terça-feira, 31 de outubro de 2017
DIÁRIO DE CUBA (90)
DISCUSSÃO COM BOLSONARITO E A RESPOSTA DELE É UMA SÓ: "VÁ PRA CUBA".
Fui cair na besteira de tentar conversação amistosa com um bolsonarito. Mesmo ciente da pura perda de tempo, ao ler considerações pueris de que este candidato seria uma espécie de salvação da lavoura para o país em crise, não resisti e entrei na conversa:
- De onte tirou essa ideia de que Bolsonaro seria um bom presidente, tu não acompanha a sequência de atitudes totalmente inábeis, autoritárias e fora de propósito deste insensato cidadão?
- Tu para me dizer uma coisa dessas só pode ser petista. Chega de corrupção, nós vamnos enterrar o PT. Os tempos hoje já são outros, ainda não percebeu?
- Pera lá, meu, quem falou em PT, eu só te questionei dos seus motivos para ter escolhido alguém com um currículo tão pernicioso para a democracia como Bolsonaro e já vem mudando de assunto. Impossível apoiar algo reunindo o que ele apoia, nada se aproveita.
- Tu é mesmo abusado, hem! Quer me provocar. Eu voto no Bolsonaro por que cansamos do PT e o país precisa ser passado a limpo. Com ele, gente de bem vai ter arma e ninguém mais vai tirar uma de valente pra cima da gente. A moral e os bons costumes será revigorada.
- O Bolsonaro agride as pessoas que pensa diferente dele, não possui argumentos convincentes e ameaça o oponente com o uso de uso da violência quando não possui resposta adequada. Eles mistura assuntos, não possui discernimento para manter um mínimo diálogo dentro de nível de respeito mútuo. Não assimila crítica e já quer ir na jugular de quem não concorda com ele. Acha que o país precisa de gente assim num cargo de comando?
- Eu também sou assim e ainda bem que não está aqui diante de mim, pois veria o que é bom para tosse. Nós já estamos mais do que cheios de muita conversinha, nosso negócio é ação, escreveu não leu o pau comeu. Agora é a nossa vez, pois tudo está desmoronando e quem vai dar um jeito é ele e nós juntos. Esse papinho de democracia não cola mais, perdeu a aderência. Nós vamos impor a salvação do Brasil pelo respeito à família, aos preceitos sagrados, respeito a lei e a ordem, onde o fardado é um braço da lei.
- Você do jeito que está conversando comigo, acha que está preparado para resolver problemas como uma espécie de representante da lei e da ordem. O que vem na sua cabeça é que é o certo, mesmo que isso fuja dos preceitos da Constituição. Não acha que vai ultrapassar limites e que a violência vai gerar mais violência?
- Meu, se não tá entendendo nada e não queira me confundir. A grande confusão está ocorrendo hoje, onde tudo virou uma grande bagunça e para consertar isso só mesmo alguém que venha para por ordem nisso tudo. O único com capacidade para isso é alguém que devolva a tranquilidade para os homens de bem deste país. é isso que vai acontecer e a lei como eu entendo respeita isso. Não me venha com esse papinho de comunista, pois vocês são a chaga do mundo, verdadeira praga. Quero ver vocês falando grosso com o Bolsonaro e os militares. As instituições estão degradadas e para serem novamente respeitadas se faz necessário a força de quem possui coragem de fazer, executar,sem medo o que precisa ser feito.
- Mas quem está falando grosso é você. Prega a volta dos militares e nem sabe o mal que causaram ao país. Essa confusão de agora não vai ser resolvida com ordens dadas de dentro de um quartel ou por um maluco que tenha a mentalidade de que gritando, falando grosso, impondo leis impróprias, desrespeitando as minorias, os movimentos sociais e os trabalhadores era será restabelecida. O país irá piorar e se degradar mais, será um retrocesso. Isso é fascismo na sua essência mais perigosa.
- Não vai ter mais disso. Tudo isso aí que hoje estão colocando as asinhas de fora vão ter que respeitar o que é imposto pelo Governo, pois esse saberá o que fazer. Não pense que vai ter mais greve quando Bolsonaro governar. Nem greve, nem esse monte de vermelhos querendo invadior terras. Se o fascismo é colocar ordem na casa, isso será feito. A paz vai voltar e quem não estiver contente que vá pra Cuba. Tá com medo, vá pra Cuba, mas faça o quanto antes.
Foi mais ou menos assim.
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (125)
COMEÇANDO A SEMANA: UMA CIDADE PODE VIVER SÓ DE EMENDAS PARLAMENTARES OU QUERER DAQUI POR DIANTE SÓ CONTRATAR FUNCIONÁRIOS VIA O.S. – ORGANIZAÇÕES SOCIAIS?
Duas duras realidades, a de como o brasileiro se deixa levar pelo imediatismo e o vai da valsa dos tempos cruéis onde estamos inseridos. Que o país piorou, favas contadas. Que a situação de hoje é imensamente pior da herdada de Lula e Dilma, também. E hoje, diante de ano e meio de vigência do Estado Golpista, governado por um ilegítimo e temerário cidadão, como agem as instituições e, principalmente as Prefeituras Municipais diante do novo quadro? Como se manter indiferentes ou resistir à avalanche e o método de crueldade atual? Tem quem nem resista e cai logo nos braços do está sendo implantado. Nem pensam em outra alternativa. Esses mostram sua verdadeira face, a de quanto são fracos e só sobrevivem se aliados a uma instância superior. O estilo utilizado pelo governador Pezão, do Rio de Janeiro faz escola. Lá, ele aceita tudo o que lhe é imposto pelo Governo Federal e assim consegue migalhas para continuar sua sobrevida. Guardadas as devidas proporções, em Bauru tudo se repete.
CASO 1 – Leio e aqui reproduzo o que Roque Ferreira publica sobre a barbaridade da utilização e das cidades que se propõe a viver somente com o advindo de emendas parlamentares. Leiam isso: “BAURU, CORRUPÇÃO, EMENDAS PARLAMENTARES E SAÚDE - O Secretario de Saúde de Bauru, o médico José Eduardo Fogolin Passos, em audiência publica realizada na Câmara Municipal em 26/10 para discutir o PL do executivo que regulamenta a gestão e execução de serviços públicos por Organizações Sociais (OSs), voltou a repetir que o município pode se utilizar de recursos de emendas parlamentares para suportar os custos com o Hospital de Base e outros programas da secretaria. Este mesmo discurso foi utilizado pelo prefeito Clodoaldo durante a campanha eleitoral, quando questionado sobre de onde viriam os recursos para que todas as promessas apresentadas pudessem ser cumpridas. Dizia: os recursos virão de emendas parlamentares, pois temos muitos partidos no nosso governo e os deputados destes partidos vão nos ajudar. Ou por ignorância ou má fé, o prefeito se esqueceu de dizer que nos mais de 500 municípios de São Paulo o mesmo discurso era repetido por vários candidatos. Ou seja; não há dinheiro de emendas parlamentares para sustentar a gestão e administração de uma cidade como Bauru”, Roque Ferreira.
