quarta-feira, 15 de maio de 2019

COMENDO PELAS BEIRADAS (71)


ATO UNIFICADO: DESMANDOS BOLSONARISTAS CONTRA EDUCAÇÃO E TUDO O MAIS - ENFIM, O POVO NAS RUAS E LUTAS
Quarta, 15/05, o país se juntou contra o desmonte da Educação e tudo o mais que o desgoverno Bolsonaro vem fazendo contra os interesses do povo brasileiro. Atos ocorreram espalhados pelo país inteiro. Aqui em Bauru, organizado em primeiro plano pelas escolas públicas, algo contundente marcou definitivamente as relações do povo com o Governo Federal. Juntei as fotos de dois grandiosos atos, enfim ambos versavam sobre o mesmo tema.

O primeiro, a partir das 7h no portão do campus Bauru da Unesp, reuniu servidores, estudantes e professores, contrários ao desmonte educacional proposto pelo desGoverno de Bolsonaro e o segundo, engrossado com a participação dos primeiros, diante da Câmara Municipal de Bauru, levou para as ruas uma das maiores concentrações populares que a cidade já presenciou.

Logo pela manhã, caminhão de som do Sindicato dos Bancários estava estacionado junto da entrada do campus universitário e ali, sob os cuidados dos servidores organizados, começaram a se reunir os três segmentos chamados a participar da mobilização. Estudantes confeccionaram cartazes ali no local, na calçada e começaram a erguê-los para todos os chegando. O grupo foi se avolumando e a movimentação prosseguiu no local até por volta das 8h40, quando um ônibus do Assentamento Kannã estacionou diante do local e levou 35 estudantes para o ato no centro da cidade. Os demais foram de carro próprio e de carona.

Eis alguns dos cartazes expostos pelos estudantes e versando sobre o principal motivo deles todos estarem ali reunidos e organizados, o desmonte da Educação brasileira:

“Não negociamos a Educação”

“Educação é um Direito de Todos”

“Dia 15 a aula é na RUA”

“Aqui não tem Balbúrdia”

“Não deixarem o Bolsonaro acabar com a Universidade Pública”

“Tirem as mãos de nossas universidades”

Na chegada defronte a Câmara Municipal de Vereadores, por volta das 9h da manhã a surpresa foi imensa, pois a concentração ali já em curso era imensa e já tomava conta das ruas todas no entorno. As escolas públicas do ensino básica fizeram o serviço como deveria ser de fato feito e todas estavam ali representadas, numa massa humana de grande monta. O desmonta feito nos quatro meses com Bolsonaro não se mostra preocupante somente no quesito Educação, os motivos são muitos. A Reforma da previdência é outro, pois com ela todos os trabalhadores brasileiros estarão na iminência de não conseguirem se aposentar em vida ou ter o prazer de desfrutar de alguns anos com vida gozando dos seus benefícios. O que se vê ocorrendo hoje com a composição do ministério montado pelo presidente é algo surreal, praticante um acinte na perda de direitos coletivos duramente conquistados no passado. Ou seja, motivos não faltam para todos estarem nas ruas e mesmo dentre os que nele votaram, o descontentamento atinge níveis altos e os sinais podem ser sentidos no que se viu nas ruas durante toda a manhã desta quarta.

As pessoas iam chegando ao local em grupos e todos se surpreenderam com a quantidade alcançada. Enquanto isso, o presidente Bolsonaro fugiu do país e foi receber em Dallas, EUA, um fictício prêmio, bolado por ele mesmo, para não tomar conhecimento do que estava a ocorrer no país. A resposta para tudo o que ele fez, ou melhor, deixou de fazer até a presente data estava sendo dada com a maior organização popular feita contra um presidente e seu Governo, no mais curto espaço de tempo que se tem notícias na história do país.

Com um caminhão de som dos Bancários e outro contratado pela CUT, as falas iam se alterando e quando a passeata começou, somente aí deu para perceber toda a quantidade de pessoas agrupadas nas ruas, pois ao seguir pela avenida Rodrigues Alves, quando a marcha estava virando as Nações Unidas, mais de sete quadras abaixo, tinham muita gente ainda saindo da Câmara. Subiram as Nações, adentram a avenida Duque de Caxias e subiram a rua Rio Branco até a praça das cerejeiras, defronte o prédio da Prefeitura Municipal. No local, um dos caminhões de som posicionou-se diante da Escola Estadual Ernesto Monte e outro diante da entrada principal da Prefeitura. Dois grandes agrupamentos humanos ali se formaram e deram prosseguimento ao protesto.

