terça-feira, 24 de julho de 2018

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (137)


FILAS DE DESEMPREGADOS ESCANCARAM O RESULTADO DO GOLPE SOBRE NOSSAS VIDAS
Antes de algo sobre a situação nacional, ontem amigos mostravam a fila para os novos empregos no Tauste da Duque de Caxias. A notícia dada na edição de ontem do Jornal da Cidade: https://m.jcnet.com.br/Geral/2018/07/tauste-abre-500-vagas-de-emprego-em-bauru.html

“O povo está fila para emprego no Tauste desde ontem a noite, mais de 1.500 pessoas na fila disputando 500 vagas... e na TV eles tem a coragem de dizer que a taxa de desemprego caiu 🤔 onde ?”, Larissa Aguiar.
“Olha a fila do povo que ta procurando um emprego vaga para o Tauste bauru, E tá melhorando, tem 2000 mil pessoas na fila fora temer e #lulalivre. Olha o número da senha porque cheguei as 6 da manhã”, Valquiria Correa


Com essas duas frases e as fotos tiradas ontem pela amiga Valquiria, uma das tantas tentando conseguir uma vaga no Tauste, a primeira coisa que me vem à cabeça são aqueles que, certamente virão comentar e propagando algo assim: "Graças a deus ainda temos emprego e empregadores investindo no país. Isso prova o quanto o capitalismo é bom". Esses existirão sempre, mas são vesgos, pois não enxergam que as condições oferecidas hoje aos trabalhadores é imensamente diferente da de pouco tempo atrás. A nova legislação trabalhista já esté em plena vigência e hoje o trabalhador é obrigado a aceitar a condição imposta, já excluídos os direitos de antanho. Irão ganhar salário mínimo e olha lá. Eis o altaneiro país dos tempos atuais, grande propagador de miséria e migalhas como salário.

Bom seria ver empresários oferecendo essa quantidade de vagas no mercado de trabalho, mas conscientes e sensatos vindo a público dizendo que o fazem seguindo a antiga legislação, pois a atual é por demais cruel com quem trabalha. Se isso ocorresse bateria palmas, mas como sei que não ocorre, vejo esses aumentando seus lucros desmedidamente, pagando bem menos que antes e lucrando tanto quanto. As filas são o resultado do arroxo, da carestia, do momento desesperador e se espalha por todos os lugares. Bastou qualquer anúncio de emprego e as filas diante do endereço dobram esquinas. Dentre todos os candidato para o próximo pleito, a imensa maioria prega a continuidade das leis de mercado, o neoliberalismo como regra de conduta e daí, quando Lula prega algo para atender os clamores das necessidade do povo, o chamam de assistencialista e populista.

Triste retrato do desemprego que assola o país, o que foi visto no vale do Anhangabaú em São Paulo ou no Sambódromo carioca quando da chamada para concurso de lixeiros da Comlurb. A multidão, como em Bauru começa a se aglomerar no dia anterior e tanto nos dois exemoplos citados, como aqui no caso do Tauste, os organizadores tiveram que limitar o atendimento e distribuir senhas entre os candidatos. Liguem uma coisa com a outra e na constatação de que, quando boa parte das conquistas sociais estão ameaçadas, os riscos para a população necessitando de trabalho, esses padecem muito mais. O cenário brasileiro é dramático com o desmonte da rede de proteção social. Com os golpistas continuando a nos governar, isso não será revertido, pois são insensíveis até a medula. Fila será daqui por diante só a ponta do icerberg.


A MESMA ROTINA NEOLIBERAL - A PERDA DE UM EMPREGO FORMAL E A SOBREVIVÊNCIA NUM INFORMAL
Tenho circulado muito de Uber ultimamente pela Bauru e nas conversas com quem está no volante a mais triste constatação, a da perda de um emprego formal e na incessante busca e nada sendo encontrado, se safando junto ao serviço de transporte urbano de passageiros e ali a obtenção da renda para continuar tocando suas vidas. Outros os fazem em pequenos bicos, como o de entregadores variados, colocam também seus veículos à disposição para entregas, etc. O aumento das barbearias pelos quatro cantos da cidade é outro sintoma do mesmo problema. Na impossibilidade de ser contratado por alguma empresa, a pessoa tem que se virar e abre algo, cria algo, pois diante de uma situação famélica, ou faz ou passa fome. Algo na matéria que acabo de ler no melhor jornal diário de toda essa imensa América Latina, o argentino Página 12, eis uma boa reflexão sobre tema tão candente: https://www.pagina12.com.ar/129996-de-la-fabrica-y-el-0-km-a-uber-y-el-monotributo
  

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