Mais foi dito: “CORRUPÇÃO - Além da barganha entre deputados, senadores, deputados estaduais, vereadores e o balcão de negócios em suas bases eleitorais, existem casos mais graves como vem ocorrendo com o corrupto Temer, que para se livrar das acusações que podem levar a cassação de seu mandato, compra deputados com a liberação de emendas parlamentares. Existem centenas de casos, onde de 10% a 15% foram desvios dos valores das emendas para o bolso de parlamentares, seja na fonte ou no destino. Hoje cada deputado federal tem R$ 15 milhões anuais para propor emendas parlamentares. Segundo Raul Pont, ex- prefeito de Porto Alegre “a emenda parlamentar é a antessala da corrupção. Ali começam os negócios com as empreiteiras, com a prefeitura e com vereadores que serão beneficiados. A emenda normalmente já vem acompanhada do projeto da obra e/ou serviço e de quem poderá fazê-la. Em muitos casos, são as empreiteiras que “sugerem” obras e respectivos projetos”. Entender como funciona esta máquina de difusão da corrupção, nos ajuda a compreender porque muitas obras atrasam, porque muitos aditivos contratuais, que ocorrem neste bordel de quinta categoria do clientelismo político, onde impera a cafetinagem com recursos públicos. É este modelo de gestão que Gazzetta e sua trupe estão propondo para Bauru? A corrupção na elaboração e na gestão do orçamento público: o caso das emendas parlamentares na realidade brasileira”. Leiam isso: https://www.conamp.org.br/…/1063-a-corrupcao-na-elaboracao-…
CASO 2 – O que vem a ser essas tais de OSs? Vejam o que diz a respeito o atual secretário municipal de Gestão de Santos SP, Fábio Ferraz: “Na Mídia – Contraponto: O que ela (a Lei 2.497, que autoriza a terceirização/privatização dos serviços públicos em Santos) permite? As OSs entram com o gerenciamento e administração dos serviços de relevância pública. Então a ideia é que as OSs promovam esse gerenciamento, utilizem regulamento próprio para a contratação de obras e serviços e compras de bens. O que é importantíssimo nesse termo? Invariavelmente, a administração pública é submetida a princípios administrativos que são burocráticos, o que acaba gerando a demora na aquisição de um determinado produto. Com o compartilhamento da gestão, essa entidade, que tem finalidade pública, consegue promover a aquisição de um determinado equipamento de forma mais célere. Isso permite que a população tenha serviços prestados com maior qualidade”.
Quem lê isso acaba achando estar diante da tábua de salvação da lavoura. Só entra de gaiato no navio quem quer. Para entender um pouco mais, basta tomar conhecimento do conteúdo deste link: http://www.ataqueaoscofrespublicos.com/…/piada-secretario-…/. Bauru entrou nessa de sola, de cabo a rabo e o prefeito Gazzetta induz seu secretariado a reproduzir a ideia de ser essa a única alternativa para tocar o barco adiante. Governar em época de vento a favor e desta forma produzir boa administração, todos o fazem, até os ineptos. Já navegar em mar turbulento e saber se desviar do “Triângulo das Bermudas”, onde o afundamento será líquido e certo, isso é atitude daqueles que não gostam de ousar, de resistir e de propor nada diferente. Ver o prefeito Gazzetta entrando nessa não me causa nenhuma surpresa, pois sempre teve sua vida política aliada a gente como Alckmin, pensamento e linha de ação conservadora, mas ver o secretário de Saúde Municipal, José Eduardo Fogolin Passos, que até o fim do Governo de Dilma Rousseff esteve nas hostes de Saúde Federal, alinhado com gente como Alexandre Padilha e Arthur Chioro, isso me causa espanto e indignação. Gostaria de saber o que pensam esses dois ex-ministros sobre as OSs assumirem o papel de serem os contratantes de mão de obra para o serviço público. Estaria eu louco ou o mundo aí fora é que enlouqueceu de vez?
Jogar na lata do lixo a legislação trabalhista e de como até então se deu a contratação de servidores é precarizar o mundo do trabalho de uma forma muito cruel, diria, insana.
Não adianta vir com justificativas de estarem no limite do permitido e, contratando na forma antiga, geraria impedimentos e cerceamentos futuros. Para mim não cola. Dificuldades não se resolve com aderir logo no primeiro obstáculo, à medida mais fácil, ainda mais quando essa é um profundo soco no estomago de todo o serviço público como até então ocorre. Não me entra na cachola isso de que as OSs são a solução para o futuro, representam modernidade, pois são exatamente o contrário. O modelo de gestão via Organizações Sociais é considerado o crime de corrupção quase perfeito, pois estas instituições não precisam fazer licitações, já que têm um regime de “regulamento próprio para a contratação de obras e serviços e compras de bens”, como bem ressaltou o secretario Fábio Ferraz. Entra nessa quem quer e quando vejo os a dirigir Bauru entrando nessa, fazendo a intransigente defesa desse cruel e insano modelo, constato ter Bauru adentrado num caminho dos mais tortuosos. Voltar atrás seria de bom alvitre.
OBS.: Sete charges sobre o tema dão luz para todo e qualquer entendimento sobre o que venha a ser isso de OSs tomando conta de nossas vidas.
domingo, 29 de outubro de 2017
COMENDO PELAS BEIRADAS (46)
COISAS MAGNÂNIMAS PARA SE FAZER NESTE DOMINGO:
https://www.pagina12.com.ar/72336-yo-soy-hilda Abro meu jornal preferido (abro é modo de dizer, pois o leio via virtual), o argentino Página 12, o melhor da América Latina e lá algo sobre uma grande escritora brasileira, na capa de um suplemento dominical, deleite para leitores ainda se deleitando com pequenas especiarias no meio da estabelecida balbúrdia em que os insanos golpistas nos enfiaram aqui no Brasil e os doentios neoliberais lá na macrista Argentina. Ler continua sendo a tábua de salvação para não enlouquecermos de vez. Eu leio, cada vez mais. Toda vez que me dá aquela vontade incontrolável de cometer uma loucura, sento num canto aqui do mafuá, escolho algo palatável e caio de boca, mergulho na coisa. Nesta modorrenta manhã dominical, nada melhor do que fazê-lo com Hilda Hilst, a intrépida jauense que, sem papas na língua criou algo com a sua cara e jeito, uma poesia só dela, deliciosa e cheia de nuas e cruas verdades, destas que a imbecilidade brasileira denomina hoje como pornográfica (eu sou e serei cada vez mais pornográfico daqui por diante). Fico lendo o texto em espanhol, o pau cresce só de imaginar nas mil possibilidades da poesia e de onde ela ainda leva o pensamento de um velho lobo das estepes, cansado e ferido, jogado as traças no meio da esbórnia generalizada. Hilda me faz sonhar. Leio, leio e leio, algumas vezes também me masturbo, outras defeco e em outros momentos, como neste agora, vou pra feira (de mãos lavadas, viu!). Vou ver gente, depois volto para hildar um pouco mais, neste dia onde minha alma gêmea, Ana Bia Andrade está bem longe de Bauru, num congresso nordestino, arejando a mente e sacolejando o corpo. Eu cá, ainda bem que descobri Hilda Hilst nesta manhã. Leiam o belo texto e procurem algo mais dela, pois assim o domingo se torna mais leve. Eu bem que tento, com feira melhora um pouco.
