sexta-feira, 9 de março de 2018

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (111)


SÍNDROME DA CADEIRA VAZIA
Guardião, o super-herói bauruense está invocado com algo presenciado com a maior frequência pelos lados da aldeia bauruense: é um tal de procurar o responsável pelo setor e o mesmo estar distante, omisso, inoperante, evasivo ou divagando sobre suas funções. Daí, numa forma de desabafo, posta o seguinte texto para as tais constituídas “autoridades” do município:

“Ontem o desagravo foi com a Secretaria Estadual de Educação. Enviam alunos aos borbotões do Cristino Cabral para o Ernesto Monte, mesmo cientes de lá não comportar o excesso, mas sendo ordem do governador, todos são obrigados a cumprir e nem pensar em discordar. Não adianta reclamar, tudo feito de cima para baixo e a conclusão é que se é para acatar sem discutir, qual seria mesmo a função do pomposo cargo de Diretora Regional de Ensino? Se ela não vai dizer coisa com coisa, melhor seria se reportar diretamente para o dono da boiada, o insano que nos governa lá do Palácio dos Bandeirantes. A cadeira aqui se não está vazia, mesmo preenchida, nada acrescenta.

Algum munícipe querendo saber sobre os destinos de seu imóvel junto à COHAB, a tal quer um dia construiu residenciais pela região toda e hoje administra uma incomensurável massa falida, impagável, não sabe a quem se dirigir. O encarregado de dourar a dívida é também chefe da coordenação política do prefeito, mas vive mesmo viajando pra Brasília, tudo para acompanhar dia após dia e poder informar para os incautos para quanto foi o montante do que o município terá um dia que pagar. Já sobre novas moradias, nem pensar, pois esse deixou de ser o objetivo dele estar por lá. Se a cadeira não está vazia motivada pelas constantes viagens, ele pode estar reunido no Palácio, mas nunca disposto a discutir situações do setor. Cadeira empoeirada por falta de bunda nela sentada.

Imaginem algum munícipe disposto a querer tratar lá na Câmara Municipal de Bauru sobre alguma questão social, seja de moradia, transporte, saúde, educação e tenha que confrontar interesses dos donos do poder local, deveria procurar quem na atual legislatura? Se o fizer e se dispuser a percorrer gabinete por gabinete, pura perda de tempo, pois ninguém por lá estará propenso a lhe dar ouvidos. Lá o negócio é aprovar passeatas de cães, moções de aplauso para pastores, tornar conselhos municipais somente consultivos ou mesmo quando se tem notícia de que o povo vai lotar as galerias e alguma possibilidade de confronto, para evitar desgastes, se vota tudo correndo e todos saem em desabalada carreira pela porta dos fundos. Procurar algum deles para discutir temas de interesse popular é sempre se deparar com a cadeira vazia e quando não, o mesmo que falar para paredes.

Um prefeitão do tamanho de um Bonecão de Olinda, grande como um Cavalo de Tróia, desses que para chegar a ocupar a tal cadeira, prometeu resolver tudo em meros 100 dias, mas hoje, diante da ficha já no chão, algo triste para os destinos da cidade. Primeiro se espera a coisa acontecer e só a partir dela já causando embaraços, corre-se atrás do prejuízo e de tentar buscar a solução. A cadeira continuará vazia, pois com a viola em caco serão marcadas reuniões, convescotes, idas e vindas de um lugar para outro, como baratas tontas, mas sem cola consistente para juntar-lhes os pedaços ou remontar o quebra cabeças, o tempo urge e a coisa se agrava. Igual o Temer que, para melhorar seu nível de aprovação após não conseguir aprovar a reforma da Previdência, apelou para um intervenção militar no Rio. Aqui com os pombos batendo asas, o negócio é correr pro lado do Skaf e ver se o tal novo Ginásio de Esportes amenizaria as perdas. Sentar na cadeira, mesmo com Gabinete repaginado, nem pensar.

Pedir algo para os tais deputados estaduais é o mesmo que chover no molhado. Um não existe, a não ser para seus súditos lá na igreja e o mais ilustre deles jura estar pendurando as chuteiras e abandonará a prática de acompanhar todos os decretos do governador para a região e diante de algo consumado, promove a divulgação de tudo o que está chegando ser mais uma obra de sua iniciativa. Aposentado como médico no serviço público e agora, também como parlamentar (seria para se lamentar ou para se rejubilar?), as que seriam ocupadas por novos interessados continuarão vazias, mas já são motivo de intensa disputa. Pelo andar da carruagem e dos nomes sendo disponibilizados para a contenda que se avizinha, os estofados de ambas continuarão intocáveis e como carro com dez anos de fabricação, único dono, mas nunca tendo saído da garagem, tinindo de brilho.

Se tem uma coisa que nessa cidade está impecável, essas são as cadeiras de nossas autoridades. Diante da interminável crise (moral, ética, financeira, gástrica, de ideias, propostas, atitudes e ações), para amenizar despesas, proponho um leilão das mesmas e toda a renda revertida para tapar os buracos na cidade (não é o que queriam fazer com a verba do Carnaval?)”
, conclui o super-herói.

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