quinta-feira, 4 de julho de 2019

FRASES (185)


REFLEXÃO DIANTE DE FRASE LIDA NO JORNAL DE ONTEM (01)
Dentre os primeiros depoimentos da CEI dos Precatórios em Bauru, quando convocados e convidados depuseram a prestar esclarecimentos sobre a dívida de 33 milhões da floresta urbana nos arredores desta cidade, saltou aos olhos algo dito pela ex-secretária e arquiteta Maria Helena Regitano, que tempos atrás coordenou a elaboração do nosso Plano Diretor Participativo. Disse ela, em matéria publicada no Jornal da Cidade, edição de ontem, 03/07 (podendo ser lida aqui: https://www.jcnet.com.br/…/primeiros-depoimentos-da-cei-apo…) e ressaltado aqui por mim com o devido destaque: "Houve na época grande mobilização da população para manter a floresta urbana como uma área verde do município".

Bela reflexão. Antes existia os que defendiam abertamente o verde, a manutenção de áreas verdes dentro do perímetro da cidade, hoje, pelo visto não mais. Continuo fazendo parte desses a defender abertamente a manutenção da floresta urbana em Bauru, não mudei em nada minha opinião ao longo desses anos. O que existe hoje e fica evidenciado com esses absurdos precatórios indenizatórios é a existência de uma fábrica aberta para lesar os cofres do poder público. Queria ver algo mais consistente para não só combater isso, como coibir, proibir e inibir iniciativas de lesa cofres públicos. Na fala da Regitano, saudade dos tempos quando muitos colocavam a cara para bater sem medo de ser feliz. Queria ver esses vereadores e mesmo o poder público atual, constituído pelo prefeito e afins, denunciando o embuste em curso e não se propondo a pagar pela defesa de algo sendo destruído dia após dia. Hoje, triste verificar isso, parece ser normal ficar ao lado de quem destrói, dilapida, corta pela raiz, poda, dilapida, como se tudo estivesse à serviço desse insano e doente "progresso". Que falta nos fazem as mobilizações todas de antanho.

REFLEXÃO DIANTE DE FRASE LIDA NO JORNAL DE ONTEM (02)
Numa matéria muito bonitinha, publicada ontem no Jornal da Cidade, "Conselho de Pastores quer participação mais ativa na vida pública - Parte de seus membros também integra outros órgãos importantes de Bauru". O texto é assinado pela jornalista Cinthia Milanez e pode ser lido na íntegra a seguir: https://www.jcnet.com.br/…/conselho-de-pastores-quer-partic…. Está dito lá pelo pastor presidente da entidade, Edson Valentim Freitas Filho: "É necessário que a igreja, por ter responsabilidade social, discuta as carências da cidade e a melhor maneira de solucioná-las". Discurso bonito, feito também por todo o restante consciente da sociedade bauruense e brasileira.

Vou mais além e tento refletir sobre o papel não só de entidades como Conselhos de Pastores, como de Padres e afins. Atrás do bonitinho discurso de participação existe um plano de ocupação de espaços e a partir daí, influir sobre destinos outros, como impor a linha de pensamento desses como mola mestra para tudo o mais. Sempre abominei isso de igrejeiros participarem ativamente da política, não como cidadãos, mas como entidade, pois essa tem suas regras e elas, em muitas vezes, confrontam com o bom desenrolar dos procedimentos democráticos. Vide hoje, sem entrar em maiores detalhes, com o que já se sucede no âmbito nacional com a participação de evangélicos dentro do Congresso Nacional e no resultado catastrófico das últimas eleições, sempre se alinhando com o que de mais retrógrado existe pululando pela aí. Sim, sou dos que estarão sempre com um pé atrás com essa participação e sempre que leio algo assim saco da prateleira aqui do Mafuá, um livro do Frei Beto, "Fidel e a Religião", onde ele estipula, determina e coloca em prática, tudo muito bem delimitado o papel de cada um dentro do bom funcionamento das instituições. Quando um passa a interferir na vida do outro, merda na certa. O que ocorre com o antes estado laico brasileiro é resultado dessa tal de necessidade de participação que Valentim diz ter, porém se revelando depois, com imposições de marcha a ré nos costados de conquistas duramente conseguidas ao longo dos anos. Estarei sempre reticente com essas instituições querendo se passar por santas.
OBS.: As duas fotos são de autoria de jornalistas do Jornal da Cidade - Bauru SP

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