PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (120)
MEUS SINCEROS DESEJOS DE BOAS FESTAS PARA OS AINDA SENSATOS DESTE PAÍS
Gostaria de poder sentar aqui e batucar algo agradável, bonitinho, pomposo e recheado de esperanças. Nada disso acontece, eu estou sorumbático, deprimido, triste, acabrunhado, cada vez mais introspectivo e preparado para tudo, o que der e vier. Minha algibeira está pronta, matula prontinha para enfrentar as agruras de 2019 com a altivez característica dos que resistem e também insistem em ser feliz e, para tanto, ir à luta em busca de seus sonhos. Impossível se manter indiferente a tudo o que aconteceu com o país no golpe desferido primeiro contra Dilma em 2016 e tudo o mais que veio na sequência. De um país trilhando ao seu modo e jeito um lugar ao sol, sendo reconhecido mundialmente pelas suas eternas possibilidades, hoje o marasmo e o conformismo de sermos mesmo um grande e imenso quintal de experimentações do Grande Irmão do Norte, o vizinho a explorar todos à sua volta. Cansado de tanta hipocrisia, me fecho cada vez mais em copas, tento me isolar, sem conseguir a contento, pois na certeza de ver como esse povo foi enganado e assim ainda segue, de nada adianta eu tentar prosseguir minha vida, dar um novo rumo para ela e ver o sofrimento se estabelecer ao meu lado e tomar conta de tudo. Não consigo, não sou da laia dos que se entregam ou dos que se conformam, pior, dos que conseguem a felicidade sem olhar para os do seu lado.
Algo me consome por dentro. Quero ironizar com os que já se danam antes mesmo do capiroto assumir, mas não consigo. Para os de nossa classe média, repúdio, escárnio, por fazerem sempre o jogo do adversário, por fazerem de tudo e mais um pouco para serem o que nunca conseguirão ser, pois os de cima não permitirão que nenhum deles chegue até lá. Para esses, um trato cada vez mais indiferente, desprezo mesmo, pois são uns grandes sacanas, maldosos, individualistas e cegos, guiados por um ódio visceral, doença tomando conta de suas vidas. Distorcem os fatos e riem da desgraça alheia, sem nenhuma sensibilidade. Perversidade deste povo acostumado a ser gado, votando em quem lhe crava a faca e fazendo pose. Desses nenhuma pena, só repúdio, cada vez mais distância. Já dos que foram lesados, os que sem possibilidade de discernir o joio do trigo, a imensa legião de deserdados, apartados e invisíveis, esse ainda a esperança de que nesse tempo que me resta de vida, um diálogo para reverter o entedimento que tiveram, a bestialidade que foi votar junto com a linha de pensamento do patrão, do algoz, de quem lhe crava a faca. Vou seguir muito junto desses, para entender mais e mais o que de fato se passa. Quero sujar mais meus pés de lama, pois será com esses, talvez um dia tudo isso possa se reverter.
Só o povo salvará o povo, disso tenho certeza. Talvez demore muito e nem veja esse dia raiar no horizonte, mas insistirei enquanto reunir forças. Lerei mais, cuidarei mais de minha vida, escreverei mais para mim mesmo, viverei mais para meus amigos, os que me dão a certeza de que, a vida flui melhor quando em companhia agradável. Não sei o que seria de mim se não existisse esse grupo de pessoas aqui em Bauru onde a gente se escora um no outro e segue tocando o barco. Estarei pela aí, na lida, eu e minhas dores, pois aos 58 anos, o corpo padece, dores fluem a todo instante e nem a tal da revolução creio ser mais possível ajudar a construir no estado em que caminha a depreciação do corpinho tocado ao léu e nos descuido esse tempo todo, mas quero continuar tentando, ao meu modo e jeito, trancos e barrancos, "sempre na rua", tentando ser feliz ao lado dos que gostam de mim (e eu muito deles). Desejo muita força, resistência para tudo, todas e todos. LULA LIVRE, pois não existirá festa alegre por essas plagas vendo ele e tantos outros (as) presos injustamente neste insano e doente país, cabeças reviradas do avesso e cheias de cararecos na cachola. Baita abracito deste HPA para 2019, são meus sinceros desejos para os que seguem na lida e na luta.
TRISTEZA DO FINAL DE ANO
Como é possível um ser humano com uma pequena dose de sensibilidade e bom senso pensar em passar as festas de final de ano com alegria no coração diante de tanta injustiça? Impossível. Benedita da Silva após visita ao ex-presidente Lula registra a dimensão da violência cometida pelas elites contra o povo brasileiro e contra o seu maior líder político.Foto de Ricardo Stuckert.
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