A PERCEPÇÃO DA CAMADA POPULAR Escrevi sobre ele na minha tese de mestrado e acabo de inaugurar uma exposição com fotos tiradas em sua banca de livros, LPs e CDs, ali na Feira do Rolo. Falo do amigo Carioca, hoje envergando a vistosa camiseta que lhe dei de presente com minha aprovação, a com os dizeres "EU AMO A RUA", frase do imortal cronista carioca, João do Rio. Passo por lá nesta manhã de domingo e novamente me surpreendo com a percepção dos dignos representantes das camadas populares da população brasileira. Lá no dia de minha defesa, ao falar da Maria Inês Faneco e do seu muro, faço uma citação onde reproduzo algo dito a mim numa entrevista: "Eu gosto muito do Augusto Cury, os livros dele, as frases de incentivo são boas para mim e devem ser também para os outros". Compro dois livros, ele me entrega outro e diz: "Esse você faz o favor de entregar para a Faneco e dizer que é presente meu. Lembro o que disse dela aproveitar frases dele para colocar lá no seu muro e assim lhe passo mais um livro para ela se inspirar mais e mais". Eu trago o livro comigo e amanhã levo lá na casa da amiga pipoqueira. Eu adoro essa linda percepção popular, de guardar falas na algibeira e delas fazer uso da melhor maneira possível. A cada nova prova, me certifico de que a razão está mesmo nas ruas. Eu não leio Augusto Cury, mas não desmereço quem o faça e ainda mais diante da forma como o vejo sendo citado e lembrado. A Bauru das ruas, com sua sabedoria mais do que laboriosa dá de dez a zero na Bauru dos conchavos e acordos espúrios. Sou arrebatado pelas ruas e seus personagens.
sábado, 28 de outubro de 2017
DICAS (165)
CADA UM ESCOLHE O LADO QUE MAIS LHE APETECE – GAZZETTA ENTRE A CRUZ E A ESPADA Semana passada uma Audiência Pública e ali a discussão dos MOVIMENTOS SOCIAIS localizados em Bauru. A Câmara de Vereadores lotou e as discussões são mais do que reveladoras. Hoje já se comenta o fato de Bauru ser o Pontal do Paranapanema da atualidade, local de grande concentração de assentados em busca de um pedaço de terra, seja rural ou urbana. O fato disso estar ocorrendo na cidade tem motivo mais do que evidente: a imensa quantidade de terras devolutas, muitas públicas e nas mãos de grileiros e sendo utilizadas de forma mais do que irregular ao longo de muitas décadas. O trabalhador que não é bobo, ciente disto, quer o seu quinhão, pois se o abastado pode se beneficiar, tirar vantagem e proveito, nada mais justo do que requerer também “a parte que lhes cabem deste latifúndio” (letra de Chico Buarque em Funeral de um Lavrador).
O esperneio é geral quando o trabalhador se mostra organizado e requerendo de forma justa a sua parte no bolo. Lacaios se alevantam e esperneiam, clamam e insuflam os incautos a tomarem posição contra o que consideram um perjúrio, ou seja, trabalhador reivindicar e exigir, ainda mais dentro de um desgoverno temerário como o atual. Na própria Câmara dos Vereadores, alguns sobem à tribuna e cagam regras, clamam pelo endurecimento e radicalização da questão. Querem na verdade os trabalhadores desmobilizados, acampamentos e assentamentos destruídos e vida que segue, com a penúria prevalecendo acima de tudo e todos. Um mais eloquente quer palanque, esbraveja e desta forma, quer seu nome elevado, conquistando adeptos e asseclas. Evito de continuar citando seu nome, pois desta forma estaria contribuindo para a construção dele como o bolsonarito da cidade. Como não quero alavancar algo que abomino, deixe ele lá na sua insignificância e a luta dos trabalhadores do lado de cá.
O que ressalta desta luta pela terra na sua vertente bauruense é a posição do prefeito Clodoaldo Gazzetta. Chegou a firmar um compromisso com os movimentos sociais em garantir eles em locais pré-determinados até que a solução definitiva fosse encontrada. Os assentados acreditaram nisso, mas hoje, após a pressão do lado contrário e o compromisso dele desde sua eleição com forças conservadoras da cidade, o fizeram mudar de rumo e mostrar sua verdadeira face. Assentamentos estão sendo suprimidos e outros já com data para serem reintegrados à sua condição anterior. Gazzetta não cumpriu a palavra para os trabalhadores, mas a cumpre para os poderosos de plantão. Isso intensificará a luta e os confrontos na cidade, algo do qual ele não poderá se isentar de culpas. A Audiência Pública mostrou o grau de mobilização e de consciência política dos envolvidos e isso tudo serve de alerta para o que virá pela frente. Um denominador comum, onde o prefeito pudesse voltar atrás e, desta forma, impedir que a violência ocorra e manche mais uma vez sua já combalida administração seria a solução ideal. Entender que o trabalhador não invade terras, mas sim ocupa áreas previamente estudadas, todas usadas ilegalmente e com histórico de uso indevido, isso é primordial para não confundir tudo e contribuir para o não entendimento do que de fato ocorre no país. A riqueza deste movimento social transcende Bauru e demonstra o grau de consciência do trabalhador em nossa região. Estar ao lado deles é o mínimo que posso fazer neste momento.
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
ALGO DA INTERNET (133)
COISAS DE BAURU – CLASSE POLÍTICA BAURUENSE NO PODER DEFENDE DESCARADAMENTE A PRÁTICA DO TEMERÁRIO Meu amigo Fabrício Genaro, em 15/10, tão logo se consumou a votação da Câmara dos Deputados livrando pela segunda vez a cara do temerário e ilegítimo presidente Michel Temer, golpista e traidor por natureza, postou este texto com duas fotos, aqui também reproduzidas:
“DEFENSORES DE TEMER - A coluna Entrelinhas do JC de hoje (25/10) comentou que a cidade vai receber emenda parlamentar de R$ 500 mil do deputado Milton Monti (PR). Quem nos garante que esse dinheiro não é fruto da compra de voto do presidente Temer para se livrar das denúncias? Ou seria apenas uma solidariedade entre acusados, pois Monti é suspeito de corrupção passiva, ativa e de lavagem de dinheiro, tendo recebido propina da Odebrecht. Ricardo Izar, que gosta de pousar de bauruense, também ajudou a livrar a cara de Temer. O deputado, que aqui aparece ladeado por dois vereadores, pertence ao 'novo' PP, partido do velho Maluf.”.
Vivemos tempos em que é mais do que necessário dar nomes aos bois. Eu dou e daqui por diante se faz urgente a execração pública de todos os que apoiam a bestialidade corruptiva e corruptora deste cruel e insano golpe em curso no país. Milton Monti e Ricardo Izar não são de Bauru (ufa!), mas como representantes políticos da região, vivem de ações na cidade. Para eles deixo uma pergunta, que poderia ser respondida por qualquer um aí do outro lado: Vale a pena ter um deputado para fazer o que esses dois andam fazendo, principalmente no quesito ligação umbilical com o que está em curso em Brasília? Nossos dois deputados estaduais estão alinhados com o golpe, Pedro Tobias e Celso Nascimento e com o desgoverno estadual. Se piorar estraga. Os dois vereadores da foto, Markinhos da Diversidade (sempre o chamarei desta forma) e Fábio Manfrinato comungam da mesma linha de pensamento e ação do Monti, Izar, Tobias e Nascimento, além de toda Câmara de Vereadores, ou seja, estamos retrocedendo no tempo e no espaço. O que vale mesmo é o que ouvi do Paulo Sérgio Simonetti na 94FM: “Tragam dinheiro para a cidade, seja da maneira que conseguirem”. Abomino quem defenda isso, no mínimo como louvável ou mesmo correto.
