sábado, 7 de janeiro de 2017

COMENTÁRIO QUALQUER (159)


PROCURANDO ALGO SOBRE MAGISTÉRIO, PROFESSORES, ESCREVO DE VALMIRA ROCHA
Nada como começar o ano com o primeiro perfil de 2017 sobre a luta dos professores por uma Educação mais digna, libertadora e sem amarras. A primeira boa dica quem me deu foi meu filho. Sempre que passa aqui pelos lados do Mafuá senta ao computador e fica a me indicar bandas, livros, documentários e filmes, muitos deles, nenhum assistido por mim. Dessa vez veio com um irresistível, “O SUBSTITUTO”, 2013, direção de Tony Kaye, com o famoso ator Adrien Brody no papel do professor sem lugar fixo, correndo de escola em escola. Um filme sobre a falência do ensino e mais, a falência dos valores, algo muito em voga hoje em dia. Um desses filmes que valem a pena ver e depois debater em conjunto, pois são tantas coisas ali ajuntadas. Cliquem a seguir e o assistem inteiro: https://www.youtube.com/watch?v=Q56IneXPCVk. Escrevi isso como introdução ao que vem a seguir, pois nada melhor do que nesse exato momento, onde tentam de todas as maneiras e jeitos danar com a Educação como a conhecemos e queria muito escrever de alguém resistindo dentro desse esquema todo. Eis alguém enfronhada numa luta das mais dignas.

VALMIRA ROCHA é uma moça toda cheia de sorrisos. É do tipo que quando confia na pessoa ali diante de si, abre um sorriso e fala, a simpatia toda comprimida ali em pouco mais de 1m60, ou seja estatura mediana, cheia de garra, disposição e desprendimento. Assim a descrevo após um primeiro contato mais alongado, numa viagem de volta de São Paulo Bauru, onde tivemos o privilégio de assistir juntos um show do Raíces da América em evento do PCO – Partido da Causa Operária, da qual é mais que admiradora. Ouvi-la falar sobre como andam as coisas no interior do serviço público estadual paulista, na área da Educação é para os fortes. Não a ouvi reclamar, mas sim resistir, não se deixar vergar. Dessas que não se entrega e usa as armas que possui para não deixar que, os insensíveis do lado de lá implantem sem resistência o maquiavélico plano de destruir o que ainda resta de bom no setor. Um jogo de xadrez, onde mesmo diante de todas as adversidades, ela vai, como muitos, conciliando um mestrado e ministrando suas aulas, correndo de um lado a outro, buscando incentivo onde não mais existe e repassando o que sabe, da melhor forma ainda possível. O professor que faz uma opção na vida, a de não só ministrar aulas, mas militar, interagir de fato, buscar o algo transformador, esse padece mais, pois esse algo mais é também fonte de benesses pessoais (a luta faz todos crescerem mais e mais), porém transtornos incontornáveis. Esses os merecedores de muita admiração, pois são os ainda dispostos a transformar esse mundo, os ainda acreditando que um outro mundo é possível e, para tanto, fazem o que podem, inquietos, resolutos e guerreiros. Como gosto de gente assim. Não quero aqui escrever nada da vida pessoal da pequena gigante Valmira, mas sim enaltecer o que faz, como faz, com quem faz e sem esmorecer. É isso que interessa, uma ODE aos bravos e sempre dispostos professores que não abandonam a cancha de luta. Valmira representa muito bem essa categoria profissional tão digna. Daí ser ela meu primeiro perfil de 2017.

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