo ótimo para a pessoa estressada voltar ao normal, pois ele tem a possibilidade de dar uma sonhada além da correria da cidade. Pode também sentar numa das mesas de um famoso bar no lugar e desfrutar de uma gelada, comer algo e viajar na maionese. Eu faço isso com certa frequência, mesmo quando subindo a Nações para outras incursões e passando pela sua frente, mas com outro destino, tente adentrar o lugar, passe pela portaria e mergulhe olhos, ouvidos e boca num lugar onde ainda é possível ficar distante de outros ruídos de uma cidade já cheia de sons atormentadores. Gosto muito e indico não só conhecerem O Amaral da Caixaria, como vários outros personagens mais do que vibrantes do lugar. Quer esquecer das temeridades desse novo (des)Governo? CEASA na veia. Quer nem pensar em Trump presidente dos EUA? Faça como fiz hoje, CEASA na cabeça. Quer fugir da insanidade alckmista e suas atrocidades contra os secundaristas? Proteste muito (é o que nos resta fazer) e depois vá sentir o cheiro das frutas lá no CEASA. Aquilo é também remédio contra estafa e até esse bestial ódio visceral vigente na mente dos paulistas. Vamos ceasear qualquer dia desses? E conspirar...

Com as caixas do Amaral eu ilustro isso tudo que acabei de descrever... O bonito é descobrir pessoas diferentes de nós, recarregantes por natureza, mesmo pensando diferente bem diferente da gente num monte de coisas são ótimos de papo e dependendo da conversa esqueço de tudo o mais.

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