terça-feira, 8 de agosto de 2017

COMENDO PELAS BEIRADAS (43)


ISTO SIM É UMA VERGONHA, MAS ATIRAM TODAS AS PEDRAS SÓ NOS COSTADOS DO POVO

Sessão da Câmara dos Vereadores de Bauru é, infelizmente, um lugar pra endoidecer gente sã. Sabe aquilo do cara jogar pedra no telhado do vizinho e manter o seu descoberto? Pois bem, isso é mato hoje, ou seja, cresce e viceja que é uma belezura. Para começo de conversa um lugar onde todos, dito por um deles, votam unidos, coesos e de comum acordo. O que pode parecer ser algo saudável, não o é, pois se compreende um acordo de bastidores e sem nenhuma possibilidade de nenhum deles "mijar fora do penico". Esse fazer fora do penico é a oxigenação tão necessária na atuação política. Ninguém lá, pelo jeito, pensa diferente. Podem até existir diminutas diferenças, mas na hora do voto, cravam tudo de comum acordo. Pior impossível. Como ninguém até o presente momento teve a coragem de desdizer o que foi dito, pelo jeito a coisa é verdade e regra. Isso sim é uma grande vergonha.

Então, falava da sessão de ontem, segunda, 07/08. Fica mesmo bonitinho os vereadores virem a público com gravações variadas pela cidade e publicadas em suas páginas nas redes sociais e expostas quando da fala na sessão. Tem um deles que agora deu para falar grosso com o povo, tascando palavras de nível não muito elevado para o que vai encontrando cidade afora. Vi semanas atrás o mesmo mostrando móveis velhos jogados no meio do canteiro central da principal avenida do Mary Dota e tascando a lenha em que o fez. Ontem vi outro vídeo de sua esmerada produção artística, ele ao lado do buraco das Nações, o com os trilhos por cima e clamando aos céus que, a Prefeitura faz tudo direitinho, pintou os muros e um povinho "sem eira nem beira" vai lá e estraga tudo. Mostrou a pintura nova do lugar e uma pichação num dos cantos. Concordo que as críticas até possam ser válidas, mas para qualquer um desses vereadores bauruenses não pega muito bem jogar pesado contra o povo e eles, votando tudo em bloco e até fugindo de enfrentar o povo, como na votação da aprovação da lei que criminalizou festas populares na periferia e repúblicas. Pois é, naquele momento, votaram antes do povo chegar e picaram a mula, fugiram e agora se arvoram de bons mocinhos. Não teria sido aquilo uma grande vergonha? Poderíamos fazer um vídeo contra eles todos e divulgar por aí.

É muito fácil enxergar o erro do outro e não o seu. Vereadores bauruenses fazem isso desmedidamente hoje, sem nenhum tipo de pudor ou rubor nas faces. Esse texto é um toque, uma pequena lembrança para que se olhem no espelho antes de tacar a pedra diante do erro alheio. Daí, impossível não se lembrar de uma velha canção do nosso cancioneiro, "ATIRE A PRIMEIRA PEDRA", do Ataulfo Alves:

"Covarde sei que me podem chamar/ Porque não calo no peito dessa dor/ Atire a primeira pedra, ai, ai, ai/ Aquele que não sofreu por amor./ Eu sei que vão censurar/ O meu proceder/ Eu sei, mulher,/ Que você mesma vai dizer/ Que eu voltei pra me humilhar/ É, mas não faz mal/ Você pode até sorrir/ Perdão foi feito pra gente pedir". Pelo visto, esse vereador em especial não perdoa os outros, mas não vê nada de errado no seu proceder. Recomendo clicar a seguir e ouvir a balada na voz inesquecível do Ataulfo: https://www.youtube.com/watch?v=QRTaywhML7c

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