quarta-feira, 14 de agosto de 2019

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (132)


A PARTE QUE ME CABE

1.) EXPULSÃO DE ALEXANDRE FROTA ME FAZ LEMBRAR EPISÓDIO COM TUGA ANGERAMI
A comparação pode ser esdrúxula, mas merece ser lembrada. A expulsão do indefectível deputado federal Alexandre Frota dos quadros do partido bolsonarista é tudo o que se podia esperar de uma agremiação criada somente para dizer AMÉM para tudo o que venha do seu idealizador mór, Bolsonaro. Mijou fora do penico, ameaçou se tornar independente ou ter ideias próprias, o facão comerá solto. Isso ocorre não só neste partido, como também nas hostes da tal da Jovem Pan, ops, digo, Velha Klan, essa rádio onde quem ousar se mostrar contra o Bozo é sumariamente demitido. Isso uma coisa, outra foi a lembrança que tenho nesse momento de outro episódio da história parlamentar brasileira, essa envolvendo o então deputado federal Tuga Angerami, na época nos quadros do PSDB.
Tuga, como é sabido, teve ilibada atuação e votou a favor de tudo o que possa ser considerado louvável no parlamento, muitas vezes contrariando os ditames da sigla tucana. Isso lhe causou muitas dores de cabeça. Perseguições e pedidos de expulsão da sigla, como a de cassação de mandato. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, ambos são incomensuravelmente diferentes em suas atuações, distintos posicionamentos políticos e tudo o mais, mas ontem vendo como se dá esses processos de expulsão sumárias de parlamentares de seus quadros, me bateu a lembrança de Tuga, algo sempre lembrado dentro dos anais do Congresso Nacional. Fica a lembrança e quem tiver mais detalhes de como se deu aquele embaraço que abra o baú de memórias e reanime/reavive a minha, pois o máximo que consigo produzir é o de ter sido perseguido, mas vencido a batalha. Já o Alexandre, muito menos coerente, perdeu e hoje, um dia depois, várias siglas lhe oferecem legenda, inclusive a do PSDB.



2.) ENTREVISTAS NAS RUAS DE BUENOS AIRES – POLCHI, O REPÓRTER DE RUA DO LA MAÑANA
Como já sabem tenho o meu programa de rádio preferido, o LA MAÑANA, na 750AM, Buenos Aires, Argentina, de segunda a sexta, das 9 às 12h. Ouço quase diariamente pelos meios virtuais. Além de tudo o que já escrevi do programa, um algo a mais me faz escrever essa ODE a uma participação diária, a do jornalista MAURÍCIO POLCHI (Mauri Elbueno no facebook). Enquanto a equipe toda está lá trancada no estúdio na rua Venezuela, bairro de San Telmo, ele é o convocado para sair às ruas e trazer aos ouvintes a parte mais doída do dia. Como já é do conhecimento até do reino mineral, a Argentina dos tempos de Macri vive um dos seus piores momentos, neoliberalismo predatório destruindo tudo o que venha a ser de participação popular. Infelizmente, quase todo dia se vêm empresas fechando as portas, despedindo quantidade enorme de funcionários, muitos colocados no olho da rua e sem direitos, abandonados por uma legislação que não os protege. Uma triste situação e toda ela retratada nas participações diárias desse intrépido jornalista, o que sai pelas ruas da cidade, a cada dia num lugar diferente e a retratar o que mais triste existe nesse momento naquele país, a crueldade na sua essência.
Victor Hugo tem uma maneira peculiar de anuncia-lo: “Maurício Polchi nas calles de Buenos Aires” e a partir daí, por alguns minutos, no máximo algo de cinco minutos, ele dando o relato de onde está e entrevistando os cidadãos em situação de risco. Jornalismo feito de uma forma bruta, sem distorções, sem edições, diretamente na fonte e com os seus originais personagens. A cada entrada do Polchi no ar eu prendo a respiração, pois sei virá algo emocionante, bem dentro da crueldade desses tempos. E ele cumpre maravilhosamente sua missão. Abaixo o link de algumas dessas participações. As faço porque, nas vezes em que tento escutar a rádio Jovem Pan Bauru, ops, digo Velha Klan Bauru, eles possuem um repórter também nas ruas da cidade, mas nunca em algo contundente e ao lado do mais fraco, só lugares amenos e sem o risco de serem confrontados. Queria muito conhecer Polchi e ter tido a oportunidade de acompanha-lo num dia de trabalho pelas ruas de Buenos Aires, algo que irei propor fazê-lo na próxima visita à cidade. Por enquanto os deixo com sua voz e seu trabalho, algo merecedor de rasgados elogios deste brasileiro, hoje um admirador do trabalho deste imbatível repórter de ruas.
1.) https://ar.radiocut.fm/audiocut/marcha-contra-ajuste-en-discapacidad-pedido-una-madre-desesperada-por-salud-su-hija/?fbclid=IwAR3bb4sMunmVcCr5HXW3wCuGHeddluVNyrr6ogeI6GJ4R9HN6_Mshqix2Yk
2.) https://ar.radiocut.fm/audiocut/miguel-y-oscar-despedidos-con-20-y-31-anos-antiguedad-llegamos-a-fabrica-y-estaba-cerrada/?fbclid=IwAR3_NJu_XLbnvxHD8ElnPPgvblLNnSNiZrY7I9_MoTekp_Kn_OmhGCPeP1Y
3.) https://ar.radiocut.fm/audiocut/dolorosos-testimonios-romina-y-monica-90-despidos-en-pinturas-belcar/?fbclid=IwAR0tQe6iqR7tLLqo-tEej92DSCqAkNlTyRsWSBJBnni8hz5--AJu8tXIV2w
4.) https://ar.radiocut.fm/audiocut/otra-postal-crisis-macrista-despues-25-anos-cerro-shopping-villa-del-parque/?fbclid=IwAR0mS9VkzdMUhx7hAubsH8IePXaiIbBNkvBlGe_DLYSV5SAcb6UDEG6OWDw
5.) https://750.am/2019/06/26/masacre-de-avellaneda-17-anos-del-asesinato-de-kosteki-y-santillan/?fbclid=IwAR1Jt7zwXUxdeueTpvy2GSRhLzbhYX2cJpnO24RMd8jNMsz94DQemmmE84Y
6.) https://ar.radiocut.fm/audiocut/hambre-y-solidaridad-en-plaza-mayo-mujeres-reparten-comida-entre-gente-en-situacion-calle/?fbclid=IwAR3zucel2k8EiZckzWCv6LDtrzUFgrrWUTjLg1yOi9AHIK4THbfMYGjz4HI
7.) https://ar.radiocut.fm/audiocut/se-duplico-precio-leche-cada-dia-se-suman-mas-chicos-al-merendero-mayra-villa-21-24/?fbclid=IwAR1o8C5myzEp-RT7Vy2Qe3MvDfXs6MbDGknn95oN2ad3_Nh4PVE0DIyZx6s

