quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (112)


SANDUÍCHE BAURU SOBREVIVE MESMO SEM TOMBAMENTO À VISTA
Dias atrás uma alvissareira notícia reverbera em Bauru: VIRADO PAULISTA É PATRIMÔNIO IMATERIAL DO ESTADO.

Primeiro um entendimento do que venha a ser Patrimônio Imaterial: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/234.

Sobre o anúncio do Virado Paulista ser um deles, outro link: http://www.huffpostbrasil.com/…/virado-a-paulista-e-patrim…/.

Parabéns a tudo e todos que estiveram envolvidos neste justo tombamento.

Diante de mais esse tombamento, a pergunta que não quer calar é: Por que o Sanduíche Bauru não o foi até a presente data?

Trabalhei por 4 inesquecíveis anos na Cultura Municipal, Departamento de Patrimônio Histórico e não podem me acusar de omissão. Foi iniciado naquela época um processo junto ao IPHAN – Instituto de Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (taí a servidora Cynthia Bombini que não me deixa mentir, tudo deve estar até hoje aos seus cuidados) nos idos de 2007 e de lá para cá, nenhuma nova novidade.

Encontro dois dias atrás o professor arquiteto da Unesp, Nilson Guirardello, ele membro do Condephaat - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (uma honra termos mais esse bauruense por lá). Quando lhe falo do tombamento, fica todo contente e me diz: “Aprovamos, foi para mim algo mais do que especial, pois estava na turma que aprovou no órgão local, o CODEPAC e agora, estou na turma do órgão estadual. Falta só a assinatura do governador, o que deve sair em breve”. Ele se confundiu, não falava com alegria do caso do famoso sanduíche, mas do parque ferroviário bauruense (outra honra e glória, hoje menosprezado pelos ditos progressistas bauruenses). Quanto ao sanduíche me diz: “Ele merece o tombamento, mas nem processo existe nesse sentido. O do Virado, que acompanhei, tinham estudos belíssimos e livros sobre o tema, algo que Bauru já possui e pode produzir mais”. Encerramos a conversa com um algo em comum: alguém do órgão público municipal precisa se empenhar para que isso de fato aconteça ou tudo continuará como dantes, zerado, estaca zero.

Relembro historinhas pelas quais vivenciei seu enredo quando do processo junto ao IPHAN, que já deve ter caducado, tal a falta de documentação para sua continuidade. Perseverança é tudo para que algo nesse sentido vingue. Em dois textos de minha lavra, 2012 e 2010, algo sobre o instigante tema e cobranças feitas lá atrás, nunca respondidas: https://mafuadohpa.blogspot.com.br/search….

Não existe muito mais o que dizer sobre o tema do nosso sanduíche não estar recebendo os louros no mesmo nível da acarajé, queijo de minas e agora do virado paulista. Eu cobro, mas atitudes se vierem, não partirá de pessoas físicas, mas sim, do setor de Cultura da Prefeitura Municipal de Bauru, desde que o sr prefeito e gente do seu staff se interessem pelo tema. Ponto final.

O que me alegra e comento aqui para encerrar esse texto é o que tomei conhecimento dias atrás e conto aqui em primeira mão. A cidade, como sabemos, está quase acéfala de lugares onde servem o original sanduíche Bauru. Hoje restam o Bar Aeroporto, Bar da Rosa e o trailer do filho do Jóia na Praça da Paz. Lamentamos a morte do Jacir, que por anos atuou no Skinão e mantinha um trailer no bairro onde morava, o Beija Flor. A novidade é que o Bauru Chic, do amigo, professor aposentado da Unesp, Egberto Caraviani está em vias de ser reaberto. Mais não conto, pois prometi a ele segredo. O lugar, se vingar (toc toc toc) será uó do borogodó. Saudade mata a gente, vide isso aqui: https://mafuadohpa.blogspot.com.br/search….

Eu vivo de saudades.
hpa

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