sábado, 16 de setembro de 2017

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (103)


MAFUÁ DO HPA EM FESTA: 10 ANOS DE ININTERRUPTAS ATIVIDADES

Chegou o grande dia e quase que ia me esquecendo. Sou mesmo desligado, mas impossível não dar o breque e comemorar, enfim, não é todo dia que se comemora dez anos de escrevinhações múltiplas e variadas. Em 14/09/2007 publiquei isso em algo alinhavado pela minha cabeça, a explosão, publicar tudo o que me vinha pela cabeça: “MEUS CAROS - AGUARDEM SÓ MAIS UM POUQUINHO, POIS OS ÚLTIMOS AJUSTES ESTÃO SENDO FEITOS PARA ADENTRARMOS O GRAMADO. A PELEJA JÁ VAI SE INICIAR. AINDA ESTOU CALÇANDO AS CHUTEIRAS, MAS COMO ESTOU UM TANTO DESTREINADO, ISSO DEMORA UM BOCADINHO. HENRIQUE PERAZZI DE AQUINO”.

A partir disso a coisa foi explodindo, mais e mais e chegou a essa quase obrigação (uma tortura) de ir, pelo menos, publicando no blog um texto por dia. Todos meus textos de Memória Oral (que um dia vai virar livro e já tenho o prefácio de Ignácio Loyola Brandão), os Retratos de Bauru (que depois no facebook se transformaram no Personagens sem Carimbo – O Lado B de Bauru e já passam dos 900 personagens), os Drops – Histórias realmente acontecidas, a Charge Escolhida a Dedo, Bauru por Aí, Frases de um Livro lido e por aí afora. Quando comecei ainda estava trabalhando nas hostes da Cultura Municipal e a ideia do mafuá me veio de uma conversa com Sivaldo Camargo, quando comentávamos que nossa compartilhada sala de trabalho parecia mesmo um “mafuá”. A ideia pegou e hoje, passados dez anos, não é difícil alguém do outro lado da rua gritar: “Diz aí, Mafuá”. Virei o próprio.

A princípio o mafuá era uma ideia na cabeça e tudo o que tinha guardado em pastas ir sendo disponibilizado no blog. Não existia isso de um lugar fixo, apesar de a casa onde morava com meus pais (voltei a viver com eles após minha separação da Cleo) e para cá trouxe tudo, desde livros, LPs, CDs e papéis de toda natureza. O tempo passou e ocupei quase todos os espaço da casa. Minha mãe se foi, depois meu pai e acabei herdando a casa e por fim, denominei o lugar de Mafuá. Virou o espaço físico. Há oito anos e pouco vivo muito bem com a Ana Bia, mas num apartamento ainda pequeno, que mal cabem o mafuá lá dela (professora carioca e chegando com uma tralha igual a minha). No apartamento cabe o que é dela e aqui na Baixada, o meu mafuá, onde tento manter as minhas, quando as cheias do ribeirão Bauru permitem. Muito já foi levado pelas águas. Quando não levanto tudo, perco uma parte, mas isso só ocorre em janeiro e em cada um, sufoco danado. Vigia de papéis, pois molhados não viram.

E daí, agora se completam DEZ ANOS de escrevinhação e aporrinhação dos diletos amigos e amigas. Tudo o que vai pela minha cabeça eu posto e deixo registrado no Mafuá (www.mafuadohpa.blogspot.com). Foram tantas coisas boas (algumas ruins), que temo esquecer de muitas se for me dar a lembrar, querer citar algumas. O fato é que hoje, quando coloco Bauru no google, surgem inevitáveis citações de algo publicado no mafuá. Fotos por mim tiradas se espalham com o vento e são reproduzidas por tudo quanto é lugar, algumas com citação de fonte, outras não. Gente me descobre e faz contato de longe para saber mais de alguma coisa publicada. Alguém se lembra do mendigo Juscelino, que apareceu no meu portão e vieram busca-la lá de Itaqui RS, divisa com a Argentina. A tal da derrubada do totem da Havan, o com a Estátua da Liberdade na entrada da cidade rendeu de tudo, até uma entrevista feita pelo celular, quando estava em viagem em Buenos Aires. Adoro entrar numa boa polêmica e foram tantas, mas em nenhuma algo fútil, sem sentido, pois tento manter essa desregrada vida no caminho de retidão (não seria perdição?).

Eu não tenho regra pra nada. Escrevo o que me dá na telha, mas sempre da minha linha de pensamento e ação. Agrado a alguns e desagrado a outros tantos. Ótimo isso, faz parte da vida. Imaginem a chatice de agradar a todos. Prefiro ser essa inconstância que todos a compartilhar de minha amizade sabem inata, grudada em mim. Sigo em frente como posso, na maioria das vezes aos trancos e barrancos. Adro escrever de Bauru e dos seus, mas com a minha pegada. Não sou dado a adular poderosos (mesmo gostando de uns poucos dos providos de grana na cidade), preferindo sempre ter em meus textos os do dito Lado B, os que não saem na mídia massiva e quando o fazem, el algo depreciativo. Toco meu barco assim, Ana me entende até onde pode, meus amigos idem, eu sigo sobrevivendo mal e porcamente com caraminguás vendidos ao estilo camelô e nas horas vagas escrevo. Tenho umas pastas por aqui onde no título já a percepção do seu conteúdo: “Tudo”. Vou juntando tudo o que escrevo ou penso em escrever.

Hoje o blog quase não tem mais comentários, mas sei que muitos continuam acessando e lendo o que ali sai registrado. Ou mesmo, entram para pesquisar algo. Tudo o que sai hoje no blog, sai também no meu facebook pessoal, ali com mais comentário, diversão e até pauleira. No face a postagem some rapidamente e lá no blog, pelo menos por enquanto está disponibilizada para pesquisa e de fácil localização. Não pretendo parar, o que descontenta meus detratores, mas como não represento perigo nenhum, não vai ser um escrito chinfrim deste mafuento que vai abalar alguma estrutura pela aí. No mais, quero continuar gerando debates. Como não sei se irei viver mais dez anos (meus amigos estão todos indo muito cedo - a boêmia fenece), permaneço por esse mesmo batcanal, escrevendo e expondo meus escritos para apreciação pública. Seguidor da filosofia do ex-presidente corintiano Vicente Matheus, “quem entra na chuva é para se queimar”, sei que escritos são para gerar algo, provocar, instigar e fomentar efervescência. Do contrário, seria tudo sem sentido.

Estou feliz por ter conseguido permanecer no ar por esses dez anos e tentarei ao meu modo e jeito tocar o barco. Conto com a ajuda e colaboração de tudo, todas e todos. Sem você eu não seria nada (mas eu não sou um nada?). Preciso da muleta de todos vocês.

Muito Grato e feliz como pinto no lixo.

Abracitos sinceros do HPA

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