3.) RÁDIO FM CAFUNÉ E RÁDIO FM CHAPA BRANCA
A rádio Jovem Pan Bauru, ops, digo, Velha Klan não é para ser levada a sério. Ela ousa se dizer defensora do povo, mas o que é de fato é meramente defensora de Bolsonaro e dos seus interesses. Ninguém em suas hostes ousa ser contra algo dito pelo grande vizir Bolsonaro, pois estará irremediavelmente no olho da rua. Alexandre Pittolli, o diretor da rádio em Bauru é useiro e vezeiro em se mostrar avançadinho, principalmente contra o prefeito bauruense e tudo o mais na cidade, num progressismo meia tigela. Agora mesmo, lança diariamente farpas diretas direcionadas para a 94FM, Paulo Sergio Simonetti & Equipe, ou seja, o economista Reinaldo Cafeo no balaio, dizendo serem eles membros da FM Cafuné, uma que segundo ele, afaga os poderosos de plantão.
Ele diz a verdade, mas esconde o jogo, o seu próprio. Ou seja, joga pedras no telhado do vizinho, mas não enxerga os seus próprios deslizes. Se a turma do Simonetti é praticamente de algo enxergado como "cafuné" de alguns, a turma do Pittolli também o é para outros. Não existe santos nesse balaio, todos o são do pau oco. Com o microfone nas mãos fica fácil impingir isso e aquilo para quem quer que seja, sem que esse possa retrucar a contento. Não morro de amores pelo jornalismo praticado pela 94FM (saudades eternas de Maria Dalva), principalmente do economista Cafeo, eterno defensor dessa impraticável lei do mercado deste truculento capitalismo predatório. Criticar todos podem fazê-lo, mas enxergar o próprio rabo faz um bem danado nessas e em todas as demais ocasiões. Se um é CAFUNÉ FM, não existe como se safar de ver o outro sendo a CHAPA BRANCA FM. O que faz falta mesmo é uma mídia livre, independente de amarras e sem estar atada a tudo o que a massiva hoje preserva. Seria aqui o caso do roto falando do esfarrapado...

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