AMIGOS DO PEITO (156)

QUARTA FEIRA DE CINZAS JÁ É UM DIA TRISTE E PARA COMPLETAR AINDA TEM MAIS...

Amanhecer hoje não é fácil. Após dias de alguma esbórnia festiva (no meu caso recheada de salutar crítica social), abrir os olhos e recomeçar a labuta e cair na lida, pois as contas nos esperam. Isso por si só já é algo mais que dantesco, porém tem mais. Acordo, sintonizo a única rádio ainda audível nestas plagas bauruenses, a Unesp FM e descubro que um dos seus mais radiantes, vibrantes e entusiastas radialistas já não faz mais parte do seu quadro de comunicadores, o competente profissional Wellington Leite. Ele é oriundo de outra cheia de saudade, a Veritas FM, da USC, que fechou as portas e nos deixou a ver navios. Na Unesp, Wellington seguiu com sua voz e a cada nova audição, algo auspicioso para o meio radiofônico, a percepção dele ir se especializando, fazendo curso de línguas para melhor pronunciar as falas nas pronúncias das canções, um jornalismo sério, procurando sempre mostrar os vários lados de cada questão e não impor o pensamento único, algo muito em voga nos meios de comunicação dos tempos bolsotários onde nos meteram e sempre a propor algo novo, renovando o que era transmitido.

Era um diferencial dentro do atual momento da rádio bauruense e quiçá, brasileira. Fico sabendo que já está atuando em outras hostes dentro da universidade e capitulou, deixou o trabalho na rádio, abriu mão de algo feito com carinho e empenho há mais de uma década. Não sei dos motivos, porém o que sinto é uma imensa lacuna, algo que nem sei terão como substiuir a contento. Uma perda mais que lastimável, lamentável e dolorosa, pois sem ele, além da voz perdida, também sua sensibilidade para com os ouvintes e com o entendimento sobre os tempos vividos. Além de tudo o que nos cerca, mais essa para digerir. Tomando um engov para ver se chego sem maiores problemas ao final do dia.

BELA CENA PRA DEMONSTRAR O QUE VEM A SER UMA QUARTA FEIRA DE CINZAS

A jauense Rubilleusa Costa posta foto, provavelmente de sua cidade, com a tristeza que se abate sobre quem tem perdas significativas na festa carnavalesca. Meu amigo Guilherme Reis, quando da descida da Coroa Imperial, no Sambódromo de Bauru quase sofre de algo parecido, pois prontinho para descer a avenida, percebe que seu aparelho cai de um dos ouvidos e ele ali, no meio daquela balbúrdia a catar junto aos escombros da festa aquilo que lhe devolveria o escutamento da festa e da vida. Ele acabou por encontrar, mas o danado aí da foto, só mesmo alguém de Jaú para nos dizer. Eu, como a imensa maioria dos brasileiros, perdemos muito mais que isso, estamos perdendo dia após dia com esse desGoverno de Bolsotários a nos governar, não só a soberania do país, como uma legislação existente a proteger o cidadão. Tomara que a gente unido consiga ainda reverter isso tudo, pois do contrário, com a terra arrasada que estão a nos impingir, muito em breve nem sorrir poderemos mais. A novidade deste Carnaval foi Bolsonaro postar nas suas redes sociais uma foto de sexo no Carnaval, com o intuito de generalizar isso para os blocos como algo trivial, hoje um bastião de resistência nas ruas e dessa forma não só enfraquecer o Carnaval nas ruas, como extinguir pouco a pouco essa rica manifestação popular. Moralistas, dizia meu pai, são os piores deste mundo, portanto, muito cuidado com eles todos e desde já, nós todos, os grandes perdedores deste país outrora altaneiro e respeitado, hoje um arremedo de preconceituosos e bestas fera, prontos para fazer uso da violência contra tudo e todos que não os sigam, seguimos botaqndo a cara a tapa, o bloco na rua e na lida contra os dragões da maldade. Resistir é preciso, com ou sem dentadura.

LACRANDO A TAMPA DO CAIXÃO
Acabaram com a Auri-Verde, demitiram todo seu quadro de radialistas, abandonaram o antigo prédio na Virgilio com Bandeirantes e foram propagar falatórios preconceituosos pelo dial de uma tal de Jovem Pan, mais conhecida nos meios populares como Velha Klan.