segunda-feira, 6 de março de 2017

RELATOS PORTENHOS / LATINOS (36)


A RESISTÊNCIA LÁ NO MACRISTA CONE SUL E AQUI NO PAÍS DO TEMERÁRIO TEMERISMO
Antes de tudo vejam esse vídeo gravado hoje nas ruas de Buenos Aires, algo da resistência dos professores nas ruas: https://www.facebook.com/LaIzquierdaDiario/videos/1861887657420179/

Os professores hoje pararam a Argentina. Ouço pelas fontes mais confiáveis, todas inseridas nas ainda libertas redes sociais, serem mais de dois quilômetros de professores ocupando as ruas centrais de Buenos Aires, a capital do país platino. A paralisação, mobilização e todos na rua por lá tem duração de 48 horas e hoje foi só o primeiro dia. Sucesso total. O prefeito da capital, uma espécie de Dória de lá, tão neoliberal com o presidente deles, Maurício Macri e cheio de processos como o golpista Temer, fazem de tudo e mais um pouco para impedir o avanço dos protestos. Nem salário estão pagando em dia por lá e ainda querem manter o povo calado, quieto e de cabeça baixa. Conseguiram por um determinado tempo. Hoje, a resposta veio das ruas e com elas lotadas, uma clara demonstração da força popular.

Povo nas ruas incomoda golpistas e afins. Percebam a diferença. Protestos sempre existiram e entre o ocorrido no período quando fomos governados por Lula e Dilma e a Argentina pelos Kirchner é algo gritante. Tudo antes era aceito, contornado sem a presença brutal da polícia baixando o sarrafo. Hoje, o pau come em qualquer manifestação por aqui e também por lá. Querem outra diferença? Hoje, no primeiro sinal de paralisação, os no poder ameaçam com perda do dia não trabalhado e dá-lhe pressão. Sacarão a diferença? Ainda não? o fato é um só, tanto lá na Argentina hoje ocupada, com o povo nas ruas, como nos próximos dias aqui no Brasil com a manifestação das mulheres, a insatisfação pelo que fizeram com ambos os países. Se antes não estava bom, agora, tanto aqui como lá, tudo péssimo, descontrolado e num curtíssimo espaço de tempo, países destroçados, em pedaços, ruínas internas, ameaça total de desestabilização.

Existe tanto lá como cá uma forte pressão para conter as manifestações. Simples. É sabido como começam, mas não como terminam. Podem ser o estopim (toc toc toc) para algo maior, incontrolável e tomando corpos e mentes de uma massa pronta para tudo, inclusive dar fima ao estado de coisas no poder. Tanto Macri, como Temer contam com algo muito parecido e estranho aos olhos de quem não mais enxerga normalidade nos bastidores dos atuais (des)Governos. Existe um Judiciário agindo de forma favorável, só avaliando e referendando o destroçamento dos países, como a perseguição só e tão somente de quem esteve à frente dos Governos anteriores. Lá o juiz Bonadio persegue implacavelmente Cristina Kirchner e aqui o juiz Sergio Moro o faz com Lula da Silva. Em ambos uma só constatação, medo deles voltarem. Impossível não se imaginar como foi sendo construído isso do Judiciário dos dois países agirem de forma tão parecida. Como foi possível essa orquestração? Que tem gato nessa tuba, não se tem a menor dúvida.

Esse vídeo aqui compartilhado da ação dos professores hoje nas ruas buenaristas é o alento que todos precisamos. Enfim, até quando conseguiremos nos manter indiferentes sem botar o bloco nas ruas? Tudo está por um fio. O baú de maldades proporcionado por Macri e Temer é tamanho, com o desemprego atingindo índices estratosféricos, leis trabalhistas sendo jogadas na lata do lixo, desrespeito total ao povo mais simples, a imensa massa, sendo essa acuada em prol de uma minoria nadando de braçada. Escândalos e mais escândalos pipocando lá e cá, até o momento em que, a revolta se faz presente. Para tudo existe um limite. Esse limite já ultrapassou as raias do bom senso, do permitido, do tolerável. O que ocorre lá hoje, está prestes a ocorrer aqui e mesmo que a grande mídia, tanto de lá, como de cá, continuem fingindo nada acontecer, o importante é estar acontecendo. Vai acontecer. Precisa acontecer. Impossível tanta passividade diante de tanta destruição e iniquidade. A única saída é essa, povo nas ruas. Vamos a elas, sem medo de ser feliz.


A NOVA EDIÇÃO DE CARTA CAPITAL NAS BANCAS HOJE
Dentre outros, lá tem o ótimo Página 12 e aqui, também dentre outros resistentes Carta Capital: https://www.facebook.com/CartaCapital/videos/1399120133442730/

Se você se dignar a dar uma passada nas bancas, como faço religiosamente (vejam como sou crente!) toda santa (ui!) semana, impossível diante de tantos títulos, você não se inquietar: "Mas o que vou ler no meio disso tudo?". Sim, publicações existem aos borbotões, mas no meu caso e para meu deleite, poucas, raras mesmo, caem no meu gosto. Não que possua gosto refinado, mas é que vicejam hoje uma imensa quantidade de porcariada, leitura mais que desprezível. E no mar de papel, letras ainda impressas (não me acostumei a ler digitalmente), algumas raras exceções despontam e demonstram que nem tudo está devidamente perdido. Carta Capital é uma delas. Credito a ela, sem medo de errar, a de ostentar o título de melhor revista semanal brasileira. Talvez a mais fininha, com menor número de anunciantes, mas a mais substanciosa, a com melhor conteúdo e também a única atuando dentro da verdade factual dos fatos, algo raro no mercado editorial brasileiro desses golpistas tempos. Para os que não possuem o hábito de nem ao menos folhear suas páginas, mas insistem em criticá-la, o desprezo, pois não sei como ainda conseguem emitir opiniões sem conhecer o seu conteúdo. Para quem conhece, acaba virando vício, pois liberdade de imprensa, leitura saudável, quando encontrada, o melhor mesmo é cair de boca. Nessa caio sem medo, devoro e aprecio sem nenhuma moderação. Mino Carta, para mim, o melhor jornalista em atividade hoje em dia, o com maior credibilidade no país e para os que ainda não conhecem, recomendo Nirlando Beirão, o cuidador da seção/caderno QI. Texto de muito fino trato, requintado como pouquíssimos, fina flor da escrita e do bem pensar. A cada edição a renovação das expectativas e a cada domingo, o preenchimento de todas elas. Diante de tanta iniquidade não consigo me ver sem essa habitual e necessária leitura. Indico com o devido louvor.

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