Ao invés de arejar a política, estamos cada vez mais colocando em pratica o jeito arcaico, o pior possível. Seria esse mesmo o político que uma cidade necessita para alavancar sua vida? Não estaríamos enfronhados no que de pior temos na política? E como sair dessa? Seria com esses?
segunda-feira, 23 de outubro de 2017
FRASES DE UM LIVRO LIDO (120)
Na minha banca a orientadora profª drª Maria cristina Gobbi, o prof dr Juarez de Paula Xavier e a profª drª arli dos Santos. Fiz o que pude, dentro do que sei fazer. Poderia ter feito melhor, mas consegui dar meu recado. Foram mais de dois anos e meio, com muitas disciplinas cursadas, novos amigos na algibeira e hoje, diante do reencontro com o mundo acadêmico, a certeza da importância destes textos para o real entendimento de tudo à minha volta, mas cada vez mais enfurnado com pés, mãos, boca e membros nas ruas.
As fotos dizem tudo. Defendi, fui APROVADO e fiquei uns dias ilhado, ao lado de minha sogra, Darcy Soliva da Costa, num hospital na capital paulistana. Escrevi pouco e publiquei pouco por esses dias. Estava descansando corpo e alma. Saio de lá, a sogra já superando tudo e se renovando, adentreo novamente essa vida doida. Meu projeto continua e quero retomar os Personagens Lado B, buscar m eios de publicar dois livros no prelo mental, reorganizar a vida profissional e cada vez mais, dar aquele jeito de tocar a vida ao lado de Ana sem se deixar levar pela bestialidade destes cruéis e insanos tempos.
Hoje volto à tona, chacoalho bem a roupa, adentero novamente o gramado de jogo e reinicio a partida. Estarei mais ácido, pois o tempo atual assim o exige e como tenho pouco tempo de vida pela frente, quero espezinhar mais e mais esses algozes do povo. Minha pesquisa demonstra o caminho percorrido por mim, o que sempre trilhei e dele não me desviarei. Sigo na toada dos que remam contra a maré.
Escrever sobre esses três riquíssimos personagens da vida cotidiana desta aldeia bauruense me encheu de prazer e contentamento. Francisco Carlos Jaloto, o Carioca da banca de livros da Feira do Rolo, Maria Inês Faneco, a pipoqueira e com o muro mais encantador destas plagas e Adilson Chamorro, o da banca de excentricidades ali na Treze de Maio com Primeiro de Agosto, esses três representam dignamente esta cidade e suas possibilidades. Enxergando-os como comunicadores populares e cada um com uma bela história neste quesito é também o meu jeito de demonstrar que saída pra tudo não está mais nas mensagens da mídia massiva e sim, em cada um de nós, ir buscar outras referências, saídas alternativas. Diante de tanta barbaridade produzida pelas mídia massiva hoje (rádio, jornal e TV), nada melhor do que a gente criar nosso próprio meio de comuniacção e dele fazer uso. A Folkcomunicação, a teoria criada nos anos 60, pelo pesquisador Luiz Beltrão dá luz à minha pesquisa, me embasa e encanta, ilumina.
De lá vou para a abertura de minha exposição, no mesmo dia, 20h30, no TemploBar Bauru, sobre o trabalho de um dos personagens; "O que você veio buscar na banca do Carioca na Feira do Rolo?". Falo mais disso tudo e das repercussões deste inusitado trabalho.
Fiquem com as fotos, tiradas por amigos no dia de minha apresentação. "Envelheci, mas continuo em exposição", já dizia Aldir Blanc, meu poeta preferido. Por falar em poetas, é de praxe o aluno de mestrado presentear ao final do trabalho a banca com um mimo. Fiz um ao meu modo e jeito, uma camiseta e lá estampado a frase linda dita por João do Rio no século passado, como observador das ruas cariocas e de seus personagens: "EU AMO A RUA".
Eis o Sumário do trabalho, que tão logo feitas as correções indicadas, estarei disponibilizando para interessados:
SUMÁRIO
Introdução.
1. Caminhos cruzados
1.1 Cenário da comunicação no Brasil 1.2 Comunicação popular
1.3 Definições, conceitos e matrizes da Folkcomunicação
1.4 Comunicação massiva x comunicação popular
1.5 A comunicação popular na sociedade global midiatizada
2. Bauru: Cidade de contrastes
2.1 Breve histórico sociocultural da cidade de Bauru
2.2 A alta e a baixa cultura na cidade: distanciamentos geográficos
(população, economia, atrações populares – feira, centros e bairro)
2.3 A cultura do ignorado
2.3.1 O Jornal da Cidade: retratos midiáticos de Bauru
2.3.2 Notícias do povo e o povo em notícias
2.3.3 A representação dos ignorados
3. Personagens e cenários folksociais comunicativos
3.1 Escolhas necessárias
3.2 Carioca da Banca
3.2.1 O cenário de atuação
3.2.2 O personagem
3.3 Adilson da Banca
3.3.1 O cenário de atuação
3.3.2 O personagem
3.4 Muro da Faneco
3.4.1 O cenário de atuação
3.4.2 A personagem
3.5 Análise prévia – os personagens e o processo de comunicação .................. 80
Considerações finais
Referências
Apêndices
Baita abracito para tudo, todas e todos.
HPA
domingo, 22 de outubro de 2017
RETRATOS DE BAURU (207)
"O QUE VOCÊ VEIO BUSCAR NA BANCA DO CARIOCA NA FEIRA DO ROLO?". Esse o nome da exposição fotográfica que estarei inaugurando na próxima terça-feira, 24/10 no famoso Templo Bar, ali na Benjamin Constant, centro de Bauru, a partir. das 20h.
Mas o que seria isso de Banca do Carioca, Feira do Rolo e algo que vamos lá buscar? Explico.
"Cultura na Feira do Rolo, no estilo "Mercado das Pulgas", espalhadas mundo afora. Na de Bauru, encravada no seu coração, uma inustitada banca de livros, LPs e CDs, a do Carioca e ali gente em busca de algo cultural no meio da balburdia das manhãs dominicais na maior feira de Bauru. Estariam atrás do que? O jornalista Henrique Perazzi de Aquino, munido de máquina fotográfica amadora, sai em busca desta resposta e expõe o resultado em 54 fotos, sem identificação, propiciando a quem as veja, tecer comentários sobre o personagem e o objeto de consumo. E a Feira do Rolo vira objeto de exposição fotográfica".
A Feira do Rolo como já é do conhecimento de tudo e todos é a maior concentração popular desta cidade. Por ali, nas manhãs de domingo a maior diversidade possível de gente, inusitados encontros e a comercaialização de tudo um pouco. Dentre os itens lá encontrados, na famosa Banca do Carioca, algo de Cultura (com letra maiúscula):: Livros (o carro chefe), LPs e CDs. Procurei ir fotografando ao longo de alguns meses essa passagens de pessoas conhecidas do cenário bauruense e o que iam lá buscar.
As fotos são as mais despretenciosas possíveis, tiradas ora com uma camêra fotográfica sem muito recursos, ora com o aparelho celular. O intuito não era produzir fotos de elevado nível artístico, mas registrar o momento, quando as pessoas paravam diante da banca e se interessavam por algo ali existente. Só isso de ir na feira dominical, parar diante de uma banca de livros e ali escolher algo, se interessar por peças ali existentes, me fez sacar estar diante de algo transformador.
