quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

BEIRA DE ESTRADA (31)


TRÊS TEXTÍCULOS (OPS) DE FINAL DE ANO


1) NÃO ME VENHAM QUERER NÃO REALIZAR O CARNAVAL POR CAUSA DA TAL CRISE: “Eu digo SIM à festa da virada no RJ! E SIM as festas da virada, folias de reis, de carnaval, Semana Santa, de padroeiras e juninas de todos os municípios. E... PAGUE AO SERVIDOR !! Do estado e de todos os municípios. Cultura, Turismo, Patrimônio Cultural Material e Imaterial, Eventos, Festas e Celebrações são parte do desenvolvimento humano, social e econômico de todos os lugares. Não caímos na armadilha demagógica de governantes ruins e que querem colocar uns contra os outros. Não sejamos simplistas. E vamos cobrar o que é certo: que os recursos destinados a Educação, a Saúde, a Habitação, ao pagamento do funcionalismo etc sejam bem administrados e não sair despindo um santo para cobrir o outro. Se você também diz SIM, copie e cole no seu mural”, servidora pública estadual do Rio de Janeiro e carnavalesca juramentada, além de sambista de todas as horas, Cláudia Lucciola.

2) DEVO OU NÃO FESTEJAR A PASSAGEM DO ANO DIANTE DE TANTO INIQUIDADE?:
“Me perguntam por aqui se não acho um absurdo festejar réveillon no meio de um momento difícil. Eu não acho nada, cada um que faça o que quiser, é claro. Não vou ditar regra; vou apenas festejar a virada, mesmo que para mim a data não signifique grande coisa, como sempre faço e aprendi com os meus, com maior ou menor entusiasmo. Os avós que me criaram tiveram a sabedoria de ensinar na prática o seguinte: a gente não faz festa porque a vida é fácil. A gente faz festa exatamente pela razão contrária. A cultura do samba veio desse aparente paradoxo: não se samba porque a vida é mole; se samba porque a vida é dura. O sentido das celebrações, ao menos para mim e para minha circunstância, é esse. Festa e fresta são quase a mesma coisa e não concebo uma sem a outra. Noves fora, não tenho mais idade para ser fiscal da celebração alheia e nem dou trela para quem se arrogue de fiscal da minha. (E acho que quem não quiser festejar porra nenhuma tá certo também). No mais, o que espanta miséria é festa, como dizia Beto Sem Braço. Depois do terceiro traçado, na hora do sufoco, sonrisal vira champanhe e é vida que segue.”, o professor de História que mais entende de magias, folguedos e furdunços, Luiz Antonio Simas.

3) A DEPRESSÃO QUE ACOMETE ALGUNS NA PASSAGEM DO ANO:
"A época mais deprimente do ano, pra mim, são as "festas" de fim de ano, natal e reveiom. Aí os podres sociais vêm descarados, em caridades, em solidariedades, em afetos e sensibilidades momentâneos e hipócritas. É quando se vê mais claramente a falsidade nos olhos, a alienação, o egoísmo travestido de sorrisos e desejos bons, tudo falso, instantâneo do que não se é, querendo ser - mas sem capacidade, pelos vícios sociais cotidianos. Os desvalidos se expõem na expectativa das bondades em pó solúvel, refeições, panetones de última categoria, rabanadas, restos de peru e até vinho barato rolam nas ceias sobre caixotes ou no chão, mesmo. Então eu vejo a cara porca da minha sociedade corrompida, teleguiada, cega e aboiada, em todos os níveis. Os mais tristes, pra mim, são os níveis superiores, onde a ignorância e a alienação são instruídas e medrosas. Têm condições de tomar consciência, mas morrem de medo, preferem a alienação. E se faz caridade pra não se tomar consciência e mudar valores e comportamentos. Covardia planejada, implantada pela mídia e exercida pela média. Não há "menos favorecidos", há sabotados pela estrutura; não há inferioridade na miséria e na ignorância, há vítimas de crimes sociais, que tiveram roubados seus direitos humanos, básicos e constitucionais." Eduardo Marinho, um que não conheço, mas seu escrito está do jeitinho que gostaria de ter produzido.

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