segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

CENA BAURUENSE (155)


LEVEI O MAIOR SUSTO HOJE NA CÂMARA...

Comecei a suar frio, pois de uma hora para outra começaram a chegar no recinto um monte de gente engalanada com muitas divisas, um fardamento muito do esquisito, todo colorido e cheio de condecorações variadas e múltiplas. Cheguei a pensar serem escoteiros, mas esse os achei mais coloridos. Entraram em bloco e ocuparam todos os espaços vazios. Não tinha mais para onde ir, pois me rodearam e já estava a ponto de pular pela janela, quando tomei coragem e me dirigi a uma distinta senhora, com medalhas de cima embaixo (já a estava comparando com algum general) e perguntei: "De que se trata? O que vem a ser isso?" Foi quando o presidente da Câmara os anunciou, são da Assembléia de Deus de Não sei Onde e assim se vestem, segundo ela, para incentivar a garotada a fazer a coisa bem feita na vida. Vivem buscando doações para entidades assistidas pela igreja e hoje estavam na Câmara para que os jovens tomassem conhecimento de como se dá o trabalhos dos vereadores. Tinham a visita como uma tarefa e no dia seguinte seriam submetidos a uma prova, onde demonstrariam o conhecimento adquirido. Ela, muito simpática, tentou falar mais, mas foi contida pela fala vinda lá da frente da Câmara que os saudavam. Voltei a sentar, limpei o suor da testa (aliás encharquei o surrado paninho), pois estava prestes a acreditar estar diante de alguma milícia e ao saber do que de fato se sucedia, acalmado pelas circunstâncias, fiquei a olhar e querendo entender o significado de cada uma daquelas medalhas pregadas na faixa da distinta senhora. Tinha uma representando um computador, outra uma folhagem esquisita e tudo o mais. E ela sorria para mim e eu tentava retribuir. Ainda bem, vieram em missão de paz. Já pensaram esses todos vindo para cima de nós e propondo a revolução? Estava em minoria e seria trucidado. São de paz. Ufa!

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