Passei semanas e semanas indo lá (vou todo domingo, bato cartão) e fotografando esse encontro e daí propuz ao Fernando e ao Sérgio Olioveira, do Templo Bar, expor o resultado lá. A exposição ocorrerá de 24/10 a 04/11 no Templo e depois, numa apresentação única, dia 12/11, domingo, das 8 às 12 ao lado da Banca do Carioca na própria Feira do Rolo, aí com uma grande festa onde todos os fotografados poderão não só ver as fotos, mas bebericar algo coletivamente na Choperia do Barba, confluência das ruas Julio Prestes e Gustavo Maciel, portal de entrada da famosa feira.
São 54 fotos expostas e um retrato de parcela significativa do mundo bauruense, principalmente as interessadas em Cultura. Todos e todas estão mais do que convidados. Você indo vaiu se deparar com a foto de muita gente conhecida e algo de sua preferência. E as possibilidades de papo serão divinais: pode até pintar no meio de tudo um nu artístico, um velhote peladão segurando um livro na frente de seus órgãos genitais. E daí pode dar polícia, pode dar protesdo daqueles bobocas e pode dar ejaculação coletiva. Tudo vai depender de como irão interpretar o demonstrado publicamente.
Vamos?
Aqui nesta foto, o encontro da esquerda, Almir Ribeiro e a direita, Carlos Ladeira. |
sábado, 21 de outubro de 2017
AMIGOS DO PEITO (138)
AS BOAS INICIATIVAS TEM QUE SER INCENTIVADAS – NOITE DAS RAINHAS É A CARA DE JORGE SANTTANNA
Todo mundo que está no meio do que se intitula Carnaval em Bauru conhece o Jorge Santtanna. Ele já inscreveu seu nome no panteão dos que gostam, entendem e produzem Carnaval. Ano passado, mesmo de pé quebrado e na iminência de perder o pé, deu seu jeito e botou o bloco na rua. Foi visto na avenida do samba de cadeiras de rodas e com o pé todo encalacrado em parafusos. Não conseguiria ficar em casa naqueles dias, correu seus riscos e deu tudo certo, está por aí, andando novamente e sempre aprontando das suas, com alvissareiras novidades. A mais nova delas ocorre agora, domingo próximo, dia 22, com a inusitada reunião de todas as RAINHAS que um dia já desfilaram no Carnaval da cidade. Ele vasculhou fundo, buscou gente do fundo do baú e movimentou o mundo do Carnaval. Não se fala em outra coisa na cidade. Soube buscar um tema envolvente e levanta novamente o assunto. Palmas para o Jorge, brilhante criador de belezuras em nossa festa, pois de sua verve criativa saem algumas das maravilhas presenciadas no Sambódromo.
Grandioso isso de reunir todas (ou quase todas) as rainhas do Carnaval, tanto que mereceu do sambista do Coletivo Samba, Ivo Fernandes o seguinte comentário: “Umas da iniciativas mais inovadoras que já vi!!!! De suma importância, o desdobramento deste evento para outros de tal formato vai trazer a valorização das mulheres do carnaval!!! Parabéns pela iniciativa do Jorge Santtanna!!!”. Disse tudo. Se a ideia foi dele, está de parabéns e se não foi, que o sucesso alcance a todos. Eu adoro gente que se mexe, que vai atrás, busca e coloca o bloco na rua. Jorge sempre foi um desses, encanta por causa disto, uma disposição que não tem fim. Um evento desta magnitude precisa ter um pouco de loucura junto, de alguém consciente para conseguir conciliar essas rainhas todas, ainda mais juntas. Um pobre mortal teria dificuldade, Jorge não, pois ele não é normal, faz parte do mundo dos que ousam e daí, fazem e acontecem. Tanto que, na sua apresentação do facebook lá está: “EU SOU O QUE LHE PAREÇO SER... COM TODAS... E COM NENHUMA CONTRADIÇÃO!!!”.
Esse é mais um dos eventos de sua verve, para a Esquadra da Indepa, o bloco, já mais que escola, lá da vila Independência. Peço a ele a relação das rainhas e ele me diz da loucura que é querer reunir 39 rainhas do Carnaval e ou agremiações, duas In Memoriam, mais um Rei e um Príncipe de Bateria. Foram dois meses de intensos contatos, até oficializar o Encontro/Festa, NOITE DAS RAINHAS, uma marca sua, que segundo ele, se realizará todo ano, demarcando o início da festa ainda no final do ano. Marcado para a casa noturna Dom Caixote, na avenida Getúlio Vargas 5-65, a partir das 19h, além do sucesso já garantido, pois os ingressos se evaporam, a agitação entre elas é imensa. Promete algo ao seu estilo com uma produção hollywoodiana no local, bem ao estilo para recepcionar uma galeria de agraciadas rainhas. Numa produção com muita gente envolvida, Jorge está por esses dias com a agenda cheia, sem tempo nem para respirar e segue adiante na realização de mais esse sonho. Lea e Tuba, do programa Nota Dez serão os apresentadores, revivendo também algo que sempre gostaram de fazer nos Carnavais bauruenses. O evento tem tudo para dar certo, com presença já confirmada de rainhas da década de 80, 90, a atual Rainha e também a da Diversidade E DA Terceira Idade. O nome do troféu recai sobre "CELINA MARIA APARECIDA LIMA", baluarte do samba, da extinta Mocidade de Vila Falcão, onde além de diretora, chefiou a Ala das Baiana. E no meio disso tudo um show com nada menos que Jô Moura, outra diva do samba e também do Carnaval de Bauru.
Ele me passa a lista e insiste, serão agora 45 rainhas presentes, na ordem enviada por ele:
CRISTIANE LUDGERO, MAYARA SERRA, DRI RODRIGUES, FERNANDA REGINA, FERNANDA BATALHA, DANIELLY ANGELL, DÉBBY BATISTA, DANIELA DERÊNCIO, MARIA INÊS SILVEIRA, JOSIANE QUELUZ, LARISSA DA SILVA, DERIDIANE DA COSTA, SASHA PEARL, KELLEN GOMES, JULIANA MARY, DENISE AMARAL, KATIA FARIA, EDILAINE CRISTINA, VALENTINA VAL PRYNS, CLAUDIA NEVES, ADRYANA PEREIRA, JULIANA DULLORENS, GISELA XAVIER, JULIELEN DE FÁTIMA MATOS, KELLY CRISTINA VICENTE, VIVIANY SANTOS, JÉSSICA DIAS, REBEKA'S KEN, LIGYA MARIANO, MARIANA DECK, ANA LÚCIA SILVA TIBURCIO, GREICI ANE BALDONI, JULIA LOPES, ANA PAULA DE CONTI, NATALIA BERTIZOLI, GREICI RIBEIRO, SHEYLA LÁZARO DE PAULA CARDOSO, MARCIO KABEL, THAIKE KABEL BEM COMO AS HOMENAGENS PÓSTUMAS À ELUZETE SILVEIRA E ANGÉLICA INOCÊNCIO!!!!
Diante de tantos nomes conhecidos do mundo do samba bauruense, ele ainda promete mais: “Há surpresas que ainda não posso contar, o que fará da noite irrepreensível”. Tenho certeza que será também inesquecível, daí neste domingo, todos e todas na Noite das Rainhas. Aplaudo em pé a belissima iniciativa do Jorge.
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
UM LUGAR POR AÍ (100)
O QUE A INGLATERRA TEM A VER COM ISSO? – DUAS HISTÓRIAS
Isso só pode ser assunto para uma sexta-feira...
