terça-feira, 22 de outubro de 2019

CENA BAURUENSE (193)


NAS DEZ CENAS DA ALDEIA BAURUENSE UM CADINHO DO PAÍS, QUIÇÁ DO MUNDO
Aqui se escreve de tudo um pouco e do pouco um bocadinho do mundo todo. Em mais dez cenas, algo desta Bauru, aldeia onde resido, trabalho, atuo politicamente, bebo, como, peido e defeco. Em cada foto, algo não só visual, mas também propondo reflexão e alguma discussão:
01. Na esquina da entrada da comunidade além do Jardim Europa, fundos do Jardim América o começo de outra realidade e isso estampado na juntada de dezenas de postes de energia, levando luz e energia elétrica para os de baixo, na sequência da estradinha/rua de terra batida.
02. Quem nunca teve uma história com o leão de pedra nos altos das Nações que levante a mão? Já foi pintado, despintado, mijado, lavado e ali permanece um tanto impávido para com o movimento à sua volta. Na última, o professor Geraldo Bergamo conta história de seu amigo morador de rua, que ao abraçar a escultura de pedra, ela lhe sorri, atribuindo isso ao "surrealismo". Por essas e outras, nunca pela real finalidade dele ali estar, o dito cujo tem suas virtudes e qualidades.
03. O colorido exposto na calçada da Casa São Jorge, na rua Azarias Leite provem das chitas, espécie de cartão de apresentação de uma das mais antigas lojas de tecidos de Bauru.
04. Mesmo após décadas fechada, permanece na parede do prédio na avenida Rodrigues Alves a inscrição de boate num primeiro andar, que agitou a periferia, fazendo muitos caminharem a pé de distantes bairros para ali se divertirem: a Flash Dance marcou época.
05. Na Fortunato Rocha Lima, rua lateral à rodovia Bauru/Marília, quase ao lado da pista, moradores montaram painel com bonecas de todos os tamanhos e tipos, surreal cartão de apresentação do bairro.
06. Retrato de um, retrato de todos os túmulos do Cemitério da vila Independência, quando tudo o que tem algum valor é saqueado, restando somente o invendável, sem comércio possível.
07. Na rodovia Marechal Rondon, entre o trevo principal acesso à cidade e posto da Polícia Rodoviária, passarela de pedestres, passagem obrigatória dos moradores do Jardim Nicéia e usuários variados, intensa movimentação diária, mas com a nova pista surgindo, em vias de ser derrubada, deixando tudo, todas e todas em estado de alerta. Comentários no local: sem passarela, a rodovia deverá parar em sinal de protesto até a solução final.
08. Espalhados principalmente por boa parte do Jardim América, guaritas para guardas noturnos e seguranças particulares são colocadas em várias esquinas, locais diminutos e nas calçadas, onde esses profissionais passam à noite fazendo a vigília para quem dorme.
09. Aproveitem, últimos dias ainda com portas abertas, essa loja na rua Virgílio Malta, duas quadras acima da Rodrigues, especialista em artesanato e tradicional há décadas no mesmo lugar, anuncia numa faixa estar encerrando atividades, cansados de dar murros em ponta de faca. Qual será a próxima?
10. Ele chegava de bicicleta, ela abarrotada com seus pertences, praticamente tudo o que possuía e fazia performances pelas praças, sendo uma das preferidas a em frente homenageando Zumbi, na Nações esquina com Julio Prestes. Sumiu, escafedeu-se e não o vejo mais faz certo tempo, causando preocupação nos muitos admiradores, observadores e curiosos que o seguiam com os olhos.

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