domingo, 2 de abril de 2017
BAURU POR AÍ (138)
E O BAILARINO BAURUENSE JÁ ESTÁ NO CANADÁ A história é longa, recheada de momentos tensos e emocionantes, cheia de algo a engrandecer esses que ainda persistem em apostar suas fichas no país e nos brasileiros. Um rapaz de 19 anos, MARCOS VINICIUS ARANTES DOS SANTOS, oriundo de um acampamento de trabalhadores rurais em busca da terra, amante primeiramente de Hip Hop e depois descobrindo o ballet, consegue vaga no espaço público municipal para poder deslanchar seus sonhos, a Cia Estável de Dança, capitaneada por Sivaldo Camargo.
A partir daí novos rumos em sua vida. Da impossibilidade de continuar comparecendo aos ensaios diários, consegue se mudar para a cidade e vive até então da bolsa de estudos ali propiciada. Em dois anos, cresceu e apareceu. Vicejou e numa apresentação em Salto SP, consegue ser o escolhido e alça novo voo. Uma bolsa de estudos de ballet numa conceituada companhia de Vancouver no Canadá. A bolsa, por si só, já era uma conquista, mas junto dela muitas outras teriam que ser conquistadas. E foram, uma a uma, com muito apoio de muitos e muitas de todos os lados e matizes.
Seu embarque se deu ontem no Aeroporto Internacional de Guarulhos, sempre tendo ao lado seu professor Sivaldo e de mim, na categoria de incentivador, ajudante, contribuidor e apoiador. A minha parte foi quase insignificante diante de tanta gente que lhe estendeu os braços, entendeu do significado dessa conquista e se desdobrou para que o desenlace se desse da forma mais satisfatória possível. Muitos o fizeram de forma anônima e assim como esses, opto por não fazer a citação de ninguém, mas de ressaltar de como tudo transcorreu em capítulos, cada um mais emocionante que o outro.
Uma história que a TV, pelo que vejo, está disposta a contar. Sim, eles devem fazer o relato dessa viagem de um menino, como tantos outros, saindo dos cafundós deste ainda magnetizante país, suando muito a camisa até conseguir um grande salto em sua vida. Por detrás, dela outras tantas histórias, de gente que, atendeu aos pedidos e participou de algo muito mais intenso, a corrida feita nos bastidores, essa recheada de um calor humano mais do que intenso. Eu tive o prazer de acompanhar de perto muito disso tudo ocorrido nos bastidores e sei, que muita coisa não deve e não precisa ser revelada, nem nesse e nem em nenhum outro momento.
Reverencio aqui aos que, assim como para tudo o mais na vida, acreditam nas pessoas, nas grandes histórias, no crescimento do ser humano enquanto pessoa pulsante, vivente e envolvente. Publico aqui algumas fotos, primeiro da despedida bauruense, da compra de sua passagem aérea, após ter conseguido o visto de entrada no Canadá no último minuto da prorrogação e, contando com o apoio do Ballet de Vancouver, em nenhum momento exitou em continuar acreditando, que mesmo atrasado, tudo daria muito certo. E deu. Vê-lo conseguindo, ele mesmo, acompanhar e realizar cada passo, tudo tão novo para ele, fazer tudo ao seu jeito até o momento do embarque é indescritível.
Marcos acaba de desembarcar em Vancouver nesta manhã e é recebido pelo pessoal do Ballet lá no aeroporto. Vai para suas acomodações nos próximos três meses (uma casa augada só para ele e um outro ganhador da mesma bolsa) e a partir de amanhã iniciará um curso intensivo, em dois períodos, num local onde serão só dois bailarinos e o restante, todo o corpo composto de mulheres. Tudo culminará com uma apresentação ao final e diante de tudo isso, novas esperanças e sonhos.
Existe muita coisa relevante e poderia descrever muitas delas, mas não o faço. Bastidor é bastidor e o que vale é ter ele conseguido, está lá e deu tudo certo. No mais, problemas existem para isso mesmo, serem resolvidos. Cada um envolvido nesta questão esteve diante de vários deles e todos acabaram sendo sanados. Vitória.
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