HISTÓRIA 1 – Ana Bia recebe ligação logo pela manhã de uma baita amiga, agora morando na Inglaterra. Foi conversa longa e quando desligou, vira para mim e diz: “Olha o que ouvi dela. Disse que nesses dias havia falado com vários aqui do Brasil e em todos uma constatação. Além da conversa, comum em todas as conversas algo de dificuldades, problemas, tensões, ou seja, todos estavam reclamando. Ela me disse que nunca havia notado um grau tão elevado de brasileiros preocupados, com suas vidas em dificuldade, receio de algo, como se estivessem perdidos no meio de um tiroteio, desorientados”. Falamos a respeito e nossa conclusão é isso que também vivenciamos. A amiga da Ana não descobriu a pólvora, mas percebeu nas conversas algo do atual sentimento nacional, desolação total e absoluta diante dos quadrilheiros no poder. Estamos todos encalacrados e atolados até o pescoço com a crueldade de onde nos enfiaram. Cada um curte à sua maneira algo da piora do país, dor interna aguda, dívidas acumuladas, doenças agravadas, úlceras dilatadas, instabilidade, desconserto e desestabilização generalizada. Todos com aquele sentimento de que algo nos persegue e se isso ainda não ocorre, estamos por um fio. Em cada um de nós uma dolorosa história, resultado disso que esses insanos e cruéis golpistas fizeram com o país, destruindo sonhos e destruindo possibilidades de uma vida saudável. Eu mesmo tenho uma longa e dolorosa história de depressão provocada pelo vendido e sacana Brasil soltando a franga. Querem ouvir? Estão com tempo?
HISTÓRIA 2 – Numa das passadas do filho por aqui falamos sobre a saída da Inglaterra da União Européia, o Brexit. Ele me faz perguntas inteligentes e delas a conversa se prolonga: “Você imagina o que a geração de jovens ingleses perdeu com a Europa de fora do Brexit?”. Assunto para mais de metro. Divagávamos em meio a essa turbulência brasileira, até chegar no assunto onde finalizamos a conversa. “A Inglaterra é um dos mais novos paraísos fiscais do planeta. Sabia que, ela possui um dos metros quadrados mais caros do planeta? Sim, lá em Londres existe um condomínio com preços inimagináveis para pobres mortais. Nele só os magnatas do mundo, todos os que fazem negócios estratosféricos mundo afora, como os sheiks árabes, os mafiosos russos, judeus da mais alta estirpe, donos das corporações mundiais, tudo reunidos num só local. A saída da União Europeia ocorre muito mais por pressão desses, para que seus negócios frutifiquem sem controle de outros países. O condomínio deles é um mundo a parte, leis próprias e a maior concentração de grana por metro quadrado do planeta. Ali está sendo decidido os destinos do mundo, as grandes negociatas do planeta. Pesquise e vai encontrar muita coisa para ler sobre isso”. Anotei num papel e ele ficou por mais de mês aqui num amontoado diante do meu computador, desses tantos esperando o momento de virar um texto. Hoje pesquisei e constatei a veracidade do que havia me dito. Meu filho é meu alento para papos deste tipo. Ainda bem que o tenho. Leiam isso: https://www.idealista.pt/…/14047-os-bairros-dos-milionarios….
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
BAURU POR AÍ (145)
A BAURU OCULTA NAS ESTRELAS Quando algo acontece pela aí, poderia muito bem acontecer por aqui:
1 – O governo do temerário quer enviar para as mãos da polícia italiana um condenado por lá e, por decisão anterior da Justiça brasileira, decidido que aqui poderia continuar livremente. Cesare Battisti seu nome. Nas ruas me questionam se o gajo vai ser devolvido, não poderiam se aproveitar da mesma jactância da lei e enviar de volta para o Líbano o nosso deputado estadual Pedro Tobias, aquele cujos seus amigos estão envolvidos na questiúncula com a AHB – Associação Hospitalar de Bauru, no denominado mensalão bauruense. Ouo dizer que, por lá, andam necessitando de alguém fluente na língua nativa libanesa, algo que o nobre deputado continua especialista. Meras ideias.
2 – O digníssimo governo municipal bauruense, administração Clodoaldo Gazzetta está, numa manobra de mestre, sugerindo para a Justiça que a também digníssima empresa Instituto Branemark, que tantos reconhecidos serviços prestaram à comunidade bauruense desde sua gratuita instalação em terras nativas permaneça por mais um ano no local, região de alto valor imobiliário, pois gente fina deve ser tratada de forma fina e educada. Já ouço dizer que, o mesmo procedimento não está ocorrendo por parte do prefeito com os assentados urbanos de Bauru, que só clamam pela mesma parcimônia elástica de tempo, ou seja, ser tratados como gente fina. Será possível?
3 – As muitas Caminhadas pela Vida ocorrendo na mais cult avenida bauruense, a Getúlio Vargas movimentam mais e mais pessoas, todas muito interessadas em se doar em prol de ajuda humanitária. Por lá também Caminhadas dos Pets, dos de Coração Aberto e ano passado, uma que muito emocionou a todos nós, a dos verde-amarelos contra a praga da corrupção que assolava este país. Algo me intriga: por que será que, hoje, diante de uma situação infinitamente pior, corrupção campeando solta, elasticamente maior que no período petista, nada acontece naquela via para questionar os desmandos dos tempos atuais. Estariam os que por lá gostam de bater perna não interessados no fim desta corrupção de hoje? Enfim, de que lado estariam esses todos?
4 – Comércio local aplaudindo algo que nem aconteceu, mas contam como certo, o aumento dos empregos temporários para este final de ano. Todos apostam em aumento de lucros, mais ninguém mesmo se engaja no que deveria ser a grande união para tirar este país do lodaçal onde se embrecou com o golpe e trairagem de Temer & Cia pra cima dos costados de dona Dilma & sua Thurma. Pelo visto, ninguém olha para trás e reconhece termos todos vivenciando situação bem melhor há pouco menos de dois anos atrás e hoje (culpa de quem, hem?) uma desolação de dar gosto. Não seria mais fácil, clamar por uma volta ao passado do que insistir em velado apoio quem desgraçou tudo e todos?
5 – Vivemos hoje no paraíso das Audiências Públicas. Tudo vira motivo para vereadores, sempre pensando no bem estar da população, levantarem o dedo e marcarem uma com sua chancela. Existe até uma concorrência de bastidores para ver quem já possui mais Audiências em seu nome. Além do status, serve para a população notar o quanto o edil se mantém interessado nos temas locais. A maioria, confiram, é de pouca serventia. Do mesmo jeito que começa termina. Poucas tem praticidade. O oba oba está estabelecido e conta com anuência de incautos. Discutir o “sexo dos anjos” é tudo o que não precisamos fazer no momento. Existem até vereadores que, em audiências verdadeiramente com participação popular pedem, diante do receio de serem encostados na parede, solicitam reforço policial. Não deixemos as audiências caírem no descrédito, motivada pelo uso desmedido e descabido.
OBS.: As ilustrações são meramente ilustrativas.
