quarta-feira, 8 de março de 2017

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (121)


SAIBA MAIS DE QUEM FOI TAXADO DE “VAGABUNDO” POR VEREADOR BAURUENSE - O QUE PODE VIR PELA FRENTE...
Num texto de 2011, escrito por mim para o blog Mafuá do HPA, algo do Wander Florêncio, o que injustamente foi chamado de "vagabundo" por um vereador na última sessão da Câmara dos Vereadores de Bauru: http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=RETRATOS+DE+BAURU+%28107%29

Deu na seção Entrelinhas do Jornal da Cidade em duas Notas:
“Esquentou - Os manifestantes alegam que o vereador coronel Benedito Meira (PSB) teria os ofendido chamando de "vagabundos", o que exaltou de vez o clima na reta final da sessão, quando o projeto foi para votação. Nomeado relator na Comissão de Justiça, Meira chegou a ser vaiado. Bussola suspendeu a sessão e, na retomada dos trabalhos, a reunião foi encerrada.

Resposta - Meira frisa que não ofendeu nenhum dos presentes na sessão. "O que eu disse é que eu não tenho medo de vagabundo. E eu não tenho mesmo. Fui eleito legitimamente pelo povo, e vou exercer meu mandato em defesa do povo, não vou aceitar a pressão de grupos minoritários que sequer representam os interesses da coletividade", disse ao JC.”.

Perguntei para o Wander dos motivos da ofensa. Ele me responde: “Pra começo de conversa eu tava tomando café. E apenas perguntei a ele sobre como se daria essa atuação da PM nos casos de festas clandestinas. Sou estudante do ensino técnico, na ETEC Rodrigues de Abreu, moro com minha mãe a um bebezinho que a gente cuida. Então na visão dele todos são vagabundos, só pode. Moro no Residencial Monte Verde I ,do Minha Casa, Minha Vida”.

Wander é esse doce pessoa, circulando pela cidade toda, na maioria das vezes a pé ou, no máximo de ônibus circular. Procura participar da imensa maioria das atividades políticas e culturais na cidade. Toma conhecimento de algo, lá se dirige e não se contenta e ouvir, quer participar, fala, pede a palavra, sugere e emite sua opinião. Um cidadão a merecer respeito.

Não se tomando o devido cuidado, existe uma possibilidade de alguns vendo a presença popular na galeria da Câmara dos Vereadores em horário dito de expediente querer resgatar uma antiga Lei, entulho autoritário, como a famigerada “Lei da Vadiagem”, cuja contravenção prevista no artigo 59 do Decreto Lei nº 3688, de 1941, tinha como punição pena de 15 dias a 3 meses para os sem emprego. A dita cujo está fora de uso, mas em vigência, pois não foi ainda revogada até a presente data. Ou seja, bobeando, para impedir acesso popular nas galerias e não ocorrer a perturbação do sossego dos vetustos e nobres edis, o enquadramento dos inquietos lá presentes pode vir a acontecer.

Na época de sua aplicação o sujeito era obrigado a andar com a Carteira Profissional no bolso. Em algumas praias ditas nobres já se faz obrigatório o sujeito apresentar seu RG, ou não entra e muito menos pode circular livremente nas adjacências. Como estamos numa época de crise, os aplicadores da lei, ou os vetustos de plantão podem querer impor que o acesso a locais públicos só se faça com identificação previamente autorizada. Só que, como viceja o desemprego, estariam enquadrados na dita lei aproximadamente 13 milhões de brasileiros.

Ou seja, de vagabundo para vadio é um pulo. Punição nos costados dos sem emprego. Tem quem diga, afirme, apregoe, reproduza ser essa boa solução para amainar a saga popular por querer saber de tudo e fazer perguntas indigestas.

Tenho dito.
HPA

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