sábado, 19 de maio de 2018

UM LUGAR POR AÍ (108)


TROPICÁLIA NO TEATRO E O PREFEITO POR POUCO NÃO PRESENCIA O GRANDE FEITO DO GRUPO BAURUENSE - NOITE DE SEXTA
Foi ontem a noite. Marcado para começar às 20h, mais uma apresentação em Bauru do espetáculo "Tropicália - Bananas ao Vento", adaptação do versátil bailarino bauruense Sivaldo Camargo para a Companhia Estável de Dança de Bauru. Chego pouco depois do horário previsto, encontro dificuldades para estacionar o automóvel e já me alegro, ôba, dia de casa cheia. Subo as escadas e lá vejo que na Galeria de Artes algo com casa cheia. Descubro ser a abertura de uma exposição com acervo da FAAC UNESP, com obras de peso. Olho lá para dentro e vejo a diretora da FAAC e o prefeito numa solenidade se desenrolando. O espetáculo musical vai começar e adentro o teatro com amigos. Tudo mais que lindo, deslumbrante seria até o termo mais correto. Imagino o prefeitão tendo o prazer de ver uma cena onde um personagem, bem típico do momento da Tropicália perguntando ao distinto público, sobre a diferença entre as vacas e a classe média (perguntem ao Sivaldo sobre a resposta dada em cena), ou mesmo a lembrança de um estudante morto em maio de 68, o Edson Luís (onde mesmo? por que? como?) e, por que não, do lindo momento quando o bailarino Marcos Arantes levanta o cartaz, "É Proibido Proibir". E as músicas todas nos fazendo voltar no tempo e espaço, com aquela pegada que não me saiu da cabeça durante o espetáculo: como são atuais. Imaginava que o Gazzetta poderia ter no término da tal exposição ocorrendo ao lado, ter dado uma entradinha no recinto escuro do Teatro.

Descubro que não o fez. No teatro, casa quase pela metade, entre 150 e 200 pessoas, o que não deixa de ser um grande feito. Comento sobre a peça e o que seja isso de reviver a loucura do que foi um dia a Tropicália com duas diletas amigas, Regina Ramos e Luiza Carvalho, duas grandes damas que faço questão de fotografar. Que pena, o prefeito novamente perde a oportunidade de botar os olhos em algo feito, produzido e bancado pelo erário público municipal, instigante, provocante e por que não, revolucionário (diante das imbecilidades rolando mundo afora hoje em dia). Ele veio somente ao local atendendo convocação para evento mais glamouroso e não vai poder nem comentar nas rodas pela aí sobre as andanças da Cia de Dança pelas cidades da região e se tudo der certo, Ouro Preto, muito em breve. Do staff direcionativo da Cultura local não vi nginguém, nem num, nem noutro lugar, mas vi o prefeitão e sei ter ele perdido mais uma oportunidade de "tropicalizar" e assim sendo, até poder constatar in loco como o ar condicionado agora está mais do que nos trinques.

Circulo pela galeria, olho as obras, algumas de grande valor, nomes ilustres em algo que permanecerá por bom tempo ali exposto. Voltarei com Ana Bia Andrade em breve, até por ter encontrado ali exposto uma obra de amiga pessoal sua, a carioca Milhazes, de uma família toda transpirando Cultura. Bato mais um papo, revejo amigos, desço as escadas e vou ao encontro de minha cara metade na saída de suas aulas noturnicas de sexta. De lá, ninguém é de ferro, encontro com amigos do DNA (Lula Livre), reunião política, cerveja, churrasco e salada de Ora pro Nóbis. Algo possibilitado pela horta, cultivo pessoal de um brilhante amigo Guilherme Reis, transformando seu quintal num quadro bonito, igual ao pintado pela brilhante Milhazes. A noite rolou livre, leve e solta, mesmo o ex-presidente Lula continuando detindo irregularmente na masmorra curitibana e o prefeito não ter nem ao menos espiado o Tropicália na sua versão bauruense. Eu já vi umas três vezes e quero ver outras. Vou até Piraju (agilize isso Rosangela Maria Barrenha) em breve, rever a cidade, amigos de lá e novamente com Tropicália no palco.

TRÊS CARTAZES E UM GRAFITE NAS PAREDES DA UNESP BAURU E CHAMANDO A ATENÇÃO DESTE MAFUENTO HPA
Sabe aquele chavão do Jogo do Bicho, o "vale o escrito", pois bem, o ali escrito valem boas discussões sobre tudo o que nos cerca.

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