2 – O digníssimo governo municipal bauruense, administração Clodoaldo Gazzetta está, numa manobra de mestre, sugerindo para a Justiça que a também digníssima empresa Instituto Branemark, que tantos reconhecidos serviços prestaram à comunidade bauruense desde sua gratuita instalação em terras nativas permaneça por mais um ano no local, região de alto valor imobiliário, pois gente fina deve ser tratada de forma fina e educada. Já ouço dizer que, o mesmo procedimento não está ocorrendo por parte do prefeito com os assentados urbanos de Bauru, que só clamam pela mesma parcimônia elástica de tempo, ou seja, ser tratados como gente fina. Será possível?
3 – As muitas Caminhadas pela Vida ocorrendo na mais cult avenida bauruense, a Getúlio Vargas movimentam mais e mais pessoas, todas muito interessadas em se doar em prol de ajuda humanitária. Por lá também Caminhadas dos Pets, dos de Coração Aberto e ano passado, uma que muito emocionou a todos nós, a dos verde-amarelos contra a praga da corrupção que assolava este país. Algo me intriga: por que será que, hoje, diante de uma situação infinitamente pior, corrupção campeando solta, elasticamente maior que no período petista, nada acontece naquela via para questionar os desmandos dos tempos atuais. Estariam os que por lá gostam de bater perna não interessados no fim desta corrupção de hoje? Enfim, de que lado estariam esses todos?
4 – Comércio local aplaudindo algo que nem aconteceu, mas contam como certo, o aumento dos empregos temporários para este final de ano. Todos apostam em aumento de lucros, mais ninguém mesmo se engaja no que deveria ser a grande união para tirar este país do lodaçal onde se embrecou com o golpe e trairagem de Temer & Cia pra cima dos costados de dona Dilma & sua Thurma. Pelo visto, ninguém olha para trás e reconhece termos todos vivenciando situação bem melhor há pouco menos de dois anos atrás e hoje (culpa de quem, hem?) uma desolação de dar gosto. Não seria mais fácil, clamar por uma volta ao passado do que insistir em velado apoio quem desgraçou tudo e todos?
5 – Vivemos hoje no paraíso das Audiências Públicas. Tudo vira motivo para vereadores, sempre pensando no bem estar da população, levantarem o dedo e marcarem uma com sua chancela. Existe até uma concorrência de bastidores para ver quem já possui mais Audiências em seu nome. Além do status, serve para a população notar o quanto o edil se mantém interessado nos temas locais. A maioria, confiram, é de pouca serventia. Do mesmo jeito que começa termina. Poucas tem praticidade. O oba oba está estabelecido e conta com anuência de incautos. Discutir o “sexo dos anjos” é tudo o que não precisamos fazer no momento. Existem até vereadores que, em audiências verdadeiramente com participação popular pedem, diante do receio de serem encostados na parede, solicitam reforço policial. Não deixemos as audiências caírem no descrédito, motivada pelo uso desmedido e descabido.
OBS.: As ilustrações são meramente ilustrativas.
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
FRASES (161)
FRASE DO DIA E O ENTENDIMENTO DA DESGRACEIRA NACIONAL*
* Escrito de uma só golfada, logo após o Senado federal livrar a cara de Aécio Neves, um dos piores políticos brasileiros e inocentado, novo santo do pau oco nacional.
Hoje não tem como deixar de falar da perdição onde o Brasil está metido. Encalacrado até o pescoço, ou melhor, até o talo. Sabe aquele cara tentando se manter em pé diante de um fundo rio, na pontinha dos pés e só com o nariz e olhos de fora? Estamos assim. Por um fio podemos afundar e babau, acabou. Nesse um ano e quase meio de golpistas no poder, o retrocesso, tenham a mais absoluta certeza, foi o maior em toda nossa história. Sempre reclamei demais do período militar, mas o produzido pelo golpe jurídico midiático de 2016 já é imensamente maior que tudo, danos quase irreparáveis. Ontem a gota d’água, o que faltava para lacrar o caixão. De um baita amigo, jornalista como poucos, atuando dentro da verdade dos fatos, sincero até a medula no que faz, Aurélio Fernandes Alonso, cidadão santa-cruzense e nas hostes do Jornal da Cidade – Bauru, um curta frase a resumir tudo o que estamos vivenciando: “O Brasil acabou”. Dou-lhe toda razão deste mundo. Com esses todos no poder hoje, sem nenhuma esperança. É o fim.
E o que fazer diante da decretação do fim? Quando no fundo do poço, o que fazer? De uns tempos para cá, mais ou menos desde que começaram os insistentes ataques contra Dilma Rousseff e a insipiente democracia, com a desculpa de que estavam fazendo algo pelo fim da corrupção, muitos tentam se fingir de morto. Odeio os que se fingem de morto. O que seria isso? Mostram-se indiferentes diante de tudo o que acontece. Alguns o fazem por sobrevivência, necessidade, pois ao dizer algo, pagam com o emprego e jogam sua fonte de renda na lata do lixo. Respeito esses. Hoje existe uma verdadeira legião de brasileiros se fazendo de indiferentes e isso contribui sobremaneira para prolongar o estado golpista.
A destruição do país é nítida, clara, límpida, transparente e perceptível até pelas pedras do reino mineral. Não adiante virem alguns a dizer já existir sinais de recuperação. De que adiantam esses sinais, quando os beneficiados serão cada vez menos pessoas? Eu quero é cada vez, mais e mais brasileiros usufruam das benesses de uma verdadeira distribuição de renda. Dói-me ver gente como eu, sem eira nem beira e a defender algo deste insano Governo, tudo, para segundo eles, não dar o braço a torcer para um provável retorno do PT ao governo. Bestiais. Reconhecer erros e acertos se faz necessário, mas o óbvio ululante faria um bem danado para nosso futuro. A catástrofe tem volta, mas precisaria de todos irem pras ruas, exigir em alto e bom som algo novo. Eleições já eram, elas estarão viciadas e transformadas em referendar os bestiais no poder. Como é impossível acreditar em qualquer instituição nativa, descrédito quase total, o bom mesmo é chafurdar no estado conspiratório. Nele estarei inserido, de cabo a rabo, do cabelo ao dedão do pé. Não contem comigo para referendar mais nada neste país acabado.
Já que a perdição toma conta do país, estarei me inserindo no contexto. Cansei de tudo. Eu me sinto tão mal hoje que até a inspiração foi pras cucuias.
Hoje não tem como deixar de falar da perdição onde o Brasil está metido. Encalacrado até o pescoço, ou melhor, até o talo. Sabe aquele cara tentando se manter em pé diante de um fundo rio, na pontinha dos pés e só com o nariz e olhos de fora? Estamos assim. Por um fio podemos afundar e babau, acabou. Nesse um ano e quase meio de golpistas no poder, o retrocesso, tenham a mais absoluta certeza, foi o maior em toda nossa história. Sempre reclamei demais do período militar, mas o produzido pelo golpe jurídico midiático de 2016 já é imensamente maior que tudo, danos quase irreparáveis. Ontem a gota d’água, o que faltava para lacrar o caixão. De um baita amigo, jornalista como poucos, atuando dentro da verdade dos fatos, sincero até a medula no que faz, Aurélio Fernandes Alonso, cidadão santa-cruzense e nas hostes do Jornal da Cidade – Bauru, um curta frase a resumir tudo o que estamos vivenciando: “O Brasil acabou”. Dou-lhe toda razão deste mundo. Com esses todos no poder hoje, sem nenhuma esperança. É o fim.
