terça-feira, 11 de junho de 2019

RETRATOS DE BAURU (227)


HOLANDESA SUSAN VENDE LATINHAS PELAS RUAS DE BAURU
Não havia como ela não chamar a atenção na feira dominical da Gustavo no último domingo. Ela é muito organizada. Chegou com um carrinho improvisado, com uns sacolões cheios de garrafas pets e latinhas. Permaneceram quase ao nosso lado, numa mesa do Bar do Barba, de onde ela ia e voltava, sempre comedida, contrita, calada e com aqueles gestual bem europeu. Pela fisionomia, a certeza, se tratava de uma europeia. Fomos todos ter com ela e em questão de minutos estávamos todos num diálogo desses a atravessar o oceano e resgatar sua história, desde o velho continente até sua chegada nessas plagas, a aldeia bauruense. Uma história sofrida, envolvente e contada aqui do jeito mais suave que pude buscar, sem tocar feridas e problemas outros.

SUSAN DEJONG é holandesa, 39 anos e está no Brasil, há aproximadamente uns dez anos. Conheceu um brasileiro pelas redes sociais, o que a fez deixar família, um trabalho estafante num frigorífico perto de Amsterdam e vir dar com a cara e a coragem por aqui, primeiro em Lins, depois Bauru. Hoje, o companheiro continua por lá, ela aqui, morando no jardim Nova Esperança e descendo todo dia, ela e seu carrinho, juntando o que conseguiu amealhar como forma de manter um digno ganha pão. Tem um filho, hoje ainda sob os cuidados da sogra, mas fazendo questão de mostrar a todos na tela de seu celular. Tímida, fala de forma bem reservada, conta sua história, em algumas passagens carregada de muito sofrimento e dor, noutras ainda cheia de esperança de dar a volta por cima. Entende bem o português, mas se expressa melhor pelo inglês, mesmo não sendo sua língua e diz já ter visto de tudo um pouco nas suas andanças pelas ruas de Bauru. Do carrinho lotado a realidade nua e crua: “Com isso tudo aqui juntado eu devo ganhar um 15 reais, no máximo 20 reais. Não reclamo disso, toco a vida adiante”. Por ser mulher, tem outros problemas pelas ruas e um deles é o assédio, feito pelos que a enxergam mais frágil e disso querem tirar proveito. Tenta se safar de tudo, fala com orgulho do filho e mesmo nas condições em que vive, possui uma baita dignidade, tanto nos gestos, como no asseio e, principalmente, na forma buscada para sobreviver. É uma quase moradora de rua, mais uma catadora de recicláveis desta cidade, andarilha/andante e linda figura humana, muito lúcida e só necessitando de um empurrão amigo, para sair da situação, uma oportunidade, que sabe ser difícil, até por ser estrangeira e não dominar totalmente a língua. Não gosta de ser confundida com uma figura exótica, pois quem a conhece, como fizemos na manhã do domingo, a certeza exatamente do contrário. Susan resiste, insiste, dá murros em ponta de faca, mas não desistirá facilmente até reencontrar caminhos mais suaves para tocar a vida, ultrapassar suas barreiras e ser feliz, pois no fundo é isso o que todos queremos, buscamos e precisamos.


OUTRA COISA
SABE AQUILO QUE AFIRMEI ONTEM POR AQUI? HOJE DE NOVO, EIS A MANCHETE PRIMEIRA PÁGINA DO ARGENTINO PÁGINA 12
Seus textos não são encontrados na mídia massiva brasileiro, portanto, se refestele os lendo por aqui, como: “Terremoto en Brasil por la revelación sobre cómo se armó la operación judicial-mediática contra Lula - Una luz en la oscuridad: La conmoción causada por la revelación sobre cómo se armó la operación judicial-mediática contra Lula ya impactó en la Corte Suprema, donde uno de los jueces la consideró “muy grave”. En el Congreso impulsan una Comisión Investigadora y desde distintos sectores reclamaron la inmediata libertad del ex presidente”.

https://www.pagina12.com.ar/199603-una-luz-en-la-oscuridad

https://www.pagina12.com.ar/199513-fin-de-cual-ciclo

https://www.pagina12.com.ar/199605-que-dicen-los-mensajes-del-juez-y-los-fiscales-del-lava-jato

https://www.pagina12.com.ar/199606-caida-de-un-pais-lider

Agora me digam com toda a sicnceridade: é ou não o melhor jornal diário impresso do nosso mundo, o latino?

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