quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (119)


GUARDIÃO DISSECA A FRASE: “O VEREADOR NÃO VAI DEIXAR”.

Os assentamentos urbanos de Bauru estão por um fio e isso se deve à nova concepção governamental capitaneada por João Dória, aqui no estado mais conservador da nação, São Paulo e por Jair Messias Bolsonaro, o chefe do Executivo Federal a partir da semana que vem, dia 1º de Janeiro de 2019. Em cada cidade existem as versões locais desses dois mandatários. Todos querem ser a cópia mais exata do que está tão em voga hoje e desta forma, agem para se parecerem ao máximo com o original (que também não é assim tão original). Guardião, o super-herói bauruense, poucos dias antes de entrar em recesso (os super-heróis também descansam), falou à nossa equipe de reportagem sobre uma frase repetida como mantra pelos corredores do poder constituído da capital da terra-branca, dita também como “sem limites”, pelos mais vetustos cidadãos da terra do sanduíche:

- Guardião, qual a interpretação que faz da frase repetida pela cidade, a “o vereador não vai deixar”, utilizada quando se questionam autoridades constituídas bauruenses sobre os destinos dos assentamentos urbanos, sendo o principal deles, o Nova Cannã?
- Não existe como contemporizar e colocar panos quentes. Pelo visto a Prefeitura está acuada pela ação intempestiva de um vereador, os ameaçando, ainda veladamente se o chefe do executivo ousar não tomar a decisão que essa pessoa acha a correta, segundo sua obtusa concepção política. Ele nem pensa em se sensibilizar pela quantidade de famílias envolvidas, crianças ali residindo, bairro já praticamente constituído e com a Prefeitura, essa através do atual prefeito Clodoaldo Gazzetta já encaminhado uma solução para resolver, não só parte da questão fundiária pendente, mas mais que isso, buscar uma solução para um problema reconhecidamente social. Esse vereador quer a dissolução de tudo, parece não estar nem aí se ver esse povo na rua, sem teto, sem eira nem beira, em algo onde com toda certeza, quem vai padecer é a cidade, pois terá agravada sua questão de moradia, com milhares de famílias se vendo sem teto de uma hora para outra. Pelo visto, a intenção de se cacifar como candidatíssimo a prefeito e nos moldes dos novos tempos, truculência e voz grossa deve estar imperando. O prefeito sem respaldo popular e apoio da comunidade vai acabar se rendendo a esses interesses, pois o tal vereador está também aliado ao pérfido interesse de uma rádio local, que lhe dá voz e vazão as ideias mais absurdas.

- Mas o que poderia ser feito para tocar mente tão distorcida e fazê-lo ter um pouco de noção de civilidade?
- Não vejo como. Isso é uma construção mental que não vem de hoje. Ela se consolida hoje, mas vem de longe, formação distorcida. A elite insensível e gananciosa que está por detrás de terras com documentação muito mal resolvidas uniu-se à mediocridade violenta das seitas evangélicas, dos coronéis de plantão, da mídia que tudo repete para favorecer essas tais leis de mercado, como a solução para tudo, sendo completada com a recente e apavorante vulgaridade teocrática e cleptomaníaca do bolsonarismo. Tudo junto constitui a mentalidade dos que decidem e destroem a harmonia até então existente. A sociedade também tem sua culpa no descalabro do conservadorismo vigente. Hoje não se é permitido mais nem o opositor e questionador, quanto mais o pobre ousar reivindicar algo. Na nova ordem cabe a esses, sempre de cabeça baixa, subserviência total, a resignação de sua condição. Terão que se virar nem se sabe como.

- Mas para onde irá essa gente?
- O melhor lugar é continuarem onde estão, mas isso só será possível de forma muito bem organizada e com apoio da comunidade. Um baita trabalho de todos os sensíveis desta cidade, quebrando a espinha do conservadorismo, um que quer se impor ostentando a bandeira da desumanidade. Não dando certo, vejo como solução todos se mudando para defronte a propriedade do tal vereador, o que dizem ter força para impedir o prefeito de levar adiante as ações de atendimento a essa parcela da população. Talvez assim ele perceba que sua ação é a mais despropositada quando se pensa o viver em harmonia.

E a pergunta que não quer calar: quem seria o tal vereador?

OBS.: Leandro Gonçalez o desenhista do personagem Guardião saiu de férias, foi viajar por esses dias e num rompante de licenciosidade este HPA, que de desenho entende pouco, recorta um aqui, outro ali, junta parte de outro tanto, coloca um balão em tudo e apresenta uma versão de final muito mal acabada do que seria uma charge, com muito menos qualidade artística. Era o que podia ser feito diante da necessidade do momento.

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