E o que fazer diante da decretação do fim? Quando no fundo do poço, o que fazer? De uns tempos para cá, mais ou menos desde que começaram os insistentes ataques contra Dilma Rousseff e a insipiente democracia, com a desculpa de que estavam fazendo algo pelo fim da corrupção, muitos tentam se fingir de morto. Odeio os que se fingem de morto. O que seria isso? Mostram-se indiferentes diante de tudo o que acontece. Alguns o fazem por sobrevivência, necessidade, pois ao dizer algo, pagam com o emprego e jogam sua fonte de renda na lata do lixo. Respeito esses. Hoje existe uma verdadeira legião de brasileiros se fazendo de indiferentes e isso contribui sobremaneira para prolongar o estado golpista.
A destruição do país é nítida, clara, límpida, transparente e perceptível até pelas pedras do reino mineral. Não adiante virem alguns a dizer já existir sinais de recuperação. De que adiantam esses sinais, quando os beneficiados serão cada vez menos pessoas? Eu quero é cada vez, mais e mais brasileiros usufruam das benesses de uma verdadeira distribuição de renda. Dói-me ver gente como eu, sem eira nem beira e a defender algo deste insano Governo, tudo, para segundo eles, não dar o braço a torcer para um provável retorno do PT ao governo. Bestiais. Reconhecer erros e acertos se faz necessário, mas o óbvio ululante faria um bem danado para nosso futuro. A catástrofe tem volta, mas precisaria de todos irem pras ruas, exigir em alto e bom som algo novo. Eleições já eram, elas estarão viciadas e transformadas em referendar os bestiais no poder. Como é impossível acreditar em qualquer instituição nativa, descrédito quase total, o bom mesmo é chafurdar no estado conspiratório. Nele estarei inserido, de cabo a rabo, do cabelo ao dedão do pé. Não contem comigo para referendar mais nada neste país acabado.
Já que a perdição toma conta do país, estarei me inserindo no contexto. Cansei de tudo. Eu me sinto tão mal hoje que até a inspiração foi pras cucuias.
ESSES OLHINHOS A NOS ESPREITAR É O DO SACANA QUE ONTEM ESCAPOU DE PUNIÇÃO PELO ISENTO SENADO BRASILEIRO
Como li de meu amigoi Aurélio Fernandes Alonso, não existe mais o que fazer: "O Brasil acabou!". E o que fazer de agora em diante, com os anos que nos restam de vida e tudo em frangalhos, com esses sacanas todos no poder e os que os apóiam? Que fazer? A rebeldia pede licença...
Como li de meu amigoi Aurélio Fernandes Alonso, não existe mais o que fazer: "O Brasil acabou!". E o que fazer de agora em diante, com os anos que nos restam de vida e tudo em frangalhos, com esses sacanas todos no poder e os que os apóiam? Que fazer? A rebeldia pede licença...
terça-feira, 17 de outubro de 2017
MÚSICA (153)
AZULÃO DO MORRO ENCERRA MESMO SUAS ATIVIDADES
No Carnaval deste ano, podem dizer o que quiserem de Mocidade Unida, a campeã e da Cartola, a vice, mas o frisson mesmo foi a terceira colocada, a AZULÃO DO MORRO, lá do Jaraguá, sempre sob a batuta de Cida Caleda, seu marido e de abnegados azulenses. Quando o Carnaval voltou após o triste interregno de dez anos, a escola conseguiu ser campeã e depois, quando os dois grandes se encorparam, só deu eles, mas o pessoal do Jaraguá sempre se mostrou imponente e bravos lutadores. Cida e os seus já fizeram de tudo um pouco, desde uma escolinha/bateria mirim, com o intuito de tirar jovens da rua, até tocar um time de futebol amador, tudo instalado em sua casa e também num barracão, com passagem interior por uma ingreme escada e dando na rua dos fundos. Ali a batucada sempre comeu solta e os trabalhos de Carnaval foram daqueles de endoidecer gente sã. Enfim, muita história para contar. O amor pelo Carnaval vem de longe e quando arrebatou os Caleda, eles se empolgaram e construíram uma bela história. Dona Cida é funcionária pública estadual e seu marido é pedreiro (ou seria construtor?), mas diante dos festejos de Momo se transformam e a coisa vira de uma forma muito doida, só findando após o desfile no Sambódromo. Ano após ano, a mesma história se repete e os cartões de compras dela e de toda a família ficam sobrecarregados e só conseguem mesmo a quitação após o crédito da Prefeitura ocorrer.
Logo após o desfile deste ano, Cida e o marido já anunciavam e poucos acreditaram: “Esse foi nosso último Carnaval. Já demos nossa contribuição. Cansamos, queremos passar a bola adiante, está na hora da gente descansar”. Muitos pensaram ser brincadeira, pois eles já haviam anunciado isso em anos anteriores. O tempo foi passando e eles confirmando o dito lá atrás. Agora, quando a Cultura Municipal encerra as inscrições para a festa do ano que vem, vem a confirmação, a Azulão está de fora. Liguei para Cida e ela me confirmou: “Eu já havia avisado. Adoro demais o Carnaval, mas chegou a hora de parar. Queria ver alguém continuando com o Azulão Do Morro, mas não aqui em casa, num outro lugar. Não quero mais misturar as coisas. Não vai ser fácil ver o Carnaval de longe, mas a decisão já estava tomada desde o final do desfile deste ano”.
A preocupação já percorre a cidade, tanto que outro dia, um jornalista me questiona pelo inbox do facebook: “Bom dia Henrique, tudo bem? Você precisa fazer uma matéria com a CIDINHA DO AZULÃO DO MORRO, ela acabou com a escola de samba e agora tá vendendo tudo, os instrumentos, anos e anos de luta terminar desse jeito? Ela deve ter muitas fotos dos carnavais e do time de futebol do JARAGUÁ. Ela era presidente fundadora vai largar tudo”, escreveu o radialista Antônio Luiz Ferreira Ramos, o Tonhão. Sim, é isso mesmo. Tudo consumado, nem a inscrição foi efetuada. E ela me confirma, que muitos vieram atrás de instrumentos e vende alguns para quitar dívidas ainda do Carnaval deste ano, assim como adereços e as modelagens de fantasias.
Não vai ser fácil dar aquela passada pela casa da Cida, ver a loja na frente e tudo esvaziado lá nos fundos. E o que dizer disso tudo? Eu, nada. Respeito o desejo dela parar e vejo que, já havia divulgado isso publicamente, mas as propostas de transição não vieram a contento e tudo se encerra com a Escola de Samba fechando as portas. Vai ficar esse vácuo na festa de 2018, até porque lançaram também a carnavalesca Cristiane Ludgerio, a grande revelação deste ano. Sai por dois anos seguidos com eles, num ano numa ala junto de Roque Ferreira e neste ano na ala mais animada da festa, a da Véias do Jogo da Velha (a saiona de chita e o lenço azul de véia estavam demais). Quer dizer que, de agora em diante não mais teremos a Cida como porta bandeira, desfilando garbosamente pela avenida do samba naquele traje azul marinho? O Jaraguá resistiu bravamente mantendo o samba nas ruas do bairro quando o Carnaval esteve interrompido e hoje, além de reverenciar pela disposição de todos os que já desfilaram por lá e também atuaram nos bastidores, confesso estar triste por não mais ver a festa de uma escola declaradamente periférica na avenida. Pelos comentários, outra escola está para não sair. Enquanto as duas grandes se fortalecem, algo precisa ser pensado para dar vida para todas as demais. Enfim, eu adoro é sair pelas pequenas, principalmente as das quebradas do mundaréu.