sábado, 30 de dezembro de 2017
COMENDO PELAS BEIRADAS (49)
KODA, PITBULL E A ALEGRIA COLORINDO NOSSAS RUAS Rueiro assumido, não posso ver algo diferente pelas ruas e já paro o carro, estaciono em lugares impróprios, deixo a chave no contato, motor ligado e vou ao encontro do que me chamou a atenção. Hoje pela manhã, descia para o mafuá ouvindo Marina de La Riva na vitrolinha do carro (ouçam: https://www.youtube.com/watch?v=PcbJrBJ3fm8) e quase chegando no mafuá, na rua Antonio Alves, entre a Inconfidência e a Aparecida, alguém colorindo as ruas. Estaciono sei lá como e vou de encontro a ela, com um galo colorido no ombro.
Já desço com o celular pronto para tirar uma foto e lhe pergunto: "Posso tirar uma foto sua? Muito linda". Ela muito sorridente responde com a alvura dos de bem com a vida: "Claro, fique a vontade". Tiro duas e quero saber algo dela e do bicho no seu ombro, um diminuto galo (Nem sabia existirem galos no formato Bonsai, mas me dizem sim, carijós). Ela me conta: "É meu animal de estimação, ele já está em idade adulta e dorme comigo, meu companheiro de todas as horas.Não cresce mais que isso e quase não saio mais às ruas sem ele. Vai de um ombro a outro e não desce, só quando o coloco em alguma outra superfície. Não coloque a mão nele, pois é bravo, ele me defende de investidas e pode te bicar".
Mais não perguntei, nada dela, só o nome, KODA ("Com K", me diz) e dele, PITBULL (me diz ser bravio, como um bom galo emplumado deve ser). encantado fiquei e isso me transformou não só a manhã, como o final do ano e esses dois dias que ainda temos pela frente até o final do ano. Ver gente ainda alegre pelas ruas, cheias de muita cor é um encanto fora do comum. Num mundo cada vez mais opaco, sem brilho, pessoas entristecidas e empobrecidas, os ainda conseguindo dar o salto e ver alegria contagiante no ato de viver e de sair às ruas sem medo de ser feliz é algo mais do encantador.
Koda é dessas e me faz lembrar de uma historinha ocorrida comigo anteontem. Estava na fila do banco (cobrindo conta) e a senhora atrás de mim, até para passar o tempo, olhando para minhas alpargatas coloridas me pergunta: "O sr gosta de sapatos coloridos?". Rimos e lhe respondi que sim: "Adoro Alpargatas e as coloridas as melhores. Brasileiros fazem muitas, mas gostam de cores escuras nos pés, essas que uso são argentinas, marca Paez e uma mais bonita e colorida que a outra. Tenho algumas e como quase só uso isso como vestimenta para meus surrados pés, coloco cor nos meus pés". Ela, com uma alpargata brasileira (para mulheres tem de tudo quanto é jeito, para homens, poucas), de uma só cor, clara, demonstrando certo uso, como as minhas, me diz: "Vou passar a usar coloridas". Foi bom demais, pois será mais uma a vestir cor e sair pelas ruas. Eu e dona Koda, também seu galo Pitbull já fazemos isso. Chamamos a atenção, mas não estamos nem aí, o que interessa é o ser, fazer e acontecer, sem medo de ser feliz.
Que em 2018, um duríssimo ano, como todos sabemos, consigamos colocar mais colorido em nossas vidas, ver a multiplicidade de opções diante de nossos olhos e não nos deixarmos levar por aqueles insistindo para que saíamos às ruas seguindo um só padrão, uma só cor, uma só via de acesso. Sou um despadronizado na vida e assim sigo em frente, ainda mais num mundo como na frase lida num num muro lá nos altos da vila Falcão: "O mundo é REDONDO, mas está ficando CHATO". Chega de chatos, vamos demonstrar que as cores, múltiplas e diversas, como os fazeres da vida, as opções de ir e vir, tudo deve estar imbuido de ainda podermos escolher e desavergonhadamente expor o que sentimos e gostamos. Dona Koda, mesmo sem o saber, alegrou meu final de ano e minha vida. Eu quero sair com todos os galos no ombro (os possíveis e os impossíveis), como já o faço com minhas coloridas alpargatas e pelos poucos anos que me restam de vida.
HPA - Que a passagem de ano seja leve para tudo, todas e todos. Que branco que nada, quero cor, inclusive na vestimenta, dos pés à cabeça (inclusive na cueca).
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