quarta-feira, 19 de abril de 2017

MÚSICA (147)


DIA DO ÍNDIO EM BAURU E COMOS OS RURALISTAS AVANÇAM O SINAL SOB TERRAS INDÍGENAS
“Todo dia era dia de índio”, na voz da cantante Baby Consuelo preenche os espaços aqui do mafuá no dia 19/4. Ela prossegue com algo ocorrendo exatamente como na letra: “Mas agora eles só tem o dia 19 de abril”. Abaixo a letra completa: “Curumim,chama Cunhatã/ Que eu vou contar/ Curumim,chama Cunhatã/ Que eu vou contar/ Todo dia era dia de índio/ Todo dia era dia de índio/ Curumim,Cunhatã/ Cunhatã,Curumim/ Antes que o homem aqui chegasse/ Às Terras Brasileiras/ Eram habitadas e amadas/ Por mais de 3 milhões de índios/ Proprietários felizes/ Da Terra Brasilis/ Pois todo dia era dia de índio/ Todo dia era dia de índio/ Mas agora eles só tem/ O dia 19 de Abril/ Mas agora eles só tem/ O dia 19 de Abril/ Amantes da natureza/ Eles são incapazes/ Com certeza/ De maltratar uma fêmea/ Ou de poluir o rio e o mar/ Preservando o equilíbrio ecológico/ Da terra, fauna e flora/ Pois em sua glória, o índio/ É o exemplo puro e perfeito/ Próximo da harmonia/ Da fraternidade e da alegria/ Da alegria de viver!/ Da alegria de viver!/ E no entanto, hoje/ O seu canto triste/ É o lamento de uma raça que já foi muito feliz/ Pois antigamente/ Todo dia era dia de índio/ Todo dia era dia de índio/ Curumim,Cunhatã/ Cunhatã,Curumim/ Terêrê,oh yeah!/ Terêreê,oh!”. Pare verem o vídeo dela cantando, cliquem a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=Kk8KAKh51BQ

Claro, impossível querer enxergar o índio como aquele numa oca como na época do descobrimento. Já se passaram mais de 500 anos e se evoluímos enquanto seres humanos pensantes, os que esperam vê-los pelados, morando e vivendo em condições precárias precisam se atualizar. Ali na gare da Estação da NOB (a mais bonita do interior paulista, segundo Loyola), do outro lado do túnel, última plataforma, escondido atrás de uns vagões sendo restaurados (ou em fase de), uma exposição mostra isso. Trata-se de uma concepção sob a assinatura da “Araci Cultura Indígena” e nela dois banners com os seguintes dizeres: “Transformação da casa do povo Terena, Guarani e Kaigang ao longo dos anos – Será que só porque o indígena mora em casa de alvenaria deixou de ser indígena?” e “Menos preconceito, mais cultura indígena – Apoie essa ideia”.

Ouço pela rádio um dos idealizadores da exposição, Irineu Nje’a dizer que além de tudo, trata-se de uma “necessária provocação, uma demonstração explícita de que o índio não ficou estagnado no tempo e no espaço e aquilo de ter uma parabólica na oca e no seu interior um computador, uma TV, um celular pendurado são sinais, não de deterioração, mas de evolução, de estar sintonizado com os novos tempos, sem perder suas raízes e o sentido de sua causa”. Vou visitar a exposição acompanhado de Ana Bia e a sogra Darcy Soliva da Costa. Entendo aquilo tudo e, com a simplicidade com que foi criada, algo bem didático, sem grandes elucubrações e divagações. Algo tão simples que, nem necessitaria de maiores explicações e entendimentos. Enfim, tudo tão explícito, mas diante desse novo conceito de como tratar o índio empreendido pelo atual (des)Governo golpista capitaneado por Michel Temer e seus aliados, me vejo na necessidade de escrever algo mais a respeito.

O índio, como diz na letra da música foi o primeiro a aqui chegar, portanto, naturalmente a terra lhe pertence. Porém, tudo, contanto, hoje viceja umas lema no país dominado pelos temerários, o de “Todo Poder aos Ruralistas”, ou seja, a vontade desses é uma ordem, pois dariam empregabilidade num momento de crise. E daí, a partir daí, fazem o que querem, onde querem e como querem. Liberou geral. O agronegócio interfere descaradamente na demarcação de terras e tenta esvaziar cada vez mais a FUNAI. Já tentaram via Ministério da Justiça a criação de um grupo para analisar os processos administrativos internos de demarcação e fazer a revisão beneficiando os invasores, ou seja, o agronegócio. A competência disso ainda é da FUNAI, mas a tentativa é para que seja feita por outro órgão, mais palatável aos interesses dos invasores e exploradores. O que isso quer dizer? Simples. Querem manter os privilégios de poderosos na agricultura, pecuária e no extrativismo. Para tanto, se faz necessário, em primeiro lugar destruir a FUNAI. No Brasil, há 896,9 mil indígenas (a maior parte vive na região Norte, Amazônia) e as reservas ocupam 13% do território nacional.

Além de todas as sacanagens em curso com os golpistas no poder, essa só mais uma. O que existe hoje de legislação a favor do índio e as demarcações protegendo os indígenas garantem a preservação ambiental e até a própria sobrevivência do que ainda resta dessa população. Entendam o que de fato está ocorrendo: tem uma turba pela aí chamando os índios de vagabundos, repetindo de uma tal necessidade deles trabalharem e inadmissível suas terras continuarem ociosas, tudo para favorecer o desmembramento de tudo e a invasão definitiva em benefício do agronegócio. Ou seja, a máxima que leio agora numa manchete de jornal é o que prevalece para tudo o vivido nesses tempos atuais: “NÃO HÁ NEOLIBERALISMO SEM TRAIÇÃO”. O que fazem com o índio é o que vemos esses golpistas fazendo com o país num todo, a sua destruição total e absoluta.

OBS.: Se existisse um troféu, um meio de mensurar quem faz a melhor monitoria dentro do Museu Ferroviário Regional de Bauru, sem demérito nenhum aos demais, mas o melhor MONITOR, sem sombras de dúvidas é o servidor PH - o popular Paulo Henrique Pereira. Trabalho com uma dedicação exemplar no quesito servidor público. Adoro ser seu amigo.

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