Quando tudo levava a crer que seria o ato encerrado ali, ambos os grupos resolveram descer novamente até o centro da cidade, um descendo a rua Agenor Meira e outro a rua Gustavo Maciel, cada um chegando até a Rodrigues Alves e dali caminhando por essa via até se juntarem novamente diante da Câmara, que teve todo trânsito, nas duas mãos de direção bloqueadas tal a imensidão de pessoas ali presentes. Pelos microfones do caminhão do Sindicato dos Bancários teve prosseguimento a uma fala de oradores que iam se inscrevendo e puderam externar para todos os presentes, dos vários segmentos ali representados.

Muitas faixas, a imensa maioria confeccionada de forma artesanal estava exposta e irradiava o que vinha pela cabeça dos que ali se manifestavam. Destaco o enunciado de algumas delas:

“Menos Armas – Mais Educação”

“O Governo não dá Educação porque Educação derruba o Governo”

“Poderia ser um cartaz melhor, mas sem material não há como fazer um bom trabalho”

“Quem abre uma escola fecha uma prisão”

“Educação não é gasto. É investimento”

“Exigimos transparência com o nosso dinheiro da Previdência”

“Salve a Ciência Brasileira”

“Se você acha que a Educação é cara, experimente a ignorância”

“Nós somos as mulheres que não vamos deixar a Reforma passar”

“É melhor já ir se recuando”

Também algumas faixas levadas para o ato pelos movimentos sociais, principalmente os ligados à questão da moradia urbana, levantadas por membros do Assentamento Kannã, o maior da região, com mais de 800 casas, se mostrou presente e escritos à mão, com letra rústica apregoavam:

“Moradores do Kannã querem resposta do prefeito”

“Suas promessas estão debaixo do tapete – Moradia para todos”

“Solteiros também tem direito à Moradia”

“Gazzetta você prometeu 350 moradias e não 170 – MSLT luta por nossa moradia”

Todos os movimentos sociais e populares estavam representados nas ruas de Bauru, em reencontros de luta e conscientização sendo renovados em cada bate papo. Da grita ouvida pelos microfones, algo estava tocando a todos, a de que o movimento não se encerrava ali naquele local e sim, teria prosseguimento até a desconstrução dos baú de maldades despejado sob os costados do povo brasileiro. A luta ali ocorrendo não era uma luta isolada, mas também a contra todos os que estão nesse momento produzindo a derrocada do país como nação, com a implantação de um capitalismo predatório, insuflada pelo neoliberalismo nos novos moldes, muito mais cruel e insano, agindo sem dó e piedade para com toda a classe trabalhadora.

O ato se encerrou por volta das 12h e teria desdobramentos e prosseguimentos durante o restante do dia. Os sinais estavam dados, o povo nas ruas soube emitir um sinal de alerta dos mais significativos, uma demonstração de sua força e imponência. Que tudo isso tenha prosseguimento, pois o país sendo comandando da forma como está no presente, algo impensável e danoso para a imensa maioria do povo, essa parcela que está saindo novamente para as lutas, bloco sendo colocado nas ruas e disposto a, na pressão, devolver o país, pelo menos, a caminhos onde a ilegalidade não seja o seu fio condutor.
Mais de cinco mil pessoas estiveram presentes durante a maior parte da concentração ocorrida na parte da manhã na região central da cidade, protestando contra os desmandos do desGoverno Bolsonaro.

2 comentários:

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  2. EXPLICO A REMOÇÃO DO POST
    Aguentar abobrinhas vindas de retrógrados, enfim, tudo tem limite. Eles que vão buscar palanque me outra paragem, não aqui. Ser contrário ao que escrevo, tolero numa boa, retruco e parto para a debate, mas anônimo vir me encher o saco, já é demais. Antes deveriam ter a coragem que tenho, a de escrever e publicar e isso por essa via desde 2007.
    Henrique - direto do Mafuá

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