terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
BEIRA DE ESTRADA (74)
O POVO NÃO É BOBO – COMO VOU PERCEBENDO ISSO NAS REAÇÕES AQUI E ALI Abro o jornal de hoje e lá estampado algo pelo qual todos sabemos não vai acontecer nem que a vaca tussa: “Temer: réus da Lava Jato não continuarão ministros. ‘O Governo não vai blindar ninguém’, diz Temer”. Pura cara de pau. Se ele, o próprio, está envolvidíssimo, com citações escabrosas, como pode querer barrar seus ministros e se fazer de isento. Ou seja, alguns bois serão jogados às piranhas, para no frigir dos ovos, ele e os mais graúdos se salvarem. Impolutos, santos do pau oco. Golpistas cruéis e insanos. País à deriva e uns e outros, parte considerável da mídia e Judiciário lhe dando corda e guarida. Nem todos estão desatentos a tudo isso. Colhi um exemplo ao vivo e a cores no dia de ontem e aqui vos conto com algum detalhamento.
Defronte onde está o mafuá, um campo aberto, barrancas do rio bostento Bauru (aguardando processo de drenagem e purificação de suas águas) e nele um casal, muito simpático, ambos recicladores urbanos. Ambos residem na vila Quaggio e com uma Brasília bem antiga, acoplada com uma surrada carretinha vicejam por essa Bauru bem que inteira, juntando desde latas de alumínio, caixas de papelão, papéis, garrafas de vidro e tudo o mais que possam lhes garantir alguma renda. Deixavam até dias atrás, presa numa grossa corrente um carrinho de catar papel, desses empurrados á mão, atado numa árvore no local. Levaram, mas foi reencontrado e devolvido aos donos. Estão providenciando os reparos e será devidamente reincorporado ao espaço do campo. Ambos auxiliam e muito na manutenção do lugar com tudo limpo e asseado. São parceiros, companheiros, quase vizinhos de todos. Bons de papo e até fazem pequenas remoções, fretes quando necessitamos. Estão devidamente integrados na região.
Ontem, a esposa do casal, dona Maria me procurou ao me ver chegando de carro. Viu o “Fora Temer” na área de casa e outro no vidro do carro e já veio me dizendo: “Vizinho, queria tanto um desses aqui no carrinho. Esse danado está acabando com o país. Tudo o que tínhamos ele está botando abaixo. Se antes ganhava mais com os reciclados, hoje tudo caiu pela metade. Que dificuldade e ligo a TV, ele só prejudicando a gente. Quero deixar claro que eu e meu marido, o Douglas não estamos nem um pouco contentes com o que ele está fazendo com o país. Preferia muito mais como estava, onde vivíamos na dificuldade, mas tínhamos muito mais que hoje. Que vai ser de nós, vizinho?”, me disse.
A resposta eu tento dar indicando um só caminho. “Temos que tirar esse Temer e e seus amiguinhos de lá, nem que seja na força”. No mais, corro para dentro de casa, imprimo uma Mafalda gritando “Fora Temer” no que computador, coloco dentro de um plástico transparente (para durar mais e não molhar) e ajudo eles a colar no carrinho com o qual circulam pelas ruas. Digo mais: “Achei pequeno. Vou providenciar um bem maior”. Sei que o adesivo por si só não resolve muita coisa e ainda pode lhe causar problemas com os inconsequentes dessa cidade, estado e país, mas já é um começo. Desse povão, do qual adoro estar no meio, encarafunchado uns com os outros nossos atávicos problemas, pouca decepção, pois possuem uma boa percepção de tudo o que de fato está se sucedendo ao país, a destruição do pouco que haviam conquistado. Daí, fiz questão de ajudar esses meus PARCEIROS nas ações contra a bestialidade em curso.
De agora em diante, dois adesivos desses circulam pela cidade, um no meu carro e outro no do casal Douglas e Maria. Estamos pensando em abrir uma franquia e expandir os negócios adesivisticos cidade afora. Quem quer mais um?
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