sábado, 26 de maio de 2018

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (101)


AULA PRÁTICA DE HISTÓRIA NAS RUAS – O CASO DE UM AMIGO MOTOQUEIRO BAURUENSE
Ontem acompanhei aqui em Bauru ali na altura do Confiança Rodoviária, por volta das 20h, uma carreata que desceu e depois subiu a avenida Nações Unidas. Parei na calçada e fiquei observando o ocorrido e tentando entender o que fato ocorria aqui e em boa parte do país. Na frente da manifestação estavam os motoqueiros, num buzinaço dos mais tentadores, atrás a fila dos carros e alguns caminhões. Os motoqueiros estavam naquele momento em todo o país aderindo de corpo e alma ao espírito da greve dos caminhoneiros e lhes dando mais que apoio. Tomaram á frente do movimento nas ruas em Bauru. Nem sei, mas acredito terem sido eles os organizadores da carreata. O fato é somente um e isso se espalha pelo país todo, vários segmentos até agora reticentes de se posicionarem contra o desgoverno Temer, hoje já o fazem.

Precisamos entender algo mais. Cito um amigo, um motoqueiro bauruense e até a presente data se posicionando nas redes sociais contra as esquerdas, engajado numa campanha de um presidenciável conservador. Falo de Markinhos Pires, excelente sambista, cartolense de quatro costados, torcedor noroestino, chefe da bateria do bloco Estrela do Samba de Tibiriçá. Trabalha com sua moto fazendo entregas variadas, sua muito a camisa e na força de sua juventude, se safa e com muito esforço coloca a renda dentro de sua casa. Um batalhador na acepção da palavra. Seu posicionamento até então se fazia pelas redes sociais, de forma contundente, mas só por essa via. Hoje não mais, pois está nas ruas com os demais motoqueiros e na carreata na defesa dos caminhoneiros.

O que mudou? Ele percebeu que a luta dos caminhoneiros é justa. Não peçam para ele analisar se o que ocorre é um locaute ou greve. Querendo me colocar em seu lugar, vejo ter se sensibilizado com o sofrimento dos caminhoneiros, com fretes altíssimos, custo do combustível quase impraticável, algo que também sofre no bolso a cada ligada de sua moto para fazer novas entregas cidade afora. Para se juntar a outros na mesma situação deve ter sido um pulo. Nas últimas postagens, ele defendo com unhas e dentes os caminhoneiros e coloca seu bloco na rua. O vejo, como muitos nesse momento pedindo nas ruas por “Intervenção Militar”. Não quero discutir isso, pois cada um chega a um entendimento sobre o que ocorre no país, seguindo as informações recebidas pelos seus canais de recepção. Markinhos, como tantos outros, estão a favor dos caminhoneiros e a favor do militarismo como forma de solucionar a balbúrdia hoje ocorrendo no país.

Venho para o dia de hoje e tento me colocar no lugar de todos pensando e agindo como o amigo Markinhos. Imaginem a cabeça deles todos hoje, quando observam parte considerável do pais defendendo os caminhoneiros, a TV começando a agredir quem o faça e o militar que defendem sendo colocado para tirar na marra os grevistas das estradas. E se o Exército usar de força contra os caminhoneiros, eles continuarão a defender a tal da Intervenção Militar? E o papel dos tucanos, nesse momento representado pelo atual governador paulista, o Marcio França, propondo multar com R$ 100 mil reais cada grevista que não retirar seu caminhão obstruindo a passagem nas estradas? A greve está fora de controle e está por um fio para transformar esse país em algo incontrolável. Sei que a maioria dos motoqueiros nem imagina que num governo militar uma manifestação como essa que estão fazendo nesse momento não seria permitida, mas podem começar a atender, desde que algo ocorra e lhes mostre o contrário. Talvez eles também nem saibam que quem patrocinou a greve em curso são as empresas. O bom disso tudo é o rompimento desses todos com Temer, seus governo e muitos dos políticos situacionistas. Muita água ainda vai passar por debaixo dessa ponte, mas toda essa rapaziada nas ruas, como Markinhos estão tendo uma aula ao vivo e a cores de história do país. O que virá disso tudo só os próximos acontecimentos nos dirá
Os taxistas também aderiram apoio aos caminhoneiros
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