quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

CARTAS (170)


RECAPITULEMOS...*

* Carta de minha lavra e responsabilidade, publicada na Tribuna do Leitor, edição de hoje do Jornal da Cidade - Bauru SP:
Muitos anos atrás, um governador do maior estado da federação, o mesmo de agora, o sr. Geraldo Alckmin, se vê acuado por causa de ações dos ditos criminosos nas ruas, todos eles constituindo ainda na época uma facção, o tal do PCC. O comandante geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo era o quase bauruense, o mesmo senhor que hoje dirige a Emdurb, coronel Eclair. Deu no jornal, na TV e eles mesmo depois confirmaram ter existido encontros entre as partes e acordos foram selados. Só assim a paz voltou a reinar em São Paulo. O tempo passou e a paz sempre reinando.


Não se sabe se os tais acordos foram renovados, mas rebeliões em São Paulo ocorreram muito poucas até hoje. O comando do governo estadual continuou esse tempo todo nas mãos do mesmo grupo político, o mesmo também que fez o tal acordo lá atrás. Hoje dizia-se que poderia voltar a ocorrer algum barulho em São Paulo se o líder do PCC voltasse para as masmorras mais cruéis. Sabe-se que não voltará e a paz continuará em vigor. Ufa!

Porém, algo foi desconstruído nesse período e poucos notaram. Hoje, com uma simples apreensão de um celular nas mãos de um detento, explode um presídio e, a partir daí, pode-se estabelecer o caos em uma cidade, com informações das mais desencontradas, exatamente como de fato se sucedeu em Bauru. E isso não teria a ver com o tal acordo de leniência feito lá atrás? Vejo que o que antes era uma mera facção, hoje não mais.

Nítido o poder muito maior e nem sei que nome poderia lhes dar: organização, máfia, 5º Poder. Mas vejo que, encorpados, crescidos, encorajados por acordos e acordos sendo renovados, deram-lhe a devida importância e hoje, por qualquer motivo, fazem o que tem que ser feito sem nenhum constrangimento. Alguém contribuiu decisivamente para possuírem o avantajado físico que hoje ostentam.

Isso é uma teoria, mas pode ser considerada como algo muito perto da realidade.

OBS. Todas as DUAS fotos ACIMA publicadas são da edição de hoje do JC. Leiam também isto, publicado hoje edição do mesmo JC: http://www.jcnet.com.br/Policia/2017/01/cpp-3-sera-reconstruido-e-policia-segue-buscas-por-41-reeducandos.html

SOBRE O MESMO ASSUNTO:
COMO MANIFESTAÇÕES NÃO COMEÇARAM POR MEROS R$ 0,20, ESSA REBELIÃO TAMBÉM NÃO DEVE TER COMEÇADO POR CAUSA DE UM CELULAR...
No último sábado, 21/1, final do expediente, aqui pertinho de casa, ponte da rua Inconfidência, ao lado do ribeirão Bauru, eis que de uma hora para outra um ônibus transportando detentos que trabalhavam em obras espalhadas por Bauru é interceptado, com todos seus ocupantes colocados para o lado de fora, mãos para cima e revistados. A ação durou pouco menos de uma hora e, pelo visto, nada foi encontrado, pois do mesmo jeito como foram cercados, metralhadoras em punho, foram liberados. Eles se foram para seu confinamento e o local voltou rapidamente ao normal. Que terá sido aquilo? Algum tipo de prenúncio do que estava já sendo anunciado como "cuidados especiais", procedimentos normais, denúncias sendo averiguadas ou sei lá o que? Nada contra a ação policial, não é essa a discussão feita aqui, pois tudo ocorreu sem nenhum tipo de violência física. O registro feito por mim, que acreditava não seria utilizado para nada, agora me faz algum sentido. Todos no ônibus são lá do CPP 3, o antigo IPA. Vale pelo registro numa rua no intestino bauruense e me faz pensar da possibilidade da existência de algo já prevendo possibilidades outras em pleno desenvolvimento e das tentativas de seu antecipado aborto. Sei lá, tudo ainda está fora do entendimento e da compreensão dos pobres mortais. Lá atrás foi o tal dos R$ 20 centavos e agora o uso de um celular a causar tamanho estrago numa penitenciária onde estariam 'depositados' (sic) reeducandos, ou seja, regime semi aberto (a porta de saída da prisão fechada, dura) e não presos comuns.
Tenhamos todos um belo dia, com mais um bocadinho de chuva.

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