quinta-feira, 24 de agosto de 2017
INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (105)
ELEFANTE BRANCO OU CAVALO DE TRÓIA – CUIDADO BAURU, NÃO COMA GATO POR LEBRE A proposta do Governo do Estado de SP, capitaneado pelo Santo, o governador Geraldo Alckmin é realmente tentadora. Bauru necessitando com urgência urgentíssima de mais leitos hospitalares e eis que, de uma hora para outra resolvem atender os seguidos pleitos e não só aumentam a quantidades das vagas hospitalares na cidade, como entregam para os cuidados da Prefeitura Municipal de Bauru um Hospital, o da AHB – Associação Hospitalar de Bauru. Num primeiro momento só alegria, mas quando a poeira começa a baixar, algo mais do que preocupante. É disso que trata a participação mensal por essas plagas do intrépido, ágil e sempre atento nas movimentações extra-anúncios oficiais, o super-herói bauruense Guardião. “Eu poderia dar muitos nomes para isso, todos do jargão popular, desde chamar de Elefante Branco, Cavalo de Tróia, Presente de Grego, etc. O governador Alckmin não dá ponto sem nó. Tempos atrás resolveu doar escolas públicas estaduais para os municípios e continua fazendo algo parecido, pois isso faz parte do que denomina de Estado Mínimo. Simples, o Estado se desvencilha do que antes era sua obrigação e empurra para outrem, presta uma ajuda inicial e depois abandona tudo ao deus dará. No caso bauruense, todos ainda muito alegrinhos com a doação do prédio e de tudo o que está lá dentro, que um dia já foi de Bauru, foi cooptado pelo Estado como salvação da lavoura e agora vem de volta, como desova. Não encontro outra palavra para designar o que está em curso, desova”, começa seu relato.
Antes de continuar com Guardião, fomos em busca de saber, via google, o que venha a ser de fato isso de Presente de Grego, tudo para não deixar Bauru comer gato por lebre: “Significado de Presente de grego. É o recebimento de algum presente ou dádiva que traz prejuízo ou não acontece beneficamente, como era para ser. Surgiu a partir da famosa Guerra de Tróia. Nessa guerra, um cavalo de madeira foi deixado junto aos muros de Tróia pelos Gregos, supostamente como um presente”. Daí voltamos nossos olhos para o que Guardião alerta os bauruenses e suas autoridades: “É tudo muito lindo, no papel a vinda da Faculdade de medicina é maravilhosa, sonho antigo, agora consumado, mas justamente no exato momento em que as três grandes públicas paulistas estão vivendo situação de pré-penúria, com cortes e programas sendo encerrados. E por que ele cede aos clamores de Bauru justamente agora? Seriam por causa dois lindos olhos azuis da cidade? Claro que não. Não existe ponto sem nó nessas questões. Enxergar o outro lado e colocar o dedo na ferida se faz necessário. Na questão da doação da AHB para a Prefeitura, algo de igual teor. O que tem representado a presença dos governistas tucanos no estado de SP por esses vinte e poucos anos é mais do que suficiente para desconfiar de que, algo não vai dar tão certo. Nem precisa ter bola de cristal para acertar na mosca: isso de arcar inicialmente com dois milhões e meio mensais vai ser uma batata quente sem tamanhos. Será que ninguém por lá avalia os riscos disso tudo?”.
Sempre precavido e não querendo ser desmancha prazeres, Guardião não quer ser transformado numa ave de mau agouro, ou seja, o que diante de tão boa notícia, traz a rui. Nada disso, ele não apresenta nada de tão novo e pede só para se ter muita calma nessa hora: “De um momento de plena euforia, a cidade pode vir a vivenciar um de frustração total e absoluta. Qualquer pessoa a acompanhar o que ocorre hoje nas hostes da Famesp, sabe como se dá a relação empregado/patrão, com completa insensibilidade para com anseios da classe trabalhadora. Agindo de forma dura, implacável com esses, por que agiria de forma diferente com a Prefeitura de Bauru? Não se iludam. Não precisa nem a poeira baixar para perceber a existência de um imenso Cavalo de Tróia sendo trazido para o epicentro da Praça das Cerejeiras e ali todos venerando a belezura do que está ali em exposição. Não esperem a noite cair para ver o que vai sair de lá de dentro. Podíamos se antecipar e fazer esses se comprometerem com compromissos outros. Sei que a Prefeitura pouco pode fazer, pois o governador age da seguinte forma: Presente não se olha os dentes. Ele doa e quer que a aceitação ocorra sem um pio. Ocorrendo algum tipo de contestação, virá a retaliação em outros quesitos e como a dependência é grande, na recusa do presente, cortes virão em outras torneiras. No caso do Gazzetta é PEGAR ou PEGAR, ou seja, Bauru está prestes a se lascar. E depois não venham me dizer que não avisei...”. E encerra o papo e vai observar a quantas anda a movimentação para o que diziam estaria em curso, a construção de um novo Pronto Socorro central na cidade. Circula e não vê um tijolo sendo movimentado na região, daí questiona: “Será o benedito?”.
Obs.: Guardião é cria do traço criativo de Leandro Gonçalez, com pitacos escrevinhativos (ou seria escrevinhatórios) do mafuento HPA. Inicialmente sai no Mafuá do HPA uma vez por mês, mas a partir de setembro, a intenção é dobrar a pedida